quarta-feira, junho 22, 2011

Anotações de "Cartas de um diabo a seu aprendiz"

C.S. Lewis

Aqui, vale uma explicação antes de colocar as frases. 
C.S. Lewis, o conhecido autor de "Crônicas de Nárnia" e "Cristianismo Puro e Simples", escreveu esse livro em homenagem a seu amigo J.R.R. Tolkien (isso, o autor de "O Senhor dos Anéis"). Nele, um diabo "mestre", o Fitafuso, ensina ao seu sobrinho, Vermebile, como ser um tentador experiente, ou seja, como levar os humanos para o lado do senhor das trevas. Nesse livro, Deus é tratado como "o inimigo", já que Ele leva as pessoas para perto de si, e atrapalha as tentativas dos tentadores. O diabo é conhecido como "Nosso Pai", pai dos demônios. O ser humano tentado por Vermebile é chamado de "o paciente". Dito isso, seguem as frases:

"Há dois erros semelhantes mas opostos que seres humanos podem cometer quanto aos demônios. Um é não acreditar em sua existência. O outro é acreditar que eles existem e sentir um interesse excessivo e pouco saudável por eles." - p. IX

"O problema da argumentação é que ela leva a batalha para o campo do Inimigo" - p.2

"Se [os humanos] conseguirem atravessar essa avidez inicial com sucesso, eles se tornarão bem menos dependentes das emoções e, assim, bem mais difíceis de tentar." - p. 9

"Se eu, sendo o que sou, me considero em algum nível um Cristão, por que os defeitos das pessoas sentadas no banco ao lado seriam provas de que a religião delas é pura convenção e hipocrisia?" - p. 9

Dicas de fitafuso para incentivas brigas domésticas:
"1. Faça-o prestar aenção apenas na sua vida interior" - p. 12
"3. Quando dois humanos vivem juntos por muitos anos, é bem comum que cada um tenha um tom de voz ou uma expressão facial que sejam quase insuportáveis para o outro. Aproveite-se disso" - p. 13"

´'É engraçado como os mortais sempre nos imaginam enfiando ideias em suas cabeças, quando, na verdade, somos peritos em deixar coisas de fora" - p. 18

"O modo mais simples [de fazer os humanos falharem na oração] é evitar que olhem para Ele e voltem o olhar para si mesmos" - p. 18

"Onde quer que haja uma prece, existe o perigo de Sua ação imediata" - p. 18

"(...) você deve manter seu paciente sempre rezando para isso - a coisa que ele mesmo criou, não a Pessoa que o criou" - p. 20

"Obviamente, naquele exato momento de horror, de luto ou dor física [que a guerra produz] você poderá capturar a sua presa, quando ela deixar momentaneamente de raciocinar. Mas eu descobri que, mesmo nesse instante, se ele buscar refúgio no Inimigo, quase sempre será atendido" - p. 25

"Nada mais eficaz que o suspense e a ansiedade para proteger a mente de um ser humano contra o Inimigo. Ele quer que os homens se preocupem com o que fazem; nossa tarefa é fazê-los pensar constantemente sobre o que lhes poderá acontecer." - p. 26

"Quando os humanos não acreditam na existência de demônios, não temos mais os agradáveis resultados diretos do terrorismo direto e não podemos 'produzir' nenhum mago" - p. 31

"Todos os extremos, com exceção da devoção extrema ao Inimigo, devem ser encorajados." - p. 33

"Queremos que a Igreja seja pequena, não apenas no sentido de cada vez menos homens conhecerem o Inimigo, mas também no sentido de fazer com que aqueles que O conhecem adquiram uma intensidade inquieta e o farisaísmo definitivo em uma sociedade secreta ou de um grupo fechado." - p. 33

"Nós queremos apenas um gado que finalmente poderá ser transformado em alimento; Ele quer servos que finalmente poderão tornar filhos. Nós queremos sugá-los; Ele quer fortalecê-los. Somos vazios, e por isso queremos ser preenchidos; Ele está repleto e transborda. Nosso objetivo nessa guerra é um mundo no qual o Nosso Pai nas Profundezas possa absorver todos os outros seres nele mesmo; o Inimigo quer um mundo repleto de seres unidos a Ele e ainda assim distintos." - p. 38

"Nunca a nossa causa corre tanto perigo como quando um humano que não deseja mais, mas ainda assim tenciona fazer a vontade de nosso Inimigo, perscruta um universo do qual Ele parece ter desaparecido sem deixar rastro, e pergunta por que foi abandonado, e ainda obedece." - p. 40

"Nunca se esqueça de que, quando lidamos com qualquer prazer, na sua forma normal e gratificante, estamos de certo modo, no campo do Inimigo. Eu sei que já ganhamos várias almas através do prazer. Ainda assim, o prazer é invenção dEle, não nossa. Ele concebeu os prazeres. (...) A fórmula, portanto, resume-se a uma ânsia cada vez maior por um prazer cada vez menor." - p. 43

"Uma religião moderada é tão proveitosa para nós quanto religião nenhuma - e ainda mais divertida." - p. 44

"Enquanto ele [o paciente] adiar o momento de confessar a sua fé, estará numa posição falsa. Ficará em silêncio quando deveria falar, e irá rir quando deveria ficar em silêncio." - p. 47

"Todos os mortais tendem a se transformar naquilo que fingem ser; isto é uma lei básica." - p. 48

"O tamanho dos pecados não importa, desde que seu efeito cumulativo seja o de afastar o homem da Luz e levá-lo para o Nada." - p. 60

"De fato, o caminho mais rápido para o Inferno é aquele que é gradual - um leve declive, um caminho suave, sem curvas abruptas, sem marcações e sem placas." - p. 60

"Quando Ele fala sobre o fato de eles perderem a si mesmos, Ele apenas se refere ao abandono da vontade própria; uma vez alcançado esse abandono, Ele lhes devolve toda a sua personalidade e gaba-se (desconfio que o faça sinceramente) do fato de que, quando eles pertencem totalmente a Ele, serão mais eles mesmos do que nunca." - p. 64

"(...) quando, finalmente, aprenderem a amar o próximo como a si mesmos, terão permissão para amar a si mesmos como a seus próximos." - p. 70

"(...) o presente é o ponto no qual o tempo toca a eternidade." - p. 71

"A gratidão tem os olhos no passado e o amor no presente; o medo, a avareza, a luxúria e a ambição têm os olhos no futuro." - p. 75

"Nenhum fenômeno natural está realmente a nosso favor." - p. 77

"Pois não devemos permitir que os humanos percebam que todos os grandes moralistas são enviados pelo Inimigo - não para informar os homens, mas para relembrá-los, para restabelecer aquelas obviedades morais primordiais, opondo-se ao contínuo obscurecimento que fazemos delas." - p. 116

"Os evangelhos (...) foram escritos não para criar cristãos, e sim para edificar os Cristãos já existentes." - p. 118

"Os longos, inóspitos e monótonos anos da prosperidade ou da adversidade na meia-idade proporcionam um excelente meio para suas ações." - p. 146

"A prosperidade faz com que o homem fique preso ao Mundo. Ele sente que está 'encontrando o seu lugar no mundo', quando na verdade é o mundo que encontra lugar nele." - p. 146, 147

"Quando atacamos a paciência, a castidade ou a bravura, o mais divertido é fazer os homens cederem exatamente quando o fim de sua agonia estava logo ali na esquina (ah, se eles soubessem)." - p. 158

"A fina flor da profanação só pode crescer se for plantada perto do Sagrado. Em nenhum lugar a nossa tentação é tão bem sucedida quanto nos próprios pés do altar." - p. 202

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