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sexta-feira, março 23, 2012

Releitura das Cartas do Apocalipse: à Igreja em Pérgamo


"Sei onde habitas, onde está o trono de Satanás, mas conservas o meu nome e não negaste a minha fé, mesmo nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, que foi morto entre vós, onde Satanás habita. Entretanto, tenho algumas coisas contra ti, porque tens aí os que seguem a doutrina de Balaão, que ensinou Balaque a fazer os filhos de Israel pecarem, induzindo-os a comer coisas sacrificadas a ídolos e a se prostituírem." - Ap 2:13-14

A Igreja em Pérgamo era vizinha de uma região extremamente idólatra. Diversos templos a diversos deuses foram erguidos naquela cidade. Por isso, Deus elogia seu povo, por terem mantido a fé nele, apesar de tanta influência negativa.

Deus sabe das dificuldades que passamos para manter a fé. Às vezes parece que não, que estamos sozinhos nisso. Ele sabe das tentações que enfrentamos diariamente. Na atualidade não é fácil ser cristão em meio a tantas ofertas de pecado, de outras doutrinas por aí. E Deus sabe disso. Ele reconhece nossa fé.

Só que apesar de terem se mantidos cristãos, a igreja de Pérgamo cometeu um grave erro. Para aqueles que não lembram, Balaão foi o profeta contratado por Balaque para falar contra o povo de Israel, lá no VT (Nm 22:25, 31:16). Como Balaão não conseguiu uma autorização de Deus para falar contra o povo israelita, sugeriu a Balaque que os convidasse a uma festa idólatra. Lá muitos israelitas se corromperam na idolatria. A crítica de Deus aqui a essa igreja é que eles se deixaram levar por costumes pagãos do meio em que estavam. Eles fugiram do mundo, mas deixaram o mundo entrar no meio deles. O pluralismo e sincretismo religioso estava tomando conta lentamente dessa igreja, e daí vem o alerta de Deus.

Ainda que Deus reconheça as nossas dificuldades, nada se torna desculpa para o pecado, pois o pecado nos afasta dele. Por isso, ainda que em um mundo completamente pluralista, onde todos os caminhos levam a Deus, nós devemos ser firmes em nossa postura. Não devemos confundir a graça de Deus pelo universalismo. 

Citando Yancey, no livro "Maravilhosa Graça" - "À primeira vista, o legalismo parece duro, mas na realidade a liberdade em Cristo é o caminho mais difícil. É relativamente fácil deixar de matar, mas é difícil amar; é fácil evitar a cama do vizinho, mas é difícil manter um casamento vivo; é fácil pagar impostos, mas é difícil servir aos pobres." e Swindoll, em "O despertar da graça" - "A 'graça barata' justifica o pecado, em vez de o pecador. A verdadeira graça, por outro lado, justifica o pecador, não o pecado. Deixe-me incentivá-lo a não ter medo da graça verdadeira pelo fato de alguns a interpretarem erradamente, considerando-a graça barata. A despeito dos riscos bastante reais, a graça é digna de todos eles."

A graça nos convida a viver em ainda mais santidade e temer ainda mais a Deus, não o contrário. Não devemos deixar nos levar por falsas doutrinas apenas pelo fato de estarmos cercados delas.


sexta-feira, novembro 25, 2011

Milagres x natureza

"E no dia depois de terem comido do produto da terra, o maná cessou, e os israelitas não o tiveram mais; mas naquele ano eles comeram produtos da terra de Canaã." - Js 5:12


Esse versículo narra um período da travessia do povo de Israel pelo deserto. Deus não os abandonou, Ele enviava o Maná para que o povo fosse sustentado nas áridas e inférteis terras do deserto. Assim que o povo teve acesso aos recursos naturais, o maná cessou - o milagre acabou.

Deus criou o mundo de uma forma completa, e o guia pelas leis da física. Ele não criou esse funcionamento para poder transgredi-lo toda hora, por isso os milagres são tão raros. 

Se você criasse algo fantástico, certamente só usaria outro instrumento com o mesmo fim caso fosse estritamente necessário. Assim também é com Deus, Ele gosta de trabalhar por meio das leis que Ele mesmo criou. 

Isso para os seres humanos é algo muito positivo, por mais que o senso comum evangélico clame por milagres o tempo todo. 

O maná sustentou o povo judeu no deserto, mas não foram poucas as vezes que o povo murmurou, querendo voltar para a terra de seus escravizadores, os egípcios.

Estudiosos especulam que o maná tinha o gosto de mel misturado com azeite, o que pode ter sido um motivo pelo qual o povo reclamava tanto. O povo queria que o milagre se portasse como o natural.

Todos somos assim. Se pedimos pela cura de um doente, é porque o queremos livre daquela doença, ainda que a natureza não colabore. Se queremos um milagre financeiro, queremos viver bem, não queremos ter dinheiro apenas para as necessidades básicas.No fundo, no fundo, quando pedimos por um milagre, queremos que tudo volte ao seu estado natural.

O brilhante escritor C.S. Lewis afirma: "Que Deus possa modificar e, de fato, por vezes modifique o comportamento da matéria e realize o que chamamos de milagre faz parte da fé cristã, mas a própria concepção de um mundo comum e, portanto, estável, requer que essas ocasiões sejam extremamente raras."

Por isso, creio que devemos desejar que as leis naturais sejam cumpridas, ainda que isso significa algo contrário ao que queremos que aconteça muitas vezes, como é o caso da progressão de uma doença terminal para a morte.

Lewis afirma também:  "Tente excluir a possibilidade de sofrimento implicada pela ordem da natureza e pela existência do livre-arbítrio, e você descobrirá que excluiu a própria vida." Essa frase não poderia ser mais verdadeira. Não podemos viver de milagres, porque senão não viveremos de fato, não seremos livres.

Eu prefiro viver nas leis naturais de Canaã que mana leite e mel, do que no deserto à base de maná. Mesmo que gigantes venham me perturbar em Canaã, sei que Deus está comigo, e isso me basta.

sexta-feira, setembro 30, 2011

Sem medo da verdade



"disse: Ó filho do Diabo, cheio de todo engano e de toda maldade, inimigo de toda justiça, não cessarás de perverter os caminhos retos do Senhor?"  -At 13:10
Uma das coisas que eu admiro no apóstolo Paulo (sim, porque são muitas) é a coragem de não se calar em meio à injustiça, onde quer que ela esteja.

Ele primava pelo evangelho e por Cristo, desde que este se revelara a ele, e confrontava àqueles que tentavam perverter essa mensagem, da mesma forma que ele não tolerava os cristãos, antes de sua conversão, por acreditar que eles iam contra a palavra de Deus.

Infelizmente muitos têm se calado frente às perversões do evangelho nas igrejas, por colocarem homens como autoridade absoluta na Terra, a despeito do que a Bíblia diz.

Precisamos de mais corajosos como Paulo, que denunciem essas pessoas como enganadoras, independentemente de quais sejam as consequências dessas denúncias para sua própria vida.

Antes defender o evangelho do que os homens, porque a graça nos foi dada por Deus, não por suas criaturas.

terça-feira, setembro 27, 2011

Ansiedade

"Não andeis ansiosos por coisa alguma; pelo contrário, sejam os vossos pensamentos conhecidos diante de Deus, por meio de oração e súplica com ações de graças." - Fp 4:6


"A ansiedade é ocupar-se de uma situação antes dela acontecer", diz sabiamente o reverendo Hernandes Dias Lopes. Muitos pensam que não sermos ansiosos significa apenas confiar em Deus. Não que isso seja errado, mas creio que, de acordo com o versículo lido, é uma visão incompleta.

Em Mateus vemos Jesus nos dizendo para não sermos ansiosos pois Ele, que cuida de cada pequena criatura, também há de cuidar de nós.

Gosto muito da analogia que meu noivo faz em relação à oração, e creio que ela traduz esse versículo em outras palavras.

Uma criança pequena, ao pedir uma bicicleta ao pai e receber uma resposta positiva, simplesmente confia que ele irá dar o presente. Sendo ele o pai, que sempre cumpre o que diz não existe a possibilidade de o pedido ser frustrado. 
Temos que aprender a confiar na vontade de Deus. Devemos entregar nossa vontade a Ele, dizer-lhe quais são os nossos desejos, nossos anseios, e confiar que Ele fará o que é melhor para nós. Afinal, se um pai humano, sujeito a falhas, pode cumprir uma promessa, Deus, sendo o Pai Perfeito, iria nos frustrar?

Não sermos ansiosos não significa não pedirmos a Deus o que queremos, antes significa abrir nosso coração a Ele, confiando que a vontade dEle irá nos satisfazer, mesmo que ela seja contrária ao que pedimos.

quarta-feira, setembro 21, 2011

Vendo Deus


"Deus está no meio de nós". É tão comum ouvirmos essa frase que, lendo o versículo acima, onde Jó discute com seus amigos sobre a questão do sofrimento, eu me lembrei do movimento da Terra. Calma, eu explico o porquê.


Quer saber mesmo? Acesse o Convite à Loucura que lá eu te explico ^^

terça-feira, setembro 20, 2011

Sonhos [quase] frustrados

"Se meu pai e minha mãe me abandonarem, o Senhor me acolherá." - Sl 27:10


Esse versículo é muito usado para consolar àqueles que perderam seus pais, ou foram abandonados fisicamente por eles, mas creio que sua aplicação pode ser estendida.

Muitas vezes temos grandes sonhos e nossos pais, por medo talvez, não nos apoiam. Daqueles que mais esperávamos força, temos rejeição.

A não ser em casos onde eles realmente estão sendo usados por Deus para proteger-nos de um desastre, sabemos que podemos contar com o suporte divino para essa luta até nossos sonhos serem realizados - até porque, se buscarmos em Deus esse apoio, de coração aberto buscarmos Sua vontade, Ele nos mostrará se devemos continuar ou não lutando por esses sonhos.

Por isso eu complementaria o versículo: "Se meu pai e minha mãe me abandonarem, física, emocional, ou espiritualmente, o Senhor me acolherá."

sexta-feira, julho 15, 2011

Crendo sem ter fé

                               

"Imediatamente o pai do menino clamou: Eu creio! Ajuda-me na minha incredulidade." - Marcos 9:24

A frase de fé mais sincera do mundo - é o que essa frase representa para mim. O pai desse menino da história bíblia teve sua fé colocada à prova. Ele pede a Jesus que, se puder, cure seu filho, que sofre convulsões há muito tempo. Jesus então diz a famosa frase que muitos usam sem ler o contexto: "Tudo é possível ao que crê."

Imagino o que está se passando na cabeça desse pai nesse momento:

"Bem, eu não sei ao certo se Ele pode curá-lo. Ele é Jesus, é claro que pode curá-lo! Eu já o vi curando muitas pessoas, porque não meu filho? Mas são tantos anos, tantas tentativas em vão de vê-lo curado, será que vai dar certo? Bem, ele me disse que tudo é possível àquele que crê..." Então ele diz: "Eu creio! Me ajude com minha falta de fé".

É como se ele estivesse dizendo: "Jesus, eu vi você fazendo isso antes, e eu quero crer que isso é possível, mas não sei se consigo suportar mais uma decepção, mais uma falsa esperança. Eu creio no seu poder, mas me ajude com a minha incredulidade!"

Muitos tentam ser super-heróis do cristianismo, achando que tem que acreditar que tudo será perfeito em sua vida. Se um problema surgir, é só crer, porque "tudo é possível" ao que crê.

Por muitos anos eu tentei viver assim, mas a cada milagre não ocorrido, a cada pessoa que morria, eu me sentia culpada, me sentia menos cristã, achava que talvez nem para o céu eu iria, porque não tinha fé suficiente para mudar os problemas da minha vida.

Quando li esse versículo atentamente vi que Jesus não requer uma fé de super-herói, Ele não quer que creiamos sem termos fé, Ele quer passos de fé. Ele quer que creiamos nele, mesmo que estejamos inseguros. Pode ser que os milagres aconteçam ou não, mas a graça dele sempre estará conosco.

A vida cristã não é isenta de problemas, mas Ele está conosco - e Ele venceu o mundo.

terça-feira, julho 12, 2011

O pai da fé

"Pela fé Abraão, quando Deus o pôs à prova, ofereceu Isaque como sacrifício. Aquele que havia recebido as promessas estava a ponto de sacrificar o seu único filho,embora Deus lhe tivesse dito: 'Por meio de Isaque a sua descendência será considerada'.Abraão levou em conta que Deus pode ressuscitar os mortos; e, figuradamente, recebeu Isaque de volta dentre os mortos." - Hebreus 11:17-19

Abraão é conhecido em todo meio cristão como o "pai da fé". Isso se deve ao fato de, principalmente, ele ter aberto mão de seu único filho em um sacrifício que o próprio Deus o impediu de concretizar.

Mas será que estamos conscientes sobre o que significou essa atitude de Abraão?

Isaque era a promessa de Deus para Abraão que, por meio de sua descendência, Deus encheria a Terra. 

Tanto se fala hoje da promessa de Deus, e eu creio que Ele não muda suas promessas. Deus tinha prometido a ele que por meio de Isaque uma grande nação se ergueria. Ao prontamente decidir obedecer a Deus e sacrificar seu único filho, ele estava abrindo a mão da promessa que Deus havia feito. 

Em uma sociedade evangélica onde se fala em tomar posse da promessa, não é tarefa fácil abrir mão dela. Mas Abraão disse pra Deus com suas atitudes que Ele era o que mais importava, e não Suas promessas. 

Oro para que Deus me dê, dia a dia, essa fé. Quero crer em Deus por quem Ele é, e não por aquilo que Ele pode me oferecer. E, mesmo que Ele me ofereça, quero estar disposta a abrir mão disso também. A graça de Jesus, que recebi pela salvação e que se mostra presente em todos os dias da minha vida, me basta.

segunda-feira, dezembro 27, 2010

Apesar de...


2010 não foi o melhor ano que já vivi. Infelizmente posso dizer que foi o pior, de longe o pior, ano que já vivi.

Mas, sei lá bem porque, resolvi fazer uma retrospectiva positiva. Porque apesar de ter sido péssimo, estou aqui no final do ano escrevendo essa retrospectiva não estou? Então esse deve ser um bom sinal.

Está certo que em um ano ruim como esse é difícil levantar fatos positivos para escrever uma retrospectiva positiva, mas, apesar disso, vou fazer. Até porque a retrospectiva é minha e eu bem sei que dois ou três fatos positivos podem até não compensar vinte mil negativos, mas prefiro citá-los a ficar aqui me lamentando por tudo de ruim que aconteceu. Não que isso - se lamentar - seja algo ruim, mas é que por decisão própria decidi não terminar o ano assim.

Deus me conhece bem, e sabe que me lamentei infinitas vezes com ele sobre esse ano, mas aqui estou eu, de cabeça erguida, pronta para enfrentar 2011, mesmo que seja para enfrentar outro ano ruim (o que eu acredito, ou espero, ou espero e acredito, que não vá acontecer. Considerando que seria o quinto ano do início de uma sequência de anos ruins terminou em 2010, vamos esperar que 2011 seja diferente).

Enfim,

em 2010 eu consegui um emprego, dois, na verdade. Um nas férias, que me ensinou a trabalhar, e outro de março a novembro, quando me demiti. Papai diz que foi irresponsabilidade, porque tenho que pagá-lo ainda pelo notebook que comprei (eis aí outra coisa boa, porque ele me deu muito mais liberdade e independência criativa), mas eu realmente acredito que o negócio da mamãe vai dar certo. E então na verdade são três empregos. 

Aproveitando a deixa então, consegui me formar. Em 2009 sair da UFMG parecia algo mais surreal do que parecia em 2006, quando comecei o curso. É coisa de quem repete duas matérias e tem um ano atrasado, eu sei, mas era mesmo real. Entretanto, eu consegui e aqui estou eu bacharel em Fonoaudiologia pela Universidade Federal de Minas Gerais formada na XV turma (coisa bacana de ter atrasado, apesar da turma de coração ser a XIII, quinze é um número bem mais bacana que treze, convenhamos). E um dia depois da minha colação de grau consegui um paciente para atendimento domiciliar. (eis aí o quarto emprego)

E já que estamos falando de conquistas, fiquei noiva. Outra coisa que parecia muito surreal desde junho do último ano quando o senhor (senhorito, se existisse essa palavra, por enquanto) Giovanni e eu fomos conversar com nossos pais e abrir o jogo sobre nosso sonho de casar. Nós, na época então desempregados e endividados, levantamos certa desconfiança, mas eles resolveram acreditar no conto de fadas que estávamos contando. Daí no dia 18 de novembro, dia do nosso aniversário de dois anos de namoro, ganhamos (ganhei, no caso) 1Up e um anel dourado com um desejo de vida longa e próspera (\\//_). E nosso sonho agora parece muito mais real, apesar de não termos ainda não tenhamos um emprego de verdade para realizá-lo - mas essa retrospectiva é para falar de coisas boas.

Continuando a série de conquistas, minha mãe finalmente montou seu próprio negócio e está vendendo marmitas, empadões e lasanhas para o bairro. Isso ainda vai ser grande no Brasil, e eu estou ajudando. E mamãe e papai completaram 25 anos de casado, com direito a aliança bonita e tudo.

Meu irmão passou de ano, o que, se tratando do meu irmão, mesmo nunca tendo levado uma bomba, é um milagre. E até prometeu que ano que vem toma jeito. Bem, se tudo isso aconteceu porque não acreditar que possa virar verdade essa promessa, não é mesmo?

Bem, é isso, apesar de tudo de tão ruim que aconteceu, estou viva. E sei que 2011 vai ser melhor. Mesmo que ainda tenham dificuldades, é o ano que vou começar a trabalhar como fonoaudióloga, vou ter um carro, meu maninho vai vir pra BH com sua família e eu também vou organizar meu casamento, então há de ser um ano bom.

Créditos da imagem: Priscila Freitas

sexta-feira, dezembro 17, 2010

Só porque um dia vocês vão estar aqui


Só porque se eu seguir em frente vou poder sentir vocês crescendo dentro de mim.

Só porque se eu não desistir agora vou ouvir a primeira palavra com letras trocadas e os primeiros passinhos cambaleantes de vocês.

Só porque se eu continuar lutando vocês um dia vão vir correndo e pular em meus braços me dando um abraço sem motivo algum.

Só porque se eu tiver fé vou receber uma cartinha com letras tremidas de "mamãe, eu te amo" no dia das mães, no meu aniversário ou numa data qualquer que vai ser melhor que qualquer presente no mundo.

Só porque se eu não fraquejar vou poder consolar vocês quando caírem de bicicleta, estiverem com medo ou mesmo depois da primeira decepção amorosa de suas vidas.

Só porque se eu tiver paciência agora vou poder desfrutar dessa virtude no dia que vocês se tornarem adolescentes e descobrirem que papai e eu estamos longe de sermos super-heróis.

Só porque se eu me levantar vou poder chorar de orgulho quando vocês se formarem na faculdade e segurar o choro num misto de alegria e saudade no dia em que vocês se casarem.

Só porque se eu prosseguir vou poder pegar um álbum antigo e assistir dvds de quando vocês eram pequenos e, junto com o papai, me emocionar.

Só porque se eu buscar mais força vou poder sentir a emoção de ser mãe ao quadrado, quando vocês me derem netos.

Só porque um dia vocês vão estar aqui - porque Deus há de me dar essa bênção.

E só por isso agora.

Vou acreditar mais uma vez que tudo vai dar certo.

E vou ter esperança de que as coisas vão mudar pra melhor.

E só por isso eu sei - eu tenho certeza - de que o melhor de Deus para mim (para nós) está por vir.

quarta-feira, dezembro 15, 2010

Salmo 151


Senhor, porque me sinto cada vez mais abandonada por Ti?

Eu tenho medo de acreditar que as coisas vão melhorar, porque sempre que faço isso tudo que era ruim fica pior.
Eu não tenho mais coragem para lutar, porque quando tento as minhas forças se acabam em vão, já que nada melhora.

Queria saber o que houve de tão especial e diferente na oração que fiz quando ganhei a bicicleta no sorteio em relação a todas as minhas as minhas súplicas que faça agora para que tudo melhore.
2010 foi de fato diferente. Nunca enfrentei um ano mais difícil em minha vida.


Mas eu não posso deixar de confiar em Ti.
Não sou merecedora de nada bom e mereço mais do que tenho enfrentado, mas o Senhor me permitiu formar, ficar noiva e ficar empregada quando mais precisava.

Apesar das minhas orações parecerem não passar do teto, sei que o Senhor me ouve.

Por favor, eu não mereço e o Senhor não precisa, mas deixe-me ver o seu agir.
Deixe eu ver um milagre em minha vida (da minha família) para eu saber que eles ainda existem.
Por favor, aja para que aqueles que te zombam pela nossa situação possam ver que o Senhor está conosco.
Por favor, dê-me forças para seguir em frente ou me carregue, porque não tenho forças para nenhum passo a mais.

E que seja feita a Tua vontade.
Pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre.
Amém.

quarta-feira, agosto 19, 2009

A fidelidade de Daniel

"Diante disso, os supervisores e os sátrapas procuraram motivos para acusar Daniel em sua administração governamental, mas nada conseguiram. Não puderam achar nele falta alguma, pois ele era fiel; não era desonesto, nem negligente. Finalmente esses homens disseram: 'Jamais encontraremos algum motivo para acusar esse Daniel, a menos que seja algo relacionado com a lei do Deus dele'. (...) Eles não me fizeram mal algum, pois fui considerado inocente à vista de Deus. Também contra ti não cometi mal algum, ó rei" - Dn 6:4,5,22b

A história de Daniel sempre me fascinou, desde que a ouvi pela primeira vez, na escola bíblica dominical infantil da qual eu participava.

Daniel foi um jovem exemplar, e podemos ver isso logo no início do livro que conta sua história, quando ele "não quis se contaminar com as finas iguarias do rei" (Dn 1:8). Ele continuou sendo exemplar durante sua vida toda e, por tantas qualidades, o rei planejava colocá-lo à frente de todo o império (Dn 6:3).

Duas coisas me deixam chateada nos dias de hoje, e talvez uma seja consequência da outra.

A primeira é que o livro de Daniel não é mais pregado nas igrejas. No máximo as crianças sabem superficialmente a história dos três amigos na fornalha e a história de Daniel na cova dos leões.

A segunda coisa é que, num mundo onde quem se destaca na maior parte das vezes não é o mais "fiel, não desonesto e não negligente", e sim o mais astuto e que consegue ter vantagem tirando proveito dos outros, os cristãos estão se amoldando aos padrões mundanos, ao contrário de seguirem o exemplo de Daniel.

Às vezes fico pensando se eu estivesse no lugar de Daniel. Será que os invejosos sátrapas e supervisores conseguiriam achar algum motivo para me acusar ou eu seria tão irrepreensível quanto Daniel e eles teriam que recorrer a acusações contra minha fé? E será que minha fé seria tão marcante quanto a dele?

Sinceramente admito que peco por negligência às vezes, e não tenho certeza de que minha fé possa se equiparar à de Daniel.

Toda vez que leio esse livro me sinto desafiada a melhorar, tanto na minha vida pessoal quanto na minha vida espiritual. E é por isso que fico chateada quando vejo que ele está sendo deixado de lado nas pregações contemporâneas. E é por isso também que quis compartilhar esse texto.

Para encerrar, deixo aqui um trecho da música Daniel, da banda Resgate, que resume bem o caráter de Daniel:

Se prostrar todo dia
E provar ser fiel
Ser lançado na cova
Sair ileso como Daniel

Que Deus nos dê a graça de sermos parecidos com ele.

quinta-feira, novembro 13, 2008

JESUS ROCKS


"E assim os fariseus disseram uns aos outros: 'Não conseguimos nada. Olhem como o mundo todo vai atrás dele!'" - João 12:19

Não acredito que os fariseus vão deixar de existir. Pessoas que distorcem a fé cristã, que ficam presas a legalismos idiotas, sempre vão estar por aí, faz parte da humanidade. Assim como nós só seremos perfeitos na eternidade, os fariseus só não vão estar presente lá também.

Em toda a história, fariseus tentaram destruir o cristianismo. Na época de Jesus, eles o perseguiram, na época dos apóstolos, eram os perseguidores de cristãos. Na inquisição, muitos inocentes foram acusados de bruxaria. Hoje em dia, alguns insistem em se apegar a detalhes e rituais que passam longe do evangelho.

Eu já escrevi alguns textos sobre fariseus aqui no blog. Acredito que o farisaísmo é a pior praga dentro da Igreja, mas como disse, não tenho esperanças de que ele vá acabar. Acredito que a Igreja tem que continuar combatendo esse tipo de coisa, e que os cristãos devem ser verdadeiros cristãos e não fariseus, e acredito que as pessoas podem mudar (não sozinhas, mas quando conhecem Jesus), mas ainda insisto que os fariseus não vão simplesmente desaparecer.

A melhor notícia de todas é que, mesmo que eles tentem destruir o cristianismo, mesmo que eles passem falsas imagens do que é ser cristão, ainda que muitas pessoas se enganem por causa deles, ainda assim, no final os ouviremos dizer: "Não conseguimos nada. Olhem como o mundo todo vai atrás dele!"

A verdadeira mensagem de Jesus sempre será espalhada, e por mais que os fariseus tentem, nunca conseguirão impedir que pessoas do mundo todo vejam a luz de Jesus refletindo sobre as trevas do mundo, e seguindo o Seu caminho.

JESUS ROCKS \o/

Fiquem com Ele =)

quinta-feira, junho 26, 2008

Sabendo a razão da nossa fé

"Estejam sempre prontos para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês" - I Pe 3:15b

Esse é um versículo relativamente conhecido da Bíblia, que nos fala de sabermos explicar a nossa fé. Não simplesmente crer, sem pensar. Isso é muito importante para todos nós cristãos. Algo fundamental para nossa fé.

Entretanto, como todo versículo fora de contexto, este também pode causar algumas confusões. Podemos responder a razão da nossa fé com a mesma agressividade com que alguns vem nos abordar. Sabe-se que o movimento evangélico hoje passa por crises, e que, portanto, algumas críticas deveriam ser aceitas por nós e convertidas em mudanças, mas não é esse o ponto que quero abordar nessa postagem. Vamos ver esse versículo completo, e em contexto com o versículo 16:

"Antes, santifiquem Cristo como Senhor em seu coração. Estejam sempre prontos para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês. Contudo, façam isso com mansidão e respeito, conservando boa consciência, de forma que os que falam maldosamente contra o bom procedimento de vocês, porque estão em Cristo, fiquem envergonhados de suas calúnias" - I Pe 3:15,16

Com esse trecho completo, podemos entender de forma mais ampla o seu significado. Para começar, o trecho fala de primeiro santificar Cristo como Senhor em nossos corações. Antes de buscar argumentos para responder ao orgulho ferido, às duras críticas de qualquer pessoa ao cristianismo, devemos nós mesmos santificar Jesus em nossos corações, ou seja, devemos acreditar que Ele é o único Senhor, que Ele é nosso salvador. Antes de tudo, Ele deve ser mais que tudo nas nossas vidas.

A seguir vem o texto que a maioria de nós conhecemos. Devemos saber responder quando nos pedirem a razão da nossa fé. Vejam que a palavra utilizada é razão, o que nos leva a estudar e saber os preceitos básicos da nossa fé. Sabemos de onde o cristianismo surgiu? Porque Jesus teve que morrer? Deus deixou de ser justo quando entregou Jesus, inocente, para morrer pelos pecados de todos nós, pecadores? Deus deixa de ser amável quando diz que o juízo virá? Entre outras tantas questões, sabemos responder a essas simples perguntas?

Mas logo depois, vem algo muito pouco falado, mas que está em seqüência no texto: "Contudo, façam isso com mansidão e respeito, conservando boa consciência, de forma que os que falam maldosamente contra o bom procedimento de vocês, porque estão em Cristo, fiquem envergonhados de suas calúnias".

Muitas vezes nos sentimos ofendidos pelas questões que as pessoas nos fazem, e as respondemos com agressividade. Ou se elas vem com agressividade criticar algo, nós rebatemos com a mesma moeda. Mas não é isso que a Bíblia nos orienta a fazer. Jesus mesmo disse, que se alguém nos ferir na face direita, devemos oferecer também a outra. Porque aqui seria diferente? Nós devemos responder com calma,com respeito e com os argumentos que nós temos e, se não soubermos a resposta, devemos humildemente reconhecer essa falta de conhecimento, e nos propormos a buscar a informação questionada. Fazendo isso, nossa consciência fica limpa, e nós seguimos a vontade de Deus para nossas vidas. Quem sabe se a pessoa que nos fez a pergunta enxergue o cristianismo com essa nossa simples atitude?

Eu me proponho a tentar.

Fiquem com Jesus=)

domingo, setembro 09, 2007

Eu quero ter um ano de idade


No desenvolvimento humano, aprendemos que “até os seis meses de idade, aproximadamente, um objeto deixa de existir para a criança quando sai de seu campo de visão. Aos 9-12 meses, a criança gradualmente desenvolve o conceito de permanência do objeto, ou a compreensão de que os objetos existem mesmo quando não são vistos.”
– [http://www.cro-pe.org.br/janabr2003/jan1.htm]

É muito comum ouvirmos a expressão “Deus sumiu” entre os cristãos, quando eles não vêem a ação direta e clara de Deus sobre as suas vidas. Eu ouvi hoje na célula essa frase, e logo me lembrei dessa etapa do desenvolvimento humano. Ao dizer que Deus sumiu porque não podemos ver sua ação estamos fazendo a mesma coisa que bebês de até seis meses de idade. Estamos dizendo que uma coisa existe apenas porque podemos comprovar com nossos olhos que elas existem. Não adquirimos a capacidade de discernir que mesmo que uma coisa saia do nosso campo de visão ela continua a existir.

Deus continua sendo Deus e continua a agir, independentemente se podemos enxergar isso ou não, é preciso um pouco de maturidade espiritual para nos convencermos disso. É muito comum que nos acreditemos nisso em todo o tempo, mas quando os problemas começam a surgir, então voltamos à antiga visão de que Deus sumiu porque não podemos ver sua ação.

Deus, dê-me graça para que eu possa te enxergar sabendo que o Senhor permanece Deus, ainda que tudo em volta diga o contrário. Ajude-me a saber que ainda está aí, e que eu continue confiando em Sua palavra, mesmo que eu não consiga sentir Tua presença ou viver uma experiência sobrenatural contigo. Ainda que eu não veja milagres e ache que minhas orações não passam do teto, que eu simplesmente saiba que continua existindo e que cuida de mim, não importa qual seja a situação.

Crianças de um ano de idade têm noção de permanência de objeto. Eis o motivo porque eu quero ter um ano de idade.

Soli Deo Gloria

quinta-feira, junho 14, 2007

Como seria minha vida se eu não acreditasse em Deus

Outro dia me surpreendi me perguntando como seria minha vida se eu não acreditasse em Deus. Em termos positivos, quis saber a respeito da função de Deus em minha vida (já sei, você vai dizer que reduzi deus a uma coisa e estabeleci com ele uma relação mecânica e funcional, mas deixa pra lá, você vai ver que não é isso, só estou usando a melhor palavra que achei). O primeiro impulso foi na direção da questão ética: Deus é minha matriz de certo e errado, bem e mal. Há muita coisa que faço e deixo de fazer na vida por acreditar que Deus é um padrão a ser seguido ou obedecido, não necessariamente por causa de Deus em si, mas a bem de quem o obedece ou segue: algo como seguir as orientações de um manual de instruções – você pode fazer do seu jeito, mas a coisa não vai funcionar, e o resultado não é que o manual vai ficar triste ou bravo com você, mas que a coisa não vai funcionar mesmo.

Logo depois desta conclusão rápida, me pareceu óbvio que Deus não seria a única alternativa para que eu tivesse uma orientação ética: os ateus e agnósticos também têm sua ética. O passo seguinte foi imaginar que outra função Deus ocuparia em minha vida além da referência ética.

Provavelmente você afirmaria o óbvio: Deus é aquele que cuida de mim, me protege, provê para o meu bem e minha felicidade. Embora eu acredite nisso, na verdade, não me basta, pois a vida está cheia de acontecimentos que me induziriam a acreditar exatamente o contrário. Caso eu dissesse a um cético que Deus é como um pai, mas um pai todo-poderoso que cuida de mim, certamente eu seria bombardeado de perguntas. Como disse Robert De Niro: “Se Deus existe, ele tem muito o que explicar”. Além disso, estar sob o cuidado de um superprotetor não é a razão porque acredito em Deus: de fato, abro mão de ser protegido – minha solidariedade com a raça humana não me permite esperar melhor sorte do que a das crianças abandonadas, dos enfermos crônicos, dos miseráveis e vitimados pelas atrocidades dos maus. Ou Deus protege todo mundo, ou a proteção não serve como fundamento para a crença nele.

A idéia de um ser lá em cima fazendo e acontecendo aqui em baixo, como um mestre enxadrista que faz dos seres humanos peças num tabuleiro cósmico nunca me agradou. Mas mesmo assim, acredito nisso: sou daqueles que acredita que Deus está no controle do universo e da história. O que quero dizer é que não acredito em deus como se as coisas que acontecem ou deixam de acontecer fossem resultado de decisões divinas, do tipo: vou dar este emprego pra ele? vou curar esta criança? vou dar este câncer de mama para ela? vou fazer com que eles se casem?, e assim por diante, como se Deus fosse uma máquina de decisões que não para nunca e afeta tudo quanto existe em tudo quanto é lugar em relação a todo mundo.

A maneira como percebo Deus é mais ou menos como percebo o sol: ele simplesmente está lá. Acredito em Deus mais ou menos assim: Deus está, ou se preferir, Deus é. Assim como o sol irradia seu calor sem cessar, também Deus afeta tudo em todo lugar em relação a todo mundo. O sol não precisa tomar decisões: ele simplesmente está lá. Assim também em relação a Deus.

É verdade que nem todas as pessoas e nem todos os lugares são afetados pelo sol, e também que as pessoas e lugares que são afetados pelo sol experimentam o sol de maneira diferente e com conseqüências as mais variadas. Mas não por causa do sol. O sol está sempre lá e é sempre do mesmo jeito. O que muda é a realidade sobre a qual o sol incide: se a pessoa está à sombra é afetada de um jeito, se está descoberta é afetada de outro; o fruto do topo da árvore é afetado de um jeito, escondido entre as folhas, de outra; a água do lago é afetada de um jeito, empoçada, de outro; uma planta em boa terra e irrigada é afetada de um jeito, em solo ruim e seca, de outro. O sol está sempre lá e do mesmo jeito, aqui embaixo é que as coisas são diferentes.

Assim também em relação a Deus. Ele é, e sempre do mesmo jeito, as condições que lhe são dadas é que mudam: uma criança sozinha na rua e outra num ambiente familiar de afeto e amor; um homem que aproveitou bem suas oportunidades de estudo e formação profissional e outro que não teve a mesma sorte; alguém com uma doença congênita e outra pessoa com propensão atlética; a periferia do Haiti e o condomínio na Califórnia. Deus é, e sempre o mesmo, fluindo de maneira plena e equânime sobre tudo e todos, em todo tempo e lugar. As realidades sob sua influência é que são distintas. Por esta razão as conseqüências de sua influência são diversas e jamais podem ser padronizadas.

Já imagino o que você está pensando. Você acha que acabei de tirar a dimensão pessoal de Deus, e passei a tratar Deus como uma força ou uma energia. Faz sentido, mas tenho uma saída. A diferença entre Deus e uma força ou energia é que as forças e energias não afetam dimensões pessoais. Por exemplo, não é possível prescrever 30 minutos de banho de sol para adquirir capacidade de perdoar, 20 minutos de banho de chuva para se livrar do vício de mentir, ou 45 minutos de banho de luz para se encher de compaixão. Essas coisas: amor, perdão, misericórdia, justiça, solidariedade, pureza de coração, alegria e saudades são atributos pessoais, relativos a seres conscientes, auto-conscientes, com capacidades afetivas-emocionais, intelectuais e racionais, e volitivas. Por esta razão, o sol é apenas uma metáfora – incompleta, como toda metáfora – para Deus.

Deus não é uma energia ou uma força impessoal, mas o Ser–em–Si, fundamento pessoal de toda a realidade existente. Como disse São Paulo, apóstolo: em Deus somos, nos movemos e existimos.

Dallas Willard me ajudou muito a compreender isso quando afirmou que a principal maneira como somos afetados por Deus é através de “pensamentos e sentimentos que são nossos, mas não tiveram origem em nós”. Esta é minha experiência de Deus. Continuo acreditando que Deus está no controle de tudo, é livre para tomar decisões e afetar a realidade conforme sua vontade, cuida de mim e de todo mundo, faz e acontece na história e nas minhas circunstâncias, dispões de pessoas para a vida e para a morte, e o que mais você quiser ou considerar necessário atribuir como capacidade e direito a alguém que seja chamado Deus, afinal, por definição, Deus é incondicionado e ilimitado. Mas todas estas coisas atribuídas a Deus me são imponderáveis e inacessíveis. O que me afeta de fato é que crendo em Deus e conscientemente me submetendo a Ele, experimento pensamentos e sentimentos que são meus, mas não têm origem em mim. Sou levado a um estado de ser ao qual jamais conseguiria chegar sozinho. Deus é meu interlocutor amoroso. Deus é meu companheiro de viagem.

O que acontece fora de mim, se Deus faz ou deixa de fazer, se foi ele quem fez ou deixou de fazer, não me diz respeito, minha razão não alcança, e, portanto, não é objeto de minha preocupação para caminhar pela vida. Mas o que acontece dentro de mim, isso sim, é tudo quanto eu tenho e me basta. Tudo quanto tenho para orientar a minha peregrinação existencial são sentimentos e pensamentos que são meus, muitos deles que não tiveram origem em mim. Isso é questão de fé. E essa é a minha fé: estou sob Deus, suplicante e humildemente dependente de seu amor para me tornar tudo quanto estou destinado a ser, independente do que me possa acontecer.

A mim me basta saber que em pastos verdejantes às margens de águas puras e cristalinas, ou no vale da sombra da morte, nada preciso temer, pois Deus está comigo, refrigerando-me a alma, guindo-me pelos caminhos da justiça por amor do seu nome. A mim me basta saber que se Deus é por mim, ninguém pode ser contra mim, pois nada pode me separar do amor de Cristo: nem tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada, pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Não sei como seria minha vida se eu não acreditasse em Deus. Muito menos se Deus não acreditasse em mim. E nem quero saber.

Ed René Kivitz (http://outraespiritualidade.blogspot.com)

terça-feira, junho 12, 2007

Minha história


Não nasci num lar cristão, mas é como se tivesse nascido, pois minha mãe se converteu quando eu tinha apenas cinco anos de idade. Criada então em uma igreja tradicional, aprendi todas as tradições do cristianismo - ou pelo menos eu achava que tinha aprendido. Sem dúvida alguma meu educador infantil foi um instrumento de Deus para a minha consolidação na fé cristã. Estudando a maior parte do tempo em escolas cristãs e convivendo apenas com cristãos, fui distorcendo aquilo que é o cristianismo verdadeiro.
Ao me deparar com o mundo real, fiquei muito assustada, confesso, quando vi as bases da minha fé sendo contraditas, e eu não tinha argumentos plausíveis para comprovar que minha fé era verdadeira (por mais que tivesse certeza que era). Mas tudo isso era necessário para que eu pudesse me tornar uma cristã autêntica, em fase de crescimento espiritual, e venho buscado ao máximo seguir o conselho de Pedro: "Antes, santifiquem Cristo como Senhor em seu coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês" - I Pedro 3:15. Virei uma entusiasta, realmente acreditando que o mundo todo poderia ser mudado pela minha simples vida. Comecei a ser uma caçadora do sobrenatural, e, claro, me decepcionava muito por não conseguir ter super experiências espirituais.
Quando enterei na faculdade vi que buscava pouco o conhecimento, e quase me enquadrei no que Deus disse no livro de Oséias 4:6: "Meu povo foi detruído por falta de conhecimento". Foi mais um choque. Descobri que a Igreja não era perfeita, simplesmente porque é constituída de homens e mulheres imperfeitos, como eu. Descobri também que nem tudo que ouvia sobre o cristianismo era verdadeiro. Com tanta confusão na minha cabeça, aliada aos problemas diversos da vida, tive que ter um momento de instrospecção e então tomei uma decisão, talvez a mais importante desde o momento que confessei que Jesus era e sempre seria Senhor da minha vida para sempre, aos sete anos de idade. depois de muitas decepções, comecei a formar um teologia própria, aliando o que ouvia e lia, à palavra de Deus - A Bíblia. Foi fundamental nesse proceso o meu ingresso para o ministério dos Salva-vidas. Sou eternamente grata aos meus líderes e colegas de ministério a ser uma cristã com uma fé verdadeira. A ABU também foi importantíssima, especialmente a ABU Fafich. Isso sem contar com os blogs de meus amigos e do site do pastor Ricardo Gondim.
Hoje prefiro acreditar que não posso impactar o mundo inteiro, mas posso fazer diferença para a parte dele que me concerne.
Estou cada vez mais convicta que a Bíblia é a palavra de Deus, e não há ninguém que possa me convencer a seguir outro caminho (ainda que dizendo seguir a mesma Bíblia que eu leio).
Por mais decepcionada que eu fique com o sucateamento da fé cristã hoje, fico feliz por saber que ainda há muitos que insistem em viver uma vida santa, de acordo com os padrões bíblicos.
Minha mente está fervilhando de idéias, vivo a fé mais ativa que jamais vivi em todos os meus 12 anos de vida cristã. Poderia dizer tanto aqui, dar tantos conselhos, ensinar tantas coisas, mas prefiro encerrar por aqui, deixando apenas o conselho que Paulo deu aos Colossenses, no capítulo 2 e versículo 8 de sua carta a eles: "tenham cuidado para que ninguém os escravize a filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas tradições humanas, e nos princípios elementares deste mundo, e não em Cristo."

Fiquem todos com Jesus=)

sexta-feira, abril 27, 2007

Simples assim


Nós temos a mania de complicar muito nossas vidas, especialmente quando começamos a crescer. Os estudos tomam conta dos nossos seres de forma tão incrível que não recorremos mais ao simples e óbvio. Para muitas coisas na vida isso é extremamente necessário, mas quando se trata de vida espiritual deveríamos ser como meu irmão, numa cena que presenciei ontem à noite.
Irei resumir a história. Na quarta-feira,25,o cachorro da casa da minha tia fugiu sem ninguém perceber. Todos ficaram tristes, tem 10 anos que ele vive conosco (vivo numa casa de dois andares, a de baixo é da minha tia), mas ninguém ficou tão abatido quanto meu irmão. Ontem não estava passando muito bem, então pedi a ele que lesse a Bíblia pra mim, em voz alta, e que antes fizesse uma oração. Aqui está ela: "Meu Deus e meu Pai, abençoe pra que eu entenda sua palavra, letra por letra, vírgula por vírgula, abençoe meu pai, minha mãe, a Dani e eu. E traz o Tobi de volta. Em nome de Jesus, amém". Eu fiquei a pensar naquela oração por um longo tempo, quando ouço lá de baixo minha prima comemorando a volta do Tobi. Meu primo o achou e, veja só seu relato: "eu estava jogando videogame, quando algo me disse pra ir lá fora. Como estava no meio da partida, terminei, e quando fui lá fora, o Tobi estava lá. Eu então abri o portão e o coloquei pra dentro".
Devemos perder o medo de conversar com Deus, de sermos sinceros com Ele.Muitas vezes transformamos a oração num momento de puro tradicionalismo e religiosidade, e, na verdade, nem falamos com Deus nesse momento, apenas enchemos nossos egos, nos orgulhando de nossa cultura e erudismo. E quando o Papai não nos responde nos indignamos, dizendo que Ele se esqueceu de nós, nos abandonou, muitas vezes chegamos ao ponto de questionar nossa fé.
O problema está conosco, nós nos perdemos na religiosidade e colocamos a culpa em Deus. Ele quer nos ouvir chorando pedindo nosso cachorrinho de volta, e nós temos medo de expor nossas emoções para Ele, colocamos uma máscara e fazemos uma bela oratória, mas sem nada de emoção nela. Isso quando os afazeres da vida não nos deixa imóveis, mortos espiritualmente, e nem nos esforçamos pra orar.
Deus não acha nenhum pedido sincero bobo demais. As pessoas podem achar besteira "incomodar" Deus com nosso pequenos problemas, mas Ele adora nos ouvir. Ele é Pai, e tem prazer em atender nossas petições. Ele se delicia em olhar para o nosso rosto brilhando quando um sonho é realizado. O Seu maior prazer é nos ver felizes. E com isso não quero apoiar que seremos felizes sempre, pois provas se fazem necessárias e as tentações são reais, mas em tudo isso, "somos mais do que vencedores em Cristo Jesus, nosso Senhor".
Resumindo: o academicismo não faz de ninguém mais sábio, se não for acompanhado de humildade, fé em Deus e amor pelo mundo.
Para encerrar, deixo aqui a música de David Quinlan, que traduz tudo isso que tentei explicar aqui:
"Quero ser como criança
Te amar pelo que és
Voltar à inocência
E acreditar em Ti
Mas às vezes sou levado
Pela vontade de crescer
Torno-me independente
E deixo de simplesmente crer
Não posso viver, longe do Teu amor, Senhor
Não posso viver, longe do Teu afago, Senhor
Não posso viver, longe do Teu abraço, Senhor
Abraça-me
Com Teus braços de amor"
De alguém que prometeu pra Deus ser sempre a menininha dEle.

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