terça-feira, novembro 11, 2014

Faça amor, não faça jogo - uma resenha (talvez)


Eu entrei num grupo de escritores sobre literatura. Aconteceu como acontecem as coisas na minha vida, assim, sem querer. Daí recebi a oferta de resenhar o livro do Ique, aceitei na hora.

O Ique não me conhece, de comum, só a cidade linda de nascimento. Eu fui à sessão de autógrafos do lançamento do livro dele. Era aniversário do meu pai e eu fui ao shopping para almoçar com ele e minha mãe (meu irmão estava fazendo prova do ENEM). Quando disse no Facebook que era aniversário do meu pai e eu iria levá-lo ao shopping o Ique curtiu o comentário.

Eu curti o almoço, daí cheguei atrasada para o bate-papo. Entrei na fila, comprei o livro. Quando voltei, um mundo de gente assistia o que o Ique tinha a dizer. Inclusive dois casais. Os dois moços ficaram atrás das namoradas, e protegiam o mundo delas. Mas eles tinham uns dez metros de altura cada e eu não chego a 1,70, e não gosto de salto. Na ponta dos pés, com meu All Star azul, eu tentava ver o Ique, e o pai dele. Quando vi o senhor Juarez eu fiquei muito feliz. Fiquei o resto do tempo escutando o que o Ique dizia, mesmo enxergando só as costas dos moços de dez metros de altura.

Daí, os autógrafos. Eu deixei meu pai andar na FNAC, porque nós dois somos apaixonados por livrarias. Vez ou outra ele voltava com alguma coisa legal para me mostrar. Atrás de mim uma menininha era entretida por um moço com nariz de palhaço, que a deixou desenhar numa caderneta. Chegando próximo à minha vez chamei papai, porque o queria na foto comigo e o Ique. Ele fazia graça do Ique abraçando as meninas e que não via nenhum moço tirando foto com ele. Eu mostrei, ele ainda assim meio que fugia, mas ficava na fila comigo para eu ficar feliz.

O Ique autografou o livro, e ele é muito legal, então escreveu um tanto, não só uma assinatura. Papai gostou da atitude. Daí a foto. Meu celular, com 1% de bateria, deu conta de duas fotos e morreu. Papai só apareceu na segunda, de olhos fechados.

Daí hoje li o livro, reli alguns textos do blog. Não ouvi as músicas - o livro vem com QR codes para você poder ouvir lendo os textos, igual ao blog, achei fantástica a ideia -, porque meu celular estava carregando (eu tenho que trocar de bateria). E antes de comentar sobre o livro (como se esses seis parágrafos não fossem o suficiente para uma super introdução), eu tenho que dizer que, provavelmente eu não sou a típica leitora do Ique. Claro que acho lindas as coisas que ele diz sobre o amor e acredito nelas, até porque tenho meu próprio "Ique". O nome dele é Giovanni e ele me fez acreditar de novo no amor. "Elas só querem alguém para sorrir junto", dizia o livro. E o Gi me faz sorrir junto com ele. Ele, que adora repetir frases de livros ou filmes sem nunca ter os lido, já dizia pra mim que a melhor parte não era ter me encontrado, mas viver ao meu lado todos os dias. Nós dois somos bobos sonhadores, e os textos do Ique me fazem identificar com ele, não sonhar com alguém que me diga o que ele diz.

Três coisas, porém, acontecem quando leio os textos do Ique: uma, eu volto à adolescência e leio essas histórias para a Dani de 14, 15 anos de idade, que não acreditava que alguém fosse gostar de menina que não gosta de salto, não é magra, usa óculos, ama futebol e Star Wars, além de ter a foto colada ao lado da definição de desastrada, no dicionário. Alguém que até tentou ser como as outras meninas, mas, é claro, não conseguiu - ainda bem! Eu leio para ela: "Você é de um. Ele, qualquer um."

A segunda coisa é que eu lembro do meu avô, e do meu pai. Meu avô morreu de câncer, e era como se fosse meu segundo pai. Quando leio os textos em que o Ique cita o pai dele ou têm versos escritos por ele mesmo, eu me derreto. Eu não choro, não por querer provar nada, mas porque nunca fui de chorar. Na época em que tentava ser igual às meninas que todos os meninos gostavam até tentei, mas não dava certo, era patético, até. Mas meu vô é uma saudade constante, e eu choro quando leio sobre o pai do Ique.

Ano passado estava nos Estados Unidos. O meu pai ficou doente. Era câncer. Ele fez a cirurgia, retirou o tumor todo. Um pouco antes de eu voltar, pneumonia. Minha mãe também ficou doente, infecção urinária e pedras nos rins. Duas amigas minhas perderam mães assim. Eu fico com medo cada vez que ela é internada. Mas daí eu lia o Ique: "Se você soubesse que hoje é seu último dia de vida, você passaria ele chorando?", e sorria.

A terceira coisa é que me vejo, como escritora, no que ele faz. De negar proposta de editora grande para fazer as coisas com amor (não que eu tenha recebido proposta alguma, na verdade). E a timidez, típica de escritores, na verdade. Deve ser por isso que só falei meu nome para o Ique assinar, e nada mais. Ah, claro, agradeci pela foto e o autógrafo.

Eu prometo, Ique, que não vou te contar o final do livro. Até porque odeio spoilers. Mas eu só agradeço pelos poemas lindos que escreve, que enche o coração de todos de esperança. E agradeço ao seu pai também, por ser quem ele é, um romântico "à moda antiga".

Em resumo, o livro é quase o blog escrito. Mas é livro, com cheirinho de livro e novidades tecnológicas. É a cara do escritor e com certeza vai agradar quem acompanha o blog, e fazer quem nunca leu o blog ficar com vontade de acompanhar. Eu, como leitora do blog e amante de livros, amei.


ps: Eu sofro de um problema, "pego sotaque" muito fácil. E isso acontece quando escrevo também. Acabei de ler "Faça amor, não faça jogo" e talvez devesse ter esperado para escrever. Mas se acharem que fiz o texto tentando escrever como o Ique, acreditem, não foi intencional.

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