quarta-feira, outubro 19, 2011

Anotações de "Rumores de outro mundo"

Sempre me encanto com a escrita do Yancey. Normalmente ele fala muito sobre o ofício de escrever em seus livros, e eu deixo essas anotações só pra mim, mas pensei que outros escritores podem ler também essas notas e serem edificados como eu sempre sou.
Philip Yancey







“Conhecer as partes não é, necessariamente, um auxílio à compreensão do todo.” – p. 19

“Nos tempos modernos, parece que, quanto mais a luz da ciência lança sobre o mundo criado, mais uma sombra encobre o mundo invisível que há além.” – p.20

“A contrário das gerações passadas, muitos estão incertos sobre Deus e um mundo invisível. Mesmo assim, sentimo-nos ansiosos por algo mais.” – p. 33

“Permitimos que divindades substitutas, ou falsos infinitos, preenchessem o vácuo de nosso mundo desencantado.” – p. 34

“Um idólatra opta por coisas que podem ser intrinsecamente boas, às quais concede um poder que elas jamais deveriam ter.” – p. 35

“Pode-se escolher somente entre Deus e a idolatria. Não há outra possibilidade. Pois a aptidão para a adoração está em nós, e, ou ela se volta para o outro mundo, ou é dirigida para esse aqui.” – p. 36

“Percebi que o desejo natural não era inimigo do sobrenatural, e reprimir esse desejo não era a solução. Em vez disso, a fim de encontrar o caminho para a felicidade, precisei vincular os desejos a suas origens no outro mundo.” – p. 37

“De alguma forma, afeiçoara-me ao engano de considerar o mundo natural como não espiritual, e Deus como avesso ao prazer. Mas Deus inventou a matéria, afinal de contas, incluindo todos os sentidos de meu corpo, por meio dos quais sinto prazer. O natural e o sobrenatural não são dois mundos separados, mas diferentes expressões da mesma realidade.” – p. 38

“Visto que somos seres materiais, Deus precisa lidar conosco nesse nível. (...) Praticamente tudo que sabemos acerca do mundo sobrenatural chegou-nos filtrado através do mundo natural e comum – o que facilita o trabalho de céticos de desprezar ou não crer.” – p. 41

“Para crer, é sempre necessário o mistério da fé, pois Deus não parece interessar-se por fé obrigatória. (Caso se interessasse, Jesus, ressuscitado, teria aparecido para Herodes e Pilatos, não apenas para seus discípulos.).” – p. 43

“Não tenho desejo algum de fugir do mundo natural, a exemplo de gnósticos, monges do deserto e fundamentalistas que fogem da “mundanidade”. Tampouco nego o sobrenatural, o erro dos reducionistas. Em vez disso, quero juntar os dois, a fim de reunir a vida no todo que Deus planejara.” – p. 45

“(...) basta-me ler os Salmos para perceber que Deus quer que o amemos e honremos por meio da criação, e não `a parte dela.” – p. 46

“Para contemplar e apreciar todo o resto, reverenciar e consagrar, erguer uma expressão de louvor à criação muda – foram esses os papéis reservados para a espécie feita à imagem de Deus.” – p. 49

“Um Deus soberano que decide contra sua vontade máxima, que supervisiona um Universo com centenas de bilhões de galáxias e ainda dispersa atenção profunda às suas minúsculas criaturas – como posso compreender um Deus assim?” – p. 51

“É preciso haver atenção e esforço de nossa parte para atendermos à orientação ‘lembre-se do seu Criador’, pois o Criador retira-se silenciosamente para os bastidores. Deus não força, sobre nós, sua presença. Quando deuses inferiores nos seduzem, Deus se retira, respeitando nossa inexorável liberdade para ignorá-lo.” – p. 51

“Não ganho um novo par de olhos sobrenaturais que me possibilitam, de uma hora para a outra, ver o mundo com visão perfeita. A cada dia, a cada hora, a cada momento, devo exercitar meu chamado para consagrar a criação de Deus (...). Centelhas sagradas estão potencialmente aprisionadas em cada momento do meu dia, e, como agente de Deus, sou chamado a libertá-las.” – p. 52

“Se você pode viver um momento, consegue viver todo um dia, e o modo de viver um dia é, no final das contas, o modo pelo qual vive sua vida. Gasto tanta energia na busca de uma maneira correta de viver que deixo passar momentos específicos, que são, na verdade, o único modo de eu poder viver.” – p. 57

“Encontrar Deus é questão de viver cada momento da vida em sua plenitude.” Joan Chittister, citada na p. 58

“O objetivo da contemplação é ver a vida como Deus a vê: a união de dois mundos, e não uma divisão. Isso engloba tanto a prática de toda uma vida como os raros e isolados lampejos de revelação.” – p. 58

“Aquele que busca o que é santo olha para cima, seguindo os raios de sol até sua fonte.” – p. 58

“A vida na terra envolve um conflito entre impulso e moderação, entre nossa natureza arruinada e a imagem de Deus. Uma visão sagrada da vida requer a simples verdade segundo a qual aquele que criou a criatura humana tem em mente nosso bem acima de tudo.” – p. 59

“Nossa vida forma algum tipo de padrão, quer tenhamos providenciado isso quer não.” – p. 61

“De outro mundo, ele [Jesus] veio mostrar-nos como viver melhor nesse aqui.” – p. 63

“O abuso surge quando se considera o prazer um fim em si mesmo, em vez de um fator que aponta para algo mais.” – p. 64

“É necessário um par de olhos treinados para ver Deus em detalhes.” – p. 66

“Fui criada em um ambiente cristão onde, por precisar-se dar preeminência a Deus, não se permitia que o resto tivesse importância. Cheguei à conclusão de que, devido ao fato de Deus existir, tudo é importante.” – Evangeline Paterson, citada na p. 71

“O sexo pode envolver nossos corpos, mas, diferentemente de funções corpóreas como a excreção, o espirro e o soluço, ele também toca nossas almas – por mais precário e delicado que seja esse toque.” – p. 76

“Quando uma sociedade perde a fé em seus deuses, ou em Deus, poderes inferiores surgem para tomar o lugar.” – p. 77

“Todo homem que bate à porta de um bordel está procurando por Deus.” – G.K. Chesterton, citado na p. 77

“O sexo possui força combustiva suficiente para incinerar a consciência, além de votos, compromissos familiares, devoção religiosa e o que mais estiver em seu caminho.” – p. 78

“O poder do sexo continua vivo, mas poucos vêem nele alguma indicação daquele que o criou.” – p. 81

“(...) no sexo, assim como em todas as áreas da vida, nossa humanidade caída nos atrapalha e impede de realizarmos o ideal.” – p. 81

“Os cristãos mais exaltados se esquecem do fato de que Deus criou o sexo.” – p. 82

“Se a humanidade for o foco de sua religião, o amor romântico se torna um ato de adoração. Todavia, se Deus fez o objeto de sua religião, então o amor romântico se torna um indicador inconfundível, um rumor de transcendência tão alto como qualquer outro que ouvimos na terra.” – p. 88

“Não os vejo mais [os tabus sexuais da Bíblia] como regras caprichosas que visam a estragar nossas aventuras sexuais, mas sim como diretrizes que protegem algo extremamente valioso que só pode ser percebido em um relacionamento exclusivo e pactuado.” – p. 91

“A fidelidade estabelece limites nos quais o sexo ocorre sem restrições.” – p. 92

“Casei-me imaginando que o amor nos manteria unidos. Em vez disso, aprendi que precisava do casamento para ensinar-me o que significa o amor.” – p. 94

“O casamento como instituição social é arbitrário, flexível e aberto a novas definições. Mas o casamento na condição estabelecida por Deus é um assunto completamente diferente.” – p. 94

“Os cristãos devem continuamente progredir entre o deleite nas dádivas de Deus e a aflição pelas distorções do pecado.” Lewis Smedes, citado na p. 101

“O método de Deus para lidar com o mal é a cura, não a prevenção.” – p. 105

“(...) o mal aparece, com mais freqüência, tal qual um amigo perfumado.” – p. 105

“Deus deseja nos libertar; o mal tem a intenção de me escravizar.” – p. 107

“’Existem duas formas de ter o suficiente’, disse G.K. Chesterton; ‘uma é continuar acumulando sempre mais e mais. A outra é desejar menos’” – p. 108

“A liberdade humana permite-nos um ambíguo privilégio, que não é concedido ao resto da criação: nós podemos arruinar o equilíbrio da natureza (...). O planeta inteiro estremece ante os resultados de nossas tentativas de colocar a nós mesmos, e não a Deus, no centro da existência.” – p. 110

“Este é o amargo jugo do pecado. Por ele, abandonamos o leve e suave jugo de Cristo.” – Thomas Merton, citado na p. 110

“a crença no mal traz uma prova invertida da existência de Deus.” – p. 112

“Em vários momentos, a igreja insistiu com afinco no ‘pecado original’, ao mesmo tempo que ignorava uma graça original, na qual Deus providenciou a cura do pecado mesmo antes de ele ocorrer.” – p. 113,114

“(...) se a culpa moral for efetivamente um rumor de outro mundo, um sentimento dado por Deus de que algo está errado, nenhum embuste ou racionalização o fará desaparecer.” – p. 118

“No momento do pecado, considero o mundo como sendo meu, e não de Deus.” – p. 121

“ele [o pecado] afeta todos os que já nasceram. Os cristãos têm uma visão mais realista da humanidade, ao crer que os seres humanos falharam, estão falhando e sempre falharão.” – p. 121,122

“Hoje visualizo Deus não tanto como um policial, no andar de cima, vigiando cada movimento meu, mas como um espírito dentro de mim. Um espírito que me incentiva a compreender plenamente para que, antes de tudo, fui criado.” – p. 122

“Como criador do homem, Deus sabia como a sociedade humana funcionaria melhor.” – p. 129

“Ao contrário dos animais, temos a liberdade de dizer não a nossos instintos ruins. Ao fazê-lo, evitamos o que certamente nos causaria danos.” – p. 129

“Agradou a Deus, nesse aspecto, entrelaçar seus interesses com os nossos, de forma que, ao buscarmos sua glória, busquemos, real e efetivamente, nossos próprios e verdadeiros interesses.” – Matthew Henry, citado na p. 130

“Onde a lei vacila, o amor intervém.” – p. 130

“Se nossas ações forem verdadeiramente motivadas pelo amor que temos por Deus, agiremos de forma que não apenas agrade a Deus, mas também a nós mesmos.” – p. 131

“Meus pecados eram mais internos, condizentes com um escritor que passa a vida olhando para dentro de si.” – p. 132

“A insatisfação, o orgulho e a cobiça são pecados internos que crescem como fungo na escuridão, nos cantos úmidos da alma, nutridos por pequenas rejeições, uma leve paranóia e solidão – são esses os riscos ocupacionais da profissão de escritor.” – p. 134

“O pecado introduz um tipo de interferência estática na comunicação com Deus e, por conseqüência, ele nos desliga da verdadeira fonte de que precisamos para combatê-lo.” – p. 139

“A culpa merece minha gratidão, pois somente uma força assim tão poderosa pode empurrar-me a uma reconciliação com aqueles a quem prejudiquei.” – p. 141

“A falsa culpa ocorre quando uma pessoa se pune por não corresponder aos padrões de outras pessoas – podem ser os pais, pode ser a igreja, ou a sociedade. A verdadeira culpa ocorre quando uma pessoa não corresponde aos padrões de Deus.” – p. 142

“O sentimento de culpa só serve à função para o qual foi planejado, como um sintoma, quando nos pressiona em direção à cura.” – p. 142

“Um santo não passa de um pecador, só que mais arrependido que a maioria de nós.” – Benedict Groeschel, citado na p. 143

“A graça é um dom gratuito de Deus, e o arrependimento, o caminho a percorrer para chegarmos até ela.” – p. 144

“Deus não consegue evitar estender sua graça. O perdão, a reconciliação e o resgate definem a natureza de Deus.” – p. 150

“você só pode ser plenamente amado se for plenamente conhecido.” – p. 151

“Aprendi que Deus não fica nada surpreso com meu fracasso. Conhecendo-me melhor que eu mesmo, ele espera fracasso de minha parte. Sou mais pecador do que jamais imaginei – e também mais amado por Deus.” – p. 151

“Resgatar é assunto de Deus.” – p. 151

“É quando percebemos a sujeira, que Deus está mais presente em nós; é o próprio sinal de sua presença.” – p. 152

“Em psicologia, teologia e física, a linha que separa os dois mundos – físico e espiritual – é, na melhor das hipóteses, incerta.” – p. 158

“Fico maravilhado com a humildade de um Deus que nos confia prazeres que, como ele bem sabe, nos desencorajariam ou substituiriam todo desejo espiritual que pudéssemos sentir.” – p. 162

“O mundo físico, por mais atrativo que seja, tem seus limites.” – p. 163

“Para muitos, não é possível que Deus exista, a menos que se faça visível – e Deus não age segundo nossa vontade.” – p. 164

“Em resumo, creio não tanto porque o mundo invisível influencia este, mas porque o mundo visível sinaliza, mediante maneiras que me comovem intensamente, que um e outro se completam.” – p. 165

“O amor que experimentei nesse mundo me traz a convicção de que um amor perfeito não ficará satisfeito com a triste história desse planeta (...). O amor perfeito persevera até alcançar a perfeição.” – p. 165

“a sociedade atual não tem muito espaço para o conceito de um reino invisível, o qual nos exige lealdade a qualquer custo.” – p. 173

“Toda a matéria (...) passou a existir mediante o comando de Deus. Sua origem no mundo espiritual torna a história mais valiosa, e não menos. Ela existe porque Deus quis que existisse, nós existimos pela mesma razão.” – p. 176

“Não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual, somos seres espirituais tendo uma experiência humana.” – Pierre Teilhard de Chardin, citado na p. 178

“Somos, mais precisamente, seres incompletos à espera de uma experiência completa, seres fragmentados à espera de unidade. Estabelecer contato com o mundo invisível, enquanto estamos na terra, inicia esse processo.” – p. 178

“O mesmo Deus que criou o mundo invisível o sustenta diligentemente.” – p. 180

“As duas palavras, visível e invisível, parecem distintas somente para aqueles de nós que possuem visão limitada.” – p. 181

“Assim embaixo, como em cima: inverter a ordem de duas palavras muda tudo (...). O derradeiro destino do mundo, como também o nosso, está sendo definido aqui e agora.” – p. 182

“Aqueles que não têm nenhuma possibilidade de sucesso no mundo visível, enfim, liderar o caminho para o Reino de Deus.” – p. 192

“Estremeço diante da intrepidez de Deus ao confiar tão grande tarefa – Deus fazendo seu apelo por nosso intermédio – a uma espécie notória em separar o belo do feio, o rico do pobre, os de pele escura dos de pele clara, homens de mulheres, fortes de fracos.” – p. 193

“Levar a atribuição de Deus a sério significa que devo aprender a ver o mundo ao contrário, tal qual o fez Jesus. Em vez de procurar pessoas que massageiam meu ego, vou encontrar aqueles cujos egos precisam ser massageados; em vez de pessoas importantes, de recursos que podem fazer-me favores, procuro pessoas com poucos recursos; em vez de  fortes, procuro pelos fracos; em vez de saudáveis, os enfermos.” – p. 193,194

“É entre os humildes, desprezíveis, oprimidos e rejeitados que o Reino de Deus finca suas raízes.” – p. 195

“Se o mundo é são, então Jesus é tão louco quanto o chapeleiro, e a Última Ceia é a festa do chá maluco. O mundo diz: Preocupe-se com sua própria vida; Jesus diz: Não existe esse negócio de sua própria vida. O mundo diz: Siga o caminho mais inteligente e seja um sucesso; Jesus diz: Siga-me e seja crucificado. O mundo diz: Dirija com cuidado – a vida que você salva pode ser a sua; Jesus diz: Quem procurar salvar sua vida, a perderá, mas quem perder sua vida por minha causa, a achará; O mundo diz: Lei e ordem; Jesus diz: Amor. O mundo diz: Tome; Jesus diz: Entregue. Levando-se em conta o que o mundo considera sanidade, Jesus é demente como um simplório. Qualquer um que pense poder segui-lo sem ser um pouco louco trabalha mais por uma ilusão que pela cruz. ‘Nós somos loucos por causa de Cristo...’, diz a Paulo, diz a fé – a fé de que, em última análise, a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria do homem, a insanidade de Jesus mais sã que a implacável sanidade do mundo.” – Frederik Buichmer , citado na p. 197

“muitas vezes parece que mal pratico a existência de Deus, quanto mais a presença dele.” – Irmão Lawrence, citado na p. 199

“Suas parábolas e discursos [de Jesus] ressaltavam um aspecto do dinheiro que se mostra uma verdade incontestável: você não pode levá-lo consigo.” – p. 200

“Por instinto, acumulamos dinheiro em cofres de aço e esconderijos secretos; ao dar, o libertamos, liberando graça em um muno de competição e balanços financeiros.” – p. 201

“Precisava ver o dinheiro pelo que ele é: um empréstimo concedido por Deus para que eu investisse no Reino dos céus, o único reino que paga dividendos eternos.” – p. 202

“Ninguém em sã consciência aceita alegremente o confisco dos próprios bens – isto é, a não ser que preveja ‘ bens superiores e permanentes’ em um mundo invisível; a menos que viva para Deus, na para si mesmo.” – p. 203 (sobre versículo de Hebreus 10:34)

“Enquanto uma pessoa pobre combate a inveja, uma pessoa rica luta contra a cobiça. O dinheiro proporciona um campo de batalha completo para o confronto de dois mundos.” – p. 203

“Os cristãos sustentam sua lealdade a outro mundo e, desde a época do Império Romano, esse fato vem despertando a suspeita e a ira tanto de governos como de outras religiões.” – p. 205

“A crença em outro mundo põe a tribulação sob uma ótica tão diferente que ele [Paulo] podia fazer uma lista de muitas calamidades pessoais e chamá-las de ‘sofrimentos leves e momentâneos.’” – p. 207

“A questão da dor parece trazer à tona uma bizarra inversão: dentre os escritores dedicados a esse assunto, os que mais sofreram tendem a reclamar menos.” – p. 207

“Se nos apaixonarmos muito pelo mundo, as aflições quebram de uma só vez o encanto.” – p. 208

“Confiar não elimina as coisas ruins que podem acontecer, apesar do que tenha despertado o medo originalmente. Confiar tão somente significa achar uma nova saída para a ansiedade e um novo fundamento para a segurança: Deus. Deixo que Deus se preocupe com os detalhes inquietantes da vida, visto que a maioria está, de qualquer forma, além de meu controle.” – p. 208

“Teologia significa olhar para o mundo a partir da perspectiva de Deus.” – Henri Nouwen, citado na p. 210

“Meu objetivo ao envelhecer, ao preparar-me para a morte, é preocupar-me cada vez menos em como os outros me vêem e, cada vez mais em como Deus me vê. Afinal, ficaremos muito mais tempo juntos.” – p. 211

“A graça significa que nenhum erro que cometemos na vida nos desqualifica para o amor de Deus. Significa que pessoa alguma está além da redenção, que nenhuma mácula humana é impossível de ser limpa.” – p. 213

“A graça é irracional, injusta, imerecida, e só tem significado se eu creio em outro mundo, governado por um Deus misericordioso, o qual sempre oferece outra chance.” – p. 213

“Quando o mundo vê a graça em ação, fica em silêncio.” – p. 214

“A vingança perpetua o mal. A justiça o pune. O mal só é vencido pelo bem se a parte ferida o absorve, recusando-se a permitir que siga adiante, e assim funciona a graça sobrenatural que Jesus demonstrou em sua vida e morte.” – p. 215

“Nossa cidadania deve estar nos céus, mas também ocupamos corpos feitos de pele, ossos, gordura e músculo, em um mundo material.” – p. 217

“Aqueles que investem suas esperanças em um mundo invisível deixam isso evidente por suas ações nesse mundo (...). Buscam não estar tão voltados para o céu, a ponto de não terem utilidade na terra, bem como não atentar tanto para a terra, a ponto de não terem valor para o céu.” – p. 218

“faça tudo o que fizer como se tivesse 1000 anos para viver e como se soubesse que pode morrer amanhã.” – Ann Lee, citada na p. 219

“O risco reside em nos sentirmos completamente à vontade na terra, sem estar ciente do outro mundo.” – p. 220

“A cidade deste mundo me bombardeia com sinais sensuais e atraentes. A cidade de Deus, por sua vez, é tranqüila, invisível e fugaz. Será que existe? Preciso estimular transmissões por sobre o abismo: orando, ouvindo.” – p. 220

“A pessoa sábia vive consciente tanto do tempo quanto da eternidade, simultaneamente um cidadão da cidade de Deus e da cidade desse mundo.” – p. 221

“Na criação, na encarnação, e em todos os atos sobre a terra, Deus torna o comum sagrado.” – p. 222

“O fato de [Jesus] aparentar ser radical, de ter sido morto por suas convicções, pode dizer mais a nosso respeito que a respeito dele.” – p. 228

“Os santos sobressaem porque se recusam a respirar esse ar [de luxúria, consumismo, egoísmo e ambição], a aceitar a mentira sem protestar. Procuram viver de acordo com as regras do mundo invisível, mesmo enquanto estão no mundo visível.” – p. 229

“O dom de nos entregar em total submissão a Deus é um sacrifício , no qual, longe de perder algo, ganhamos tudo e recuperamos em um posse mais perfeita, até aquilo que parecemos perder. Pois no mesmo momento em que nos entregamos a Deus, Deus se entrega a nós.” – Merton, citado na p. 230

“O melhor percurso de todos é crer em algo que é – a verdadeira aposta da fé.” – p. 234

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