quarta-feira, dezembro 31, 2014

Sobre perspectivas e compreensão


Eu já falei aqui sobre o quanto meu ano foi fantástico, um dos melhores até hoje na minha vida. Mas vi alguns posts de amigos no Facebook onde relataram que 2014 foi um dos piores anos da vida deles.

No meu ponto de vista, o Brasil teve um ano péssimo, a presidente eleita para mim foi a pior escolha, escândalos eclodem a cada segundo, e até no futebol fomos humilhados. Mas os estrangeiros elogiaram muito a Copa do Mundo, evento o qual todos tínhamos um enorme medo de ser um fracasso.

O fato é que bom e ruim são conceitos relativos, subjetivos, extremamente pessoais. E, claro, circunstâncias diferentes trazem percepções diferentes, assim como experiências de vida e personalidade diferentes trazem uma perspectiva diferente.

Fico pensando que os anos de 2006 a 2012 com certeza foram anos excelentes para muitas pessoas, mesmo tendo sido o pior período que já vivi. O fato de 2013 e 2014 terem sido diferentes não pode me tornar cega ao fato de que foram anos ruins para outras pessoas.

Tendemos a generalizar as nossas experiências como a experiência de todos, e isso leva ao risco da incompreensão. Vi tantas coisas boas acontecerem comigo nos últimos dois anos que poderia simplesmente achar que, aqueles que não passaram pelo mesmo, estão sendo exagerados e sentimentalistas demais. Por que eu acho isso? Porque me lembro de gente torcendo para que o ano seguinte fosse tão bom quanto o anterior (nada de errado nisso), e julgando pessoas que sofreram muito no mesmo período de tempo.

Desejo um feliz 2015 a todos, melhor do que 2014 (tenha sido ele maravilhoso, ou não). Que a graça de Deus nos proporcione sorrisos mesmo nos dias mais escuros.

Até mais!

terça-feira, dezembro 30, 2014

Promessas de ano novo


Promessas de ano novo são, muitas vezes, motivo de piada. Quase ninguém cumpre o que planejou, e os planos se adiam para o ano seguinte. 

2014 foi um ano pouco produtivo aqui no blog, mas um ano de muitas realizações na minha vida - incluindo os planos de 2013 (que, na verdade, não eram muitos). 

Parte do problema está no fato de que incluímos sonhos nesses planos. Claro que muitos sonhos dependem de nossa atitude para serem realizados, mas diversas vezes vários outros fatores interferem para que eles não aconteçam - está além da nossa força de vontade.

Outra parte do problema é que adoramos procrastinar. E esses planos acabam sendo o "segunda-feira" em relação aos anos. Dizemos que vamos começar determinada coisa, mas nunca começamos. Temos que lembrar que o amanhã pode nunca chegar, e viver o hoje com a máxima intensidade que conseguirmos. 

A nós cristãos, devemos lembrar que podemos fazer planos, podemos sonhar, mas Ele nos dará a resposta final. Ele cuida do nosso futuro, podemos ficar tranquilos.

Para não me decepcionar, reduzi os planos de 2012 para 2013. E em 2013 estava tão extasiada com tudo que aconteceu, que simplesmente nem pensei em planejar nada para 2014. 

Ano que vem tenho alguns planos, importantíssimos para o rumo do resto da minha vida. Até porque estou agora reconstruindo e resgatando a vida que deixei para trás quando fui para os Estados Unidos. 

Espero que consiga cumpri-los com a mesma eficiência dos anos anteriores, mas sei que outros fatores interferem. Seja o resultado que for, sei que uma coisa não mudará - Deus continuará me surpreendendo com sua graça maravilhosa.

E que venha o ano novo!!

quinta-feira, dezembro 18, 2014

7 anos de Saudade



Dia 15, completou sete anos o seu aniversário de partida. E hoje o senhor faria 87 anos. Sinto saudades, vô.

Eu sei que estou escrevendo esse texto para mim mesma, mas eu só queria falar como se estivesse falando com você assim mesmo.

Demorei alguns anos para voltar a olhar lá para baixo de novo. Esses dias me peguei olhando para sua casa à toa, só me lembrando de coisas, tantas coisas. Quantas pessoas na Terra tem o privilégio de ter um avô tão fantástico igual a você? Bom, igual a você só quatro pessoas mesmo, porque nossa família é pequenininha.

Aprendi muito com você, vô. Em vida, você me fez ser sempre grata, e após sua partida aprendi muita coisa também. Você me ensina, mesmo não me contando mais histórias.

Seu menino cresceu, viu vô? Formou no Ensino Médio já, acredita? Queria que você estivesse vivo só para ouvir você falar: "ah, até lá já morri", quando ele contasse dos planos de faculdade. Queria que essa frase que você sempre dizia não fosse verdade agora.

Queria também saber o que o senhor acharia de eu namorar, noivar...e casar daqui a pouco tempo. Será que ficaria com ciúmes? Tenho certeza que o Gi se sentaria no sofá e teria longas conversas com o senhor.

O Jônata aprendeu a fazer costelinhas também, herança genética? A dele é dessas tipo de restaurante, não é igual a sua não, mas é muito gostosa também.

A sua falta ainda dói, embora não da mesma maneira que antes. A vida segue sem o senhor, mas seria melhor que estivesse aqui.


terça-feira, dezembro 16, 2014

Graça Para Quem?

"Tendo Jesus voltado de barco para a outra margem, uma grande multidão se reuniu ao seu redor, enquanto ele estava à beira do mar. Então chegou ali um dos dirigentes da sinagoga, chamado Jairo. Vendo Jesus, prostrou-se aos seus pés e lhe implorou insistentemente: 'Minha filhinha está morrendo! Vem, por favor, e impõe as mãos sobre ela, para que seja curada e viva'. Jesus foi com ele. Uma grande multidão o seguia e o comprimia." - Marcos 5:21-24

Como é difícil tolerar fariseus! Eles podem aprender a viver pela graça, mas preferem ficar confortáveis seguindo as regras humanas que inventaram. É tão mais fácil se limitar por regras do que se arriscar na liberdade da graça!

Fico imaginando o quanto deve ter sido difícil para Jesus - além de ter que viver no limitado corpo humano, restrito tempo terráqueo, ainda tinha que ver a ignorância e teimosia do ser humano.

Seria um trabalho muito mais fácil chegar aqui e mostrar que as coisas só dão certo quando O seguimos. Ele poderia ter operado milagres apenas entre aqueles que afirmaram lealdade a Ele. Poderia ter feito a vida deles um mar de rosas, ao contrário de todos os outros.

Mas Jesus conhece os humanos, esses seres confusos e amedrontados. Bastava ameaçar a integridade física deles que logo mudavam de ideia e diziam não conhecer esse tal de Cristo. Basta não ser confortável que muitos desistem. E Ele sabe disso!!

Ainda assim, um líder dos fariseus - aqueles que queriam matá-lo - aproxima-se dele pedindo ajuda. A sua garotinha está morrendo e não importa o que ele foi ensinado, o seu status, as consequências. Ele ouviu falar que Jesus curou pessoas doentes. E sua menininha está morrendo. Sua última chance é ir atrás de Jesus.

E Jesus, o misericordioso Deus, Ele não quer saber o que Jairo tinha feito no passado. Jesus vê apenas um pai em profunda dor e desespero. Sem perguntas, Ele simplesmente acompanha o homem. Ele o ensina a não ter pressa, tem mais gente necessitada no caminho. Ele o ensina a esquecer a lógica, ainda que todos venham a rir de tão inocente fé.

O homem, Jairo, não sei o que se passava em sua cabeça. No caminho, será que pensou em desistir? Não seria errado negar tudo aquilo em que ele acreditava, trair sua fé? Como reunir forçar para acreditar em Jesus, mesmo após a notícia de algo irreversível, a morte? Poderia Ele fazer até isso? Ele prosseguiu, porém. Jesus sabia o que Jairo pensava, mas não disse nada. Nada precisava ser dito.

Ele curou a pequena menina, a ressuscitou. Logo depois, não houve uma intensa discussão teológica sobre o fato de os fariseus serem uns hipócritas. Jesus apenas pediu silêncio. Era a sua chance de provar aos fariseus como ele era bom, mas preferiu o silêncio. 

Eu tenho muito a aprender sobre a graça, talvez até mais do que os fariseus.

segunda-feira, dezembro 15, 2014

Carta para mim aos 5 anos (2)



Sabe, Dani, as pessoas crescem, isso é inevitável. E daí quando você cresce, se fizer tudo direitinho, pode ser que tenha a honra de ter amigos que são crianças.

Afinal, você sabe, não é qualquer adulto que mereça isso. A maioria deles é chata e entediante. Mas sempre tem aquele adulto legal que deu um jeito de continuar inteligente e interessante, além de divertido, apesar de adulto.

Mas, deixa eu te contar uma coisa, as crianças crescem. E, se já não fosse difícil passar por isso enquanto criança, é mais ainda quando se é um adulto.

Eu sei que é muita pretensão dizer que eu sou um desses adultos legais, mas você sabe o quanto se esforça para não crescer, não é? Então imagino que sou um desses. Tenho um número considerável de amigos crianças.

Mas, você vê? Eles crescem. E chega uma hora em que você é deixada de lado, porque criança esperta sabe que amigo bom mesmo é criança (ou porque as crianças crescem e já são adultas também...mas ainda não cheguei nessa fase). 

Às vezes eles ainda têm um carinho por nós, e sempre vão gostar de você, mas não é a mesma coisa. É um carinho que você sente por aquele ancião que era legal com você, ao contrário dos outros adultos.

E, por isso, devemos nos acostumar com esse ciclo maluco da vida. Até porque ser aquela tia legal nem é tão chato quanto parece. E porque sempre haverá a chance de brincar com novas crianças.

Atenciosamente,

Dani, você mesma, 26 anos, em dezembro de 2014

segunda-feira, dezembro 08, 2014

2014, ano de fins e (re)começos.


Hora daquela tradicional retrospectiva de fim de ano aqui. Apesar dos apenas quatro posts (cinco com esse - nunca antes publiquei tão pouco), nem chego perto de desistir desse meu cantinho aqui. Pode estar meio empoeirado, ter sido aparentemente substituído por outros, mas nunca nenhum ocupará o lugar do Trintaetrês. Aliás, publiquei pouco aqui, mas escrevi muito, terminei de escrever meu livro e já estou no processo final de edição.

Enfim...que ano intenso!!

Nessa época no ano passado realizei o sonho mais louco da minha vida. Só acredito que foi de verdade porque tenho fotos e provas escritas para comprovar.

E, apesar disso, esse ano melhorou mais ainda. Realizei meu sonho de visitar Nova York (e revi o Philip), fui à Washington DC também, Filadélfia, muitas cidadezinhas da Pensilvânia e Maryland...vivi intensamente essa minha experiência louca na América do Norte.

Tudo de lá vai ficar na minha memória para sempre, porque foi a coisa mais incrível que vivi até agora. Sei que virão dias ainda mais fantásticos, mas, até lá, as lembranças desse 2013/2014 certamente ocuparão um posto bem alto de coisas maravilhosas da minha vida.

E, de tudo que foi incrível, eu ter ganho uma nova família, bem longe da minha família original - foi realmente o ponto alto. Todos os dias desde que voltei para a terrinha sinto saudade dos meus gringos. Acho que essa saudade nunca passará, assim como nunca passava a saudade do povo aqui do Brasil.

Voltei e, graças a Deus, as coisas parecem estar se acertando pra Gi e eu. Nesses poucos mais de dois meses eu fui a shows, viajei, comi comida brasileira (mineira!), curti minha família e amigos, tudo na mesma intensidade que vivi lá nos EUA. Sei que essa empolgação não vai durar para sempre, mas não ligo. Estou curtindo cada segundo nessa volta para casa.

Se ano passado eu voltei a acreditar em sonhos malucos e impossíveis, esse ano aprendi a colocar coisas em prática. A fazer acontecer planos de anos e anos que eu deixava na gaveta por medo.

Deus, obrigada por 2014. Que 2015 seja ainda melhor (e vocês não têm ideia do quanto é bom desejar que um ano seja ainda melhor, depois de tantos e tantos anos tão difíceis)!

Bjim!

quinta-feira, dezembro 04, 2014

Novos Projetos


O Trintaetrês surgiu como "Menininha" nos longínquos 2006. De lá para cá, muita coisa mudou no blog, e também comecei com novos projetos. 

Vieram histórias diferentes, por aqui, e linhas diferentes, em outros blogs. Admito que não sou a melhor no quesito manutenção de projetos, mas, graças a Deus, estou num emprego que me permite organizar minha paixão - escrever - com muito mais dedicação. 

Não estou divulgando isso em lugar nenhum, apenas para vocês, leitores do Blog. Aliás, esse post nem terá divulgação no Facebook, porque estou testando a mim mesma para ver se consigo manter tantos projetos paralelamente.

O Trintaetrês, obviamente, vocês já conhecem. Ele continuará a ser meu "carro-chefe", lugar onde publico minhas reflexões espirituais, falo sobre futebol, publico os raros poemas que escrevo, etc.

O Blog de Casamento está passando por reformulações. Além dos posts de dicas de cerimônia e recepção, também terei posts sobre decoração de casa e sobre vida de casados, além de criação de filhos.

O Porta-Histórias de Sofia voltará a ter mais posts. Sofia resolveu falar mais.

Agora, os dois projetos novos:

Crônicas do Coletivo, aquela série que comecei aqui, vai virar blog independente, um pouquinho diferente dos posts da série, porém. Começarei a fazer uns experimentos sociais e vamos ver no que dá.

Naquele Livro da Estante vai ter resenhas de livros e eventos literários, além de crônicas minhas sobre o ato de escrever.

Estou torcendo para que dê tudo certo, torçam comigo =)

Bjim!

Dani

quarta-feira, novembro 26, 2014

O diário de Lot - O imperdoável

"Sejam bondosos e demonstrem compaixão pelo próximo, perdoando-se mutuamente, assim como Ele perdoou vocês no Filho."


Eu não sabia o que fazer. Meu coração insistia que eu não deveria estar fazendo o que estava prestes a fazer. Minha mente gritava para eu parar enquanto fosse tempo.

Mas eu não consegui.

Eu simplesmente não consegui.

Yago tinha sido preso, acusado de estupro, ou, na verdade, pedofilia. A adolescente que foi sua última vítima engravidou, mas perdeu o bebê, assim como a própria vida, devido a uma grande hemorragia. Ela tinha apenas 12 anos. Ele, 36. E eu fui chamado para conversar com os pais da garota.

Durante esses anos eu me acostumei a ajudar pessoas em dificuldades diversas. Eu ficava feliz sempre que podia, de fato, ajudar. Por isso, não foi difícil conversar com Celso e Glória, pais da vítima de Yago.

Ok, foi difícil sim. Acredito que possa ficar cinquenta anos fazendo o que faço, e nunca se tornará uma tarefa fácil de ser feita.

O que dizer aos pais de uma menina que morreu por consequências de tamanha brutalidade? Eu nunca vou ter a resposta para esse tipo de pergunta.

L: Bom dia! Eu sinto muitíssimo pela perda de vocês.
C: Obrigado. Obrigado por conversar com a gente.
L: Imagina! É o mínimo que eu poderia fazer. Nesse momento, não há nada de fato que eu possa fazer que irá tirar essa dor de vocês, mas eu fiquei honrado com o convite.
G: Ela sempre admirou muito você, sabe, Lot. Sempre foi uma menina muito boa, muito gentil.
C: Ela ficaria feliz em saber que você está aqui, conversando com a gente.
L: Eu tenho certeza de que ela era uma menina preciosa...
G:...e é por isso que nós queremos que você converse com o moço que fez isso.
L: ... ... ... ... ... ... Oi?
C: Esse rapaz tirou o nosso bem mais precioso, mas ele também merece perdão, certo?

Eles olhavam para mim buscando a confirmação da pergunta. Eu fiquei sem palavras. Yago estava sendo preso pela terceira vez, pelo mesmo tipo de crime. Três adolescentes. Nunca demonstrou o menor arrependimento. Se sair hoje da prisão ele com certeza o fará de novo.

Pensei por dias antes de dar a resposta, mas meio que querendo ajudar esses pais "órfãos", aceitei ir à prisão para conversar com o indivíduo.

L: Olá Yago, meu nome é Lot e eu estou aqui para conversar com você, a pedido dos pais de sua última vítima.
Y: Bela introdução! Se está aqui obrigado pode ir embora, amigo. Aquela menina era muito linda para eu deixar passar. Se ela engravidou, bem, foi acidente de percurso.. Se morreu foi culpa da criança maldita, não minha.

Eu realmente não sabia se deveria continuar ali. Como tratar como humano uma criatura dessas?

L: Yago, eu não precisava ter vindo. Eu estou aqui porque quis.
Y: Ótimo, e o que veio fazer então? Falar um monte de baboseira e esperar que eu mude? Esse sou eu, eu gosto de menininhas. Eu gosto quando elas tentam fugir, quando gritam por ajuda. Aquelas mãozinhas pequenas, corpinho mudando de criança para adulta. Eu não vou mudar. Esse sou eu.

...

L: Alguém te falou que você não poderia mudar?
Y: Não, eu sei que sou assim. Quer dizer...eu não sei. Tanto faz! Pra que você quer saber disso?
L: Eu acredito que o que você fez é muito errado. Praticamente desumano, nojento. E eu menti. Eu não estou aqui porque eu quero. Quero dizer, sim, eu aceitei o convite, isso foi escolha minha. Mas na minha mente e coração acredito que não deveria estar fazendo isso...
Y: ...Então fique à vontade para ir embora, amigo. Eu não preciso de nada, só de umas menininhas.
L: Continuando, independente do que EU acho, vivo por uma mensagem que é ilógica e, hoje mais do que nunca, injusta.
Y: Que raio de mensagem você está falando, amigo?
L: Eu acredito que você merece condenação eterna, mesmo depois de morrer...
Y: É, você e todos...
L:...mas eu acredito também que eu também mereço. Eu acredito que os pais dessa moça mereçam. Até ela própria. O mundo inteiro...
Y: É, sua mensagem é muito estranha mesmo.
L:...mas eu também acredito, não porque estou apenas convencido intelectualmente que sim, ou que me sinta emocionalmente bem assim, mas acredito que há um Autor, o que criou essa Mensagem, que é capaz de zerar nossas fichas, de todos, independentes se somos bons ou não.
Y: Amigo, você bebeu antes de vir para cá?
L: Não. Veja só, Yago. Eu não faço ideia da sua história. O que sei é do seu presente. E, como ser humano, acho que você é um monstro covarde. Pela minha lógica e meu senso falho de justiça, você merece morrer, agora mesmo. Mas a mensagem, ilógica, como disse, me mostra que eu também merecia isso. Só que o Autor, mesmo sem merecermos nada, nos quer ao lado dele. Não só isso, ele quer nos adotar como filhos. Esquecer tudo o que fizemos. Seja mentir, ou estuprar uma garotinha inocente.
Y: Maravilha! Posso sair amanhã então? Quem sabe eu não ache umas meninas para me satisfazer?
L: Se você chegar a compreender um dia a mensagem, e o tamanho desse favor, você nunca mais será o mesmo.
Y: Então vou deixar para depois, amigo.

O tempo de visita acabou. Eu saí de lá com a certeza de ter feito o certo, mas me sentindo um fracasso. Celso e Glória choraram de alegria quando eu contei que tinha ido lá conversar com Yago. Disseram que a filhinha poderia descansar em paz.

Poderia eu, porém, descansar em paz? Nos noticiários, protestos em frente à prisão, ameaças a Yago, discussões na internet sobre a pena de morte. Notícias, também, de que ele havia sido espancado e abusado na cadeia.

Ele estava recebendo o que merecia. Estava? Às vezes, a mensagem torna as coisas complicadas demais.

Dois dias depois, recebi uma ligação. Yago queria me ver. Eu, cético, acreditava que ele me falaria qualquer coisa para escapar das torturas. Mas fui assim mesmo.

L: Oi Yago, você pediu que eu viesse aqui.
Y: Sim, não consegui parar de pensar no que me disse. É verdade que eu posso ser perdoado?
L: Achei que você tinha deixado essa decisão para depois.
Y: Deixa para lá, pode ir embora.
L: Eu ouvi o que fizeram com você.
Y: Já aconteceu antes, eu não me importo.

Respirei fundo.

L: Você pode. Mas isso significa que você irá mudar.
Y: Eu não posso! Esse sou eu, já falei! Sempre fui, só tinha medo do que aconteceria se eu fizesse essas coisas antes. Hoje não tenho mais. Se eu sair vou fazer tudo de novo.

...

Y: Você não disse que eu não precisava ser bom?
L: Se alguém te desse um presente, você cuspiria nessa pessoa?
Y: Não.
L: Se você continuar fazendo o que até você mesmo sabe que é errado, é a mesma coisa.

Ele começou a chorar. Cada vez que eu me sentia inclinado à compaixão, porém, eu me lembrava dos crimes dele.

Y: Eu entendo. Eu sou um monstro, como você disse. Eu não tenho perdão.

Poderia ser tudo encenação. Eu pensava que era. A voz dele carregava uma culpa, porém, fácil de detectar. Eu me lembrei que a premissa básica da mensagem é que o Autor não trabalha com meritocracia. Eu gosto da meritocracia. Todos nós gostamos, não? Mas a mensagem não diz isso. A mensagem simplesmente significa que não há nada de ruim que um ser humano possa fazer que faça o Autor nos amar menos. E nem nada de bom que possa fazê-lo nos amar mais.

Eu falei isso com o Yago. Conversamos com o Autor. Eu o abracei, meio sem querer, sem sentir. Condenação era tudo o que ele conhecia, inclusive por mim, mas naquele momento fiz diferente. E, acredite em mim, não foi porque eu sou um cara sensacional. Mas era a única coisa que eu podia fazer.

Yago cumpriu a pena integralmente. Mesmo com a possibilidade de regime semi-aberto, depois de um tempo, devido ao bom comportamente, ele optou por cumpri-la até o fim. Fez um acordo para receber tratamento psicológico e psiquiátrico ao invés disso.

Ele escreveu um livro, durante o tempo preso, onde me citou. Ele vendeu bastante e não manteve nada do dinheiro para si. Doou tudo para as vítimas e suas famílias. As duas meninas sobreviventes foram para a faculdade com esse dinheiro.

Yago também solicitou que ficasse com a tornozeleira de monitoramento da polícia. Toda vez que ele chegasse perto de locais com possíveis vítimas um policial era alertado e acompanhava seus movimentos. Ele também solicitou, e conseguiu, que fosse obrigado a fornecer feedbacks positivos todos os meses, para a polícia.

A história do Yago sempre me vem à mente quando tento imaginar a lógica da mensagem, e continuo convencido de que ela não existe. Ao menos não na lógica humana. O incômodo que eu sinto, toda vez que penso nele, apenas me lembra que eu sou falho no meu senso de justiça. E, como tal, nunca devo basear nesses parâmetros para fazer julgamentos.

terça-feira, novembro 11, 2014

Faça amor, não faça jogo - uma resenha (talvez)


Eu entrei num grupo de escritores sobre literatura. Aconteceu como acontecem as coisas na minha vida, assim, sem querer. Daí recebi a oferta de resenhar o livro do Ique, aceitei na hora.

O Ique não me conhece, de comum, só a cidade linda de nascimento. Eu fui à sessão de autógrafos do lançamento do livro dele. Era aniversário do meu pai e eu fui ao shopping para almoçar com ele e minha mãe (meu irmão estava fazendo prova do ENEM). Quando disse no Facebook que era aniversário do meu pai e eu iria levá-lo ao shopping o Ique curtiu o comentário.

Eu curti o almoço, daí cheguei atrasada para o bate-papo. Entrei na fila, comprei o livro. Quando voltei, um mundo de gente assistia o que o Ique tinha a dizer. Inclusive dois casais. Os dois moços ficaram atrás das namoradas, e protegiam o mundo delas. Mas eles tinham uns dez metros de altura cada e eu não chego a 1,70, e não gosto de salto. Na ponta dos pés, com meu All Star azul, eu tentava ver o Ique, e o pai dele. Quando vi o senhor Juarez eu fiquei muito feliz. Fiquei o resto do tempo escutando o que o Ique dizia, mesmo enxergando só as costas dos moços de dez metros de altura.

Daí, os autógrafos. Eu deixei meu pai andar na FNAC, porque nós dois somos apaixonados por livrarias. Vez ou outra ele voltava com alguma coisa legal para me mostrar. Atrás de mim uma menininha era entretida por um moço com nariz de palhaço, que a deixou desenhar numa caderneta. Chegando próximo à minha vez chamei papai, porque o queria na foto comigo e o Ique. Ele fazia graça do Ique abraçando as meninas e que não via nenhum moço tirando foto com ele. Eu mostrei, ele ainda assim meio que fugia, mas ficava na fila comigo para eu ficar feliz.

O Ique autografou o livro, e ele é muito legal, então escreveu um tanto, não só uma assinatura. Papai gostou da atitude. Daí a foto. Meu celular, com 1% de bateria, deu conta de duas fotos e morreu. Papai só apareceu na segunda, de olhos fechados.

Daí hoje li o livro, reli alguns textos do blog. Não ouvi as músicas - o livro vem com QR codes para você poder ouvir lendo os textos, igual ao blog, achei fantástica a ideia -, porque meu celular estava carregando (eu tenho que trocar de bateria). E antes de comentar sobre o livro (como se esses seis parágrafos não fossem o suficiente para uma super introdução), eu tenho que dizer que, provavelmente eu não sou a típica leitora do Ique. Claro que acho lindas as coisas que ele diz sobre o amor e acredito nelas, até porque tenho meu próprio "Ique". O nome dele é Giovanni e ele me fez acreditar de novo no amor. "Elas só querem alguém para sorrir junto", dizia o livro. E o Gi me faz sorrir junto com ele. Ele, que adora repetir frases de livros ou filmes sem nunca ter os lido, já dizia pra mim que a melhor parte não era ter me encontrado, mas viver ao meu lado todos os dias. Nós dois somos bobos sonhadores, e os textos do Ique me fazem identificar com ele, não sonhar com alguém que me diga o que ele diz.

Três coisas, porém, acontecem quando leio os textos do Ique: uma, eu volto à adolescência e leio essas histórias para a Dani de 14, 15 anos de idade, que não acreditava que alguém fosse gostar de menina que não gosta de salto, não é magra, usa óculos, ama futebol e Star Wars, além de ter a foto colada ao lado da definição de desastrada, no dicionário. Alguém que até tentou ser como as outras meninas, mas, é claro, não conseguiu - ainda bem! Eu leio para ela: "Você é de um. Ele, qualquer um."

A segunda coisa é que eu lembro do meu avô, e do meu pai. Meu avô morreu de câncer, e era como se fosse meu segundo pai. Quando leio os textos em que o Ique cita o pai dele ou têm versos escritos por ele mesmo, eu me derreto. Eu não choro, não por querer provar nada, mas porque nunca fui de chorar. Na época em que tentava ser igual às meninas que todos os meninos gostavam até tentei, mas não dava certo, era patético, até. Mas meu vô é uma saudade constante, e eu choro quando leio sobre o pai do Ique.

Ano passado estava nos Estados Unidos. O meu pai ficou doente. Era câncer. Ele fez a cirurgia, retirou o tumor todo. Um pouco antes de eu voltar, pneumonia. Minha mãe também ficou doente, infecção urinária e pedras nos rins. Duas amigas minhas perderam mães assim. Eu fico com medo cada vez que ela é internada. Mas daí eu lia o Ique: "Se você soubesse que hoje é seu último dia de vida, você passaria ele chorando?", e sorria.

A terceira coisa é que me vejo, como escritora, no que ele faz. De negar proposta de editora grande para fazer as coisas com amor (não que eu tenha recebido proposta alguma, na verdade). E a timidez, típica de escritores, na verdade. Deve ser por isso que só falei meu nome para o Ique assinar, e nada mais. Ah, claro, agradeci pela foto e o autógrafo.

Eu prometo, Ique, que não vou te contar o final do livro. Até porque odeio spoilers. Mas eu só agradeço pelos poemas lindos que escreve, que enche o coração de todos de esperança. E agradeço ao seu pai também, por ser quem ele é, um romântico "à moda antiga".

Em resumo, o livro é quase o blog escrito. Mas é livro, com cheirinho de livro e novidades tecnológicas. É a cara do escritor e com certeza vai agradar quem acompanha o blog, e fazer quem nunca leu o blog ficar com vontade de acompanhar. Eu, como leitora do blog e amante de livros, amei.


ps: Eu sofro de um problema, "pego sotaque" muito fácil. E isso acontece quando escrevo também. Acabei de ler "Faça amor, não faça jogo" e talvez devesse ter esperado para escrever. Mas se acharem que fiz o texto tentando escrever como o Ique, acreditem, não foi intencional.

quinta-feira, janeiro 16, 2014

That impossible dream - career


Saturday, December 14th, 2013

I slept thinking that it was all a good dream and woke up with certainty that the dream was actually coming true. We had breakfast at home, hot cereal with yogurt, very taste, that Janet made. I couldn't finish my food, though. Philip was the official "dishwasher", he washed the dishes all the time (and I don't think it was because I was there).

- Have we decided if foxes eat oatmeal yet?
- I don't know, but leave it there that we decide later.

So my bowl with the oatmeal was there, half eaten. I hate wasting food, but I really couldn't eat anymore.

Philip had an alumni lunch, from Wheaton College, where he graduated. From there we would go to a play. We spent most part of the morning talking, mostly Janet and I, since Philip needed to get ready for the lunch. We even went for a walk in the neighborhood.

What an amazing person is Janet! I was already fascinated for her person from what Philip had written, but she was the character, now she was a real person in front of me. Even though I was fascinated by Philip, we sord of knew each other more, because of the emails exchanged over the years. I started emailing her after Wild Goose Festival, but it was this weekend when I really met her. You don't need to be married with her to want to talk about her. The Yanceys couple is truly fascinating.

She showed me the famous mountains that she climbed, the house where they had lived before, asked me questions, showed me where a female elk died and was not eaten by any animal, just stayed there until it completely decomposed. It was only it bones there, but the snow had covered.

She also showed me a barrel and explained to me that the sand that was in there was to creat friction for the cars and especially for the delivery trucks, so they could drive more safely.

She explained me that the kids in Colorado have outside classes where they learn the difference between the Evergreens. And she taught me how to.

It was indeed a wonderful morning with Janet. When we got home she told Philip about the covered elk.

Before the lunch we stopped in a mountain. Red Rock, or something like that. It was an arena that hosted several famous concerts over the years.

We arrived at the lunch place, and there were those little name tags. Philip saw some friends and introduced me to them.

- This is Dani, she is our friend from Brazil.
I am the Yanceys friend, la la la
- Nice to meet you, blsakhejsh?
- Sorry?
- She is going to be a writer, that is how we met each other.
Ok, I think I might be the same color as the Christmas decorations now.
- And what you are writing about?
Am I really talking about my book?
- Right now I am working in a book about grace, about how we can see it in different aspects of our lives.

Philip was looking at me like a proud father while I was talking.

At lunch we met Julie, a middle-aged lady that lived in Japan for over 20 years. She beat cancer twice, and now was in treatment again. She had an East accent, even though she was actually American. Both of them were really friendly. I talked "professionally with the husband, he also asked about Brazil and was pretty interested in what I was saying. I didn't talk that much to her, but her simplicity and joy of living was pretty impressive, she radiated gratitude. I am just passionated about cancer stories, I can't help myself.

Sitting with us were also two girls, sisters. One went to Wheaton, the other was her sister's guest. They spent the whole lunch talking to Philip, they were all vaults talking to him, just like me, and he was all friendly as always.

There was also a lady, Thereza, and her son, that was finishing his Masters in some famous Opera college that I forgot the name. And another guy, who was married and unemployed. Thereza knew Philip, he told me by the end of the day, in the car how did that happen. They gave the unemployed boy indications of places to get a job.

I don't remember to meet anybody else, other than the speaker - which I was introduced by the-Yanceys-friend-who-came-from-Brazil-and-want-to-be-a-writer - but I suspect that I sat in the coolest table there.

The lunch was little sandwiches and for desserts little typical American cakes.

Then, the play. What a production! From the little kids to the old man who was Mr Scrooge, all excellent actors, perfect soundtrack, a cultural event for anyone find fault. Isaiah 9:6 reading by a little boy some time in the play.

Sitting behind us was the Japan couple. At lunch, Janet said how she liked there, and I was amazed. I was "forgeting" that I was guest of a couple who traveled all around the world. Talking about that sometime during the day, Janet must noticed the twinkle in my eyes, because she said that I should travel all around the world some day and actually she afirmed, "who knows, some day you could do it". I was a writer, after all.

But Julie was an amazing person that I wanted to know better. She wished me a Merry Christmas and good times here in the US, not because she had too, because I could hear the honesty on her words, to actually really wish me all happiness in the world. I really wanted talk to her more, she must be an incredible human being.

After the play we went to a walk around Denver. First stop was a street market, Christmas themed. We ate fresh chestnuts, looked for Janet's sister ornament. Janet peeled some chestnuts, gave to me and offer to Philip also.

- No, thank you.
- Aren't you hungry?
- I peel my own chestnuts. It makes me feel more useful.
Male ego and the constant need of self-approval, present in the best men, hahaha.

We went to take a picture in the big blue bear. Philip took the picture.

Then we went for dinner in a brazilian restaurant called Cafe Brazil. The owners were Colombian, though. The music was hispanic. The menu was Brazilian - headlining Feijoada and Caipirinha. I ordered a chicken Feijoada, Janet did the same. Philip wanted the traditional Brazilian Feijoada. I also ordered a mango juice, which was delicious. Before dinner they gave us a papaya "soup", that had onions on it and something else. It was to make our stomaches ready for the Feijoada. But it was too spicy, didn't finish the first spoonful. They loved the food, but didn't order any desserts. Philip was thinking about the pecan-pie that was at home.

- He loves desserts!
- Yes, I do!
Commonality!

Wen we got home he ate the pie, but I couldn't eat anything else. He said, "somethings just don't get out of your mind, you know?", and ate his pecan-pie with all the happiness in the world, even though he was saying that was being impolite in front of the guest, just because he was eating when I didn't want to eat. I said that there was no problem. We talked more about my future as a writer, my plans when I come back to Brazil, it was a good time.

He told me about Thereza (from lunch). He talked a few years ago about loving our enemies and showed a picture about an Al-Kaeda guy talking: "those are our enemies". Her husband had an idea then, to develop a website with pictures of terrorists, called "Adopt a terrorist to pray". I have read about it in one of his books and then realized that I have talked to one more character of his books.

Philip checked my Facebook, each one of the posts and then commented in one of the pictures that I posted to thank them because I was there.

I have a comment from Philip Yancey on my timeline!

- Thank you to teach me how to use this, I will follow you to check how you are.

!!!!!

- So, have you ever translated in public, Dani?
- Ahn?
- If I was going to visit you and speak somewhere, would you translate me?
=O
- Oh, no, never translated in public. Just the conversations between my mom and my host mom.
- So they talk to each other?
- Yeah, and I translate both ways.
- Oh, I see. She says: "she is highly irresponsible" and you translate as "she is highly responsible". She says "she is terrible with the kids", and you say "she is great with the kids", like that, right?
- hahahahahahaha, no, I do translate right, but she actually really likes me.

After a long time talking we went to sleep, the last day was coming. It is funny how the time seemed to go to fast and endured forever at the same time.

Sunday, December 15th, 2013

So there was the last day. The day before Philip said that he wouldn't spend the whole day with us and Janet told me to pack up, because we probably wouldn't come back home after church.

I woke up really early, so and was enjoying the room and remembering every single moment, trying to absorb the dream that was true. I looked through the window and watched the Colorado mountains. Thought how nice it would be if I could live there.

I talked to some friends through Facebook, got dressed, packed up, cleaned my room. I went downstairs and there was Philip. I think I could spend one thousand days with them and I would still think that was super cool to see Philip drinking his coffee in his living room.

That last day Philip cooked the breakfast, omelet with ham and cheese. I am used already to this kind of American breakfast, so I happily ate it. Actually, that was the first time that I was hungry since I got there. The altitude messed up with my stomach a little. After that Janet peeled a mango for me and I ate more than a half of it.

After that they went to get dressed for the day. Philip came back first, so I took the courage to ask him to sign the books that I brought with me in my backpack. I put one extra name because I guessed wrong, so he readily went to his office and got one more book and signed. I didn't want to bother him, but he really enjoyed what I did. He asked me to not put the books away so he could show Janet how much books I got him to sign.

Before that he had given me his newest book "The question that never goes away", that was released only now in the US, but it was already in England (therefore, would be with British spelling,  in other words, perfection - Philip's book in British English). He also gave me a book to give to my host mother, in appreciation for letting me go there.

I bought them some presents, that didn't get home before I went there, but I wrote some cards.

- Awe Dani, you ARE a writer - a bilingual one!

He told me more about the other house that they had before, the one right in the middle of the mountains.

- Life is full of losses and gains, Dani. We lost our mountain, but we got this creek. You lost the daily contact with your family and fiancé, but here you are, living amazing things.

Because he wouldn't spend the whole day with us, we went in different cars. Janet in one, Philip and I in the other. A gentleman as he proved to be everyday that I was there, he opened the car door for me, and we were talking in the car going to the church.

My life mentor was indeed giving me tips for everything, and we were also talking about nothing, like two friends would do. We talked about my instropection as well.

The service was really nice. So there I was, singing and listening to the pastor, next to the Yanceys. I think this kind of everyday things were the most amazing things about this trip. The "profesional"conversations on Saturday were really awesome, but the everyday of people that you admire so much was something truly amazing that I was able to see it.

After the service Philip said goodbye. He would go to the mountains to finish his new book, he wanted to finish last month yet. I thought that the farewell would be totally different. But I goodbye to him like if I was doing that with some friend that I would see again soon, even though I have no clue when I am going to see him again.

Janet and I went back to her car, where we talked until we got into the mall where we would have lunch.

- The fact is, Dani, God made you brazilian for a reason. You might not live there forever, but that's where he wants you for now. And you will make History no matter where you are.

I was not talking bad about Brazil, though. She kind of say that in the middle of our conversation and that actually deeply moved me.

I had a slice of pizza for lunch, she bought a candy popcorn bag to eat in the car and we went to the airport. Same feeling in the farewell that I had with Philip.

In the airplane, everything was becoming clear in my mind, I was finally realizing what just happened to me. You know when you are working out and just realize how tired you are when you actually stop? It was kind of the same thing those days, living in a paralelal world inside the paralelal world that is already to be living in the USA.

I said on my first post about it and say it again. God wants us to dream. Actually, everything that I described with less words that would be enough to describe everything, is much much more that I could possibly dream. The grace of God is not only surprising, it is priceless. It is not for free because God is a nice guy only, because even if we wanted to pay for it, we could never do it. And it is not present only because of our salvation (which would be more than enough), but in every step, in every moment of our lives, in every breath.

It is about this illogical, inexplicable, irresistible and surprising grace, the theme of the book that I am writing. The first half of it came to paper after I met Philip in person, the second is to come, even more inspired.

I will always be grateful to God for the opportunity to meet Philip and Janet, since when I was 13 and read his first book, until now, when they call me their friend. God is just awesome and his love is extraordinary.






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