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quinta-feira, fevereiro 14, 2008

O ensino plural e a Igreja atual


"O Programa Escola Plural (proposta político-pedagógica apresentada, em fins de 1994, pela Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte - SMED) altera radicalmente a organização do trabalho escolar com a instituição de novos tempos escolares tanto para os professores quanto para os alunos. Propõe o rompimento com os processos tradicionais e tecnicistas de ensino, que se baseiam na concepção cumulativa e transmissiva de conhecimentos; a eliminação dos mecanismos de reprovação escolar próprios da concepção seletiva e excludente de avaliação do ensino, faz críticas às relações unidirecionais em que apenas o professor avalia e tem esse poder e introduz, neste sentido, uma nova relação educativa onde todos avaliam todos. O Programa propõe modificar a relação dos sujeitos com o conhecimento, buscando novos significados para o conteúdo escolar numa perspectiva globalizadora e transdisciplinar."(1)

Esse foi um conceito mais formal que encontrei sobre a definição de escola plural. Na minha concepção, a escola plural nada mais foi do que uma estratégia para que Belo Horizonte ficasse reconhecida como "a cidade com mais crianças na escola - e aquela em que menos alunos repetem o ano".

O perigo dessa proposta é que as crianças realmente avançam as séries, porém, sem qualidade nenhuma. Conheço casos de alunos que chegaram à oitava série sem nem ao menos conseguir ler satisfatoriamente.

Sem um sistema que avalie (verdadeiramente) os alunos, sem reprovações, os alunos simplesmente se desinteressam pela educação, afinal, quer eles se esforcem para aprender, quer não, eles irão avançar para a próxima série e irão adquirir seu diploma.

Todos nós precisamos de alguém que nos lidere, que diremos então de crianças e adolescentes - no auge de seu desenvolvimento? Sem um líder podemos achar que mandamos em todos, e que temos direitos iguais aos de todos (mas queremos apenas os deveres que nos são convenientes).

Bem, até aí não há nenhuma novidade, mas o que isso tem a ver com a igreja atual (vocês me perguntam)?

Tem a ver, porque atualmente impera a teologia da prosperidade, onde praticamente nós nos tornamos deuses e temos direitos iguais aos de Deus.

Tem a ver, porque como deuses nós nunca somos reprovados, Deus nunca nos diz não, porque se disser nós nos afastamos dEle.

Tem a ver, porque se seguirmos a vontade de Deus ou não, Ele é misericordioso, e não nos mandará para o inferno por alguns errinhos não confessados.

Tem a ver, porque as pregações sobre bênçãos terrenas e prosperidade financeira lotam os templos, e ajudam os evangélicos a subir de número nas pesquisas.

Tem a ver porque excluimos o que é tradicional e correto, em trocas de ilusões agradáveis.

Só não tem a ver, porque depois de alguns anos foi comprovado que o ensino plural falhou e agora as escolas da prefeitura podem reprovar os alunos que não alcançarem a média estabelecida...

... e ainda não acabou a onda nas igrejas de "Deus tem que nos dar, somos filhos dele, herdeiros reais e blábláblá".

Obviamente, existem exceções. Meu pai, professor da prefeitura, recebe, com orgulho, notícias de ex-alunos aprovados no vestibular, em bons empregos, bem-sucedidos.

Assim também, há aquelas igrejas em que o cristianismo é mais pregado, e há pessoas interessadas em seguir os passos de Jesus (ainda que nada tenham nessa terra).

Infelizmente, esses exemplos ainda são exceções, e não regras.

Será que vamos ter que continuar produzindo "analfabetos cristãos" em massa, e ver que o fracasso está exposto demais, para tomarmos uma atitude e mudarmos de postura?

Eu sinceramente espero que não.


(1) Extraído e adaptado do site http://www.fae.ufmg.br/escplural/oqueescolaplural.htm

segunda-feira, dezembro 18, 2006

"Conversas filosóficas c/ um amigo às 01:44 da manhã"

Exatamente nessa hora estou eu a conversar com Helbert, meu amigo professor de História, como meu pai, sobre a educação brasileira.
Falávamos sobre o ensino plural, modelo adotado no Brasil apenas para contar como baixo índice de repetência, alto índice de crianças na escola. Crianças essas que, não poucas vezes, concluem o ensino fundamental sem saber ler o próprio nome, sem saber resolver uma operação matemática simples.
O problema do Brasil é querer ser uma potência econômica sem investir em educação.
O problema do Brasil é que quem sabe (ou pelo menos quem reconhece a existência) desse problema e de como resolve-lo não está no poder.
O problema do Brasil é que quem decide quem está no poder é o povo que sai das escolas sem saber ler.
Isso sem contar que o povo que sai da escola sem saber ler muitas vezes começa a aprender a ser criminoso, com a convivência em sala de aula. E daí é só o garoto ser preso para tirar certificado de conclusão do curso de bandidagem.
O Brasil então, conta com um grupo de analfabetos funcionais e, enquanto isso, os ladrões com nome de corruptos, porque estão no poder, continuam seus crimes ao mesmo tempo em que uma famlia morre queimada no interior de São Paulo e uma doméstica é condenada a quatro anos de prisão em regime semi-aberto porque roubou um pote de margarina.
Hoje (ou ontem) vi uma reportagem sobre uma penitenciária de segurança máxima que está produzindo resultados no Paraná. De onde vem esse resultado? Os presos aprendem uma profissão, têm condições humanas lá dentro.
Já que o benefício do povo não é o objetivo do governo, e sim, o crescimento econômico, que ele se espelhe então, na Coréia do Sul, onde a educação foi colocada como alvo e o país cresceu grandemente.
Acorda Brasil!
"Quem procura ter sabedoria ama a sua vida, e quem age com inteligência encontra a felicidade" - Pv 19:8

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