domingo, maio 13, 2007

Carta aberta a Sua Santidade, o Papa Bento XVI.

por Ricardo Gondim


São Paulo, 12 de maio de 2007.Sua Santidade,

Respeitosamente o saúdo com paz da parte de Deus.

Percebo-lhe feliz em sua visita ao nosso país; sinta-se bem vindo. Espero que acontecimentos de bastidores não lhe tragam constrangimento – sempre existem futricas privadas nas instituições humanas.

Alegrei-me também de perceber sua coragem em defender alguns princípios inegociáveis para a igreja católica como o aborto. Concordo que os fetos não podem ser considerados meros apêndices indesejáveis do corpo das mulheres, podendo ser extirpados sem critério.

Alegrei-me de vê-lo abraçando duas velhinhas magras e pobres - acredito que elas eram conterrâneas minhas. Sua Santidade não imagina como os idosos sofrem no Brasil. A grande maioria depende que seus familiares os acolham e, geralmente, são considerados um estorvo. Lembrei-me de minha avó, Sua Santidade, que viveu seus últimos dias abandonada sem afeto e sem atenção. Ela ficou cega, e porque vivia na casa de um tio muito mau, angustiou-se até a morte com o desdém e o abandono.

Alegrei-me quando vi Sua Santidade rodeado de sacerdotes de tradições religiosas não alinhadas à sua. No Brasil, nutríamos um medo muito grande que a lenha já seca da Inquisição, que Sua Santidade já presidiu, ardesse novamente. Regozijei-me pelo rabino sorridente que pediu sua bênção. Espero que ele se sinta perdoado, principalmente, depois do constrangimento de haver quebrado um dos Dez Mandamentos, e de ser preso nos Estados Unidos.

Permita-me dizer-lhe, com toda reverência, que fiquei muito, muito, triste com os termos que Sua Santidade se referiu aos evangélicos. Por favor, entenda-me, não estou com melindres. Eu mesmo tenho criticado bastante os evangélicos pelos seus sérios problemas doutrinários e pelas suas enormes dificuldades éticas. Longe de mim ousar corrigi-lo, papa Bento XVI, mas o termo “seita”, é sociologicamente anacrônico; ele comunica uma atitude preconceituosa em relação aos outros, por isso, o considerei despropositado para uma declaração pública, mesmo dirigida ao seu clero.

Entristeci bastante porque notei que Sua Santidade ainda repete o antigo pressuposto agostiniano de que “fora da igreja não existe salvação”. Não o censuraria, até porque reconheço a distância que nos separa - Sua Santidade lidera centenas de milhões de crentes e eu cuido apenas de uma comunidade local –, contudo, referir-se ao grupo religioso que mais cresce na América Latina como “seita”, revela a falta de sintonia dos seus assessores com os eventos daqui.

Permita-me – com toda reverência – fazer algumas considerações sobre o crescimento dos evangélicos neo-pentecostais:
1. Os evangélicos crescem porque conseguiram juntar o discurso doutrinário protestante com a simbologia mística que o catolicismo tanto difundiu no Brasil. Acredito que bispos e teólogos católicos terão enorme dificuldade para arrefecer a força dessa combinação. Saiba que existem similares evangélicos até mais fortes para as pílulas milagrosas do Frei Galvão – acredito que um erudito como o Papa Bento XVI não dá muito valor para pedacinhos de papel, em forma de pílula, com preces escritas que precisam ser engolidos para fazer milagre, também não acredito muito nessas coisas.


Os evangélicos agora se valem de rosas ungidas, copos d’água poderosos e dos vales com sal grosso para “amarrar demônios”. Parece-me que a máquina de criar símbolos é mais eficiente entre os neo-pentecostais até porque, todo dia, surge um novo objeto milagroso. Agora que a mensagem protestante foi adubada com a simbologia católica, o terreno ficou fértil.


2. Os evangélicos crescem, Sua Santidade, porque vêm de um começo belicoso – eles são filhos do fundamentalismo que reagiu fortemente ao “Liberalismo Teológico” da sua Alemanha. Os evangélicos aumentaram o número de fiéis porque, por muitos anos, enxergaram a igreja católica, como uma instituição adversária e partiram para cima dela.


Portanto, quando Sua Santidade os chama de “seita”, eles se sentem provocados e vão investir ainda mais contra os frágeis católicos nominais. Anote o que prevejo: a sangria dos católicos nominais continuará até depois de seu papado.

Oro a Deus que se esvazie a retórica antagônica entre nós, afinal de contas, trabalhamos pela mesma causa. Sua Santidade, sou amigo de alguns padres e, confesso: suas colocações me causaram desconforto; pareceu que em seu papado, antigas rusgas da Reforma recrudescerão.

Pior, achei que houve uma atitude desprezível da cúria do Vaticano em relação às pequenas igrejas como a minha, que lutam com tanto esforço para anunciar o Evangelho com integridade. Escrevo-lhe com carinho, em nome da harmonia entre os cristãos.


O conservo de Jesus,


Ricardo Gondim.


Soli Deo Gloria.

sexta-feira, maio 11, 2007

De Menininha a Trintaetrês

Olá leitores do Menininha.com,
Como havia dito, mudei o endereço do blog. O Menininha passa-se a chamar agora Trintaetrês. Talvez por uma mudança de perspectiva de vida da autora, talvez por ter gostado desse nome há algum tempo, não sei, mas porque Trintaetrês?
Os leitores mais atentos devem ter notado o motivo na descrição do blog, mas eu repito aqui de qualquer forma.
Eu tenho um ídolo, um herói, um amigo, um salvador. Seu nome é Jesus.
Aos trinta e três anos de idade Ele fez o que nenhum revolucionário teve coragem de fazer, deu a vida não por sua causa, mas por pessoas, como você e eu. Mesmo sabendo o tanto que iríamos decepcioná-lo, Ele quis morrer na mais cruel das mortes por um único motivo: amor. O único amor verdadeiro, incondicional. Os revolucionários não morreriam por pessoas que fossem contrárias às suas ideologias, aliás, eles morriam de medo da morte. Como já disse certa vez William Romaine: " a morte feriu a si própria, causando sua própria morte, quando feriu a Cristo".
Em Ezequiel 33:33 (um dos três versículos da Bíblia que estão no capítulo 33, versículo 33 - o outro está em Jó, e o outro em Números) está escrito assim: " Quando tudo isso acontecer - e certamente acontecerá - eles saberão que um profeta esteve no meio deles". Interessante um versículo como esse nesse endereço bíblico. Ezequiel profetizara acerca de várias coisas, inclusive sobre o reinado de Jesus (37:22). A morte de Jesus na cruz não foi o final de seu reinado, mas seu início. Foram três anos de ministério na terra, mas seus frutos continuam nascendo até os dias de hoje. Por isso o trinta e três é tão significativo na minha vida.
Acho que consegui esclarecer bem o objetivo do blog (ou reafirmar).
Aliás, esse é o trigésimo terceiro post publicado no blog.
Fiquem com Jesus=)

Um dia de TODO-PODEROSO

"Se Deus me concedesse sua onipotência por 24 horas, vocês veriam quantas mudanças eu faria no mundo. Mas se Ele me desse também sua sabedoria, eu deixaria as coisas como estão" - J.M. Monsabre

NÃO SE ENGANE


" O nosso Deus é um fogo consumidor" - Hebreus 12:29


O chavão "um Deus de amor", que mostra indulgência quando as "pessoas boas" (se é que existem) não satisfazem as expectativas de Deus, é bem conhecido, mas é totalmente errado. É verdade que Deus revelou Seu amor em Jesus Cristo, Seu filho. Ele amou as pessoas do mundo de tal forma que "deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3:16). Mas isso não faz dEle um "Deus de amor" que fecha os olhos para nossos pecados e erros. "Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida" (I João 5:12). Esse é um fato que temos que encarar.

Deus deu a lei ao povo de Israel em meio às apavorantes circunstâncias do Sinai. Nela estavam registradas as exigências mínimas que o povo teria que cumprir para satisfazê-Lo. Contudo, a lei provou a incapacidade do ser humano de fazer o que Deus ordena. Então, Deus enviou Seu Filho em amor, mas não às custas de Sua santidade. Desde o Sinai, Deus não mudou em nada acerca de Suas exigências, onde apareceu como um fogo consumidor.

Como Deus, que é luz, pode ser amor ao mesmo tempo? Como Ele pode perdoar, quando Sua santidade exige todos os Seus direitos? A Bíblia responde a tais questões. Cristo, o Filho de Deus, Se tornou o Substituto, suportando toda a ira de Deus sobre o pecado e toda a crueldade da cruz do Calvário. Agora Deus pode oferecer o perdão em uma base justa. Todos os que crêem em Cristo obtêm esse perdão maravilhoso.


Extraído do devocional "Boa Semente", 2007


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