"E se, sob o sistema antigo, o sangue dos touros e bodes e as cinzas das novilhas eram espalhadas sobre as pessoas impuras e tornavam as pessoas exteriormente puras, quanto mais o Sangue de Cristo transformará as nossas vidas e os nossos corações. O sacrifício dele purificará a nossa consciência de atos que levam à morte e nos faz desejar servir ao Deus vivente; pois, com a ajuda do eterno Espírito Santo, Cristo de bom grado entregou-se a Deus para morrer pelos nossos pecados - ele, que era perfeito, sem uma única falta ou pecado."- Hebreu 9: 13-14
A natureza do ser humano é pecaminosa em sua essência, é o que sabemos de tanto ouvir na igreja, ou até mesmo de ler na Bíblia.
Será, contudo, que estamos cientes disso, na prática? Afinal de contas vivemos nos esforçando para viver em conformidade com os padrões de moral que acreditamos. Vivemos tentando alcançar a perfeição, mas é claro que não conseguimos ser perfeitos.
Penso que o que falta é corrigir a nossa motivação para isso. Vivemos tentando ser perfeitos, muitas vezes, porque temos incutido em nossas mentes que, para receber o favor de Deus, para sermos salvos, nós devemos o agradá-Lo, devemos ser perfeitos. Porque pessoas boazinhas vão para o céu.
Protestantes sempre negarão essa máxima, mas a verdade é que, mesmo inconscientemente, muitos vivem assim. Principalmente nesse ambiente sulfuroso da teologia da prosperidade. Quem sofre está em pecado e, portanto, temos que viver de maneira correta e agradar a Deus para que esse deus de barganha não nos castigue.
Não é o que a graça ensina, e que está registrado nesse trecho de Hebreus. O sangue de Cristo é que purifica nossa mente do pecado, é ele que nos "faz desejar servir ao Deus vivente". E o motivo está na mesma frase: Cristo - que era perfeito, sem uma única falta ou pecado - de bom grado entregou-se a Deus para morrer pelos nossos pecados.
Ainda bem que é assim! Porque não conseguimos lutar contra nossa própria natureza sozinhos. Somos naturalmente incapazes. O único que pode nos ajudar a nadar contra a maré é Deus, por sua infinita graça manifestada no sacrifício de Jesus.
Os sacrifícios do antigo testamento, e do próprio Jesus, nos lembram que o salário do pecado nada mais é que a morte. Só que alguém resgatou esse salário por nós, e nos deu uma nova vida - Jesus.
Isso não é, de maneira alguma, desculpa para deixarmos de fazer o bem e vivermos como bem nos aprouver. Pelo contrário, por gratidão, me sinto ainda mais impelida a tentar viver corretamente, do que se fosse por mera obrigação, ou porque tenha algo a alcançar.
O preço da graça é incalculável, e a única resposta que eu vejo a ela é servirmos de refletores, que recebem a luz e a espalham. Refletores só espalham a luz porque a receberam primeiro, não faria sentido tentar refletir para alcançá-la, já que eles não fabricam luz por si próprios. Apenas por meio do Espírito Santo em nós é que temos capacidade de transmitir a graça.
Portanto, se fazemos o bem, façamos com a consciência de que somos apenas refletores, refletores da maravilhosa graça que nos alcançou.
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