terça-feira, dezembro 31, 2013

Retrospectiva 2013


Chegou aquele meu momento de fazer a retrospectiva do ano. Comecei esse blog em 2006 e nunca tive uma retrospectiva realmente maravilhosa para escrever. Foram anos difíceis desde aquela época, textos difíceis de escrever, pois eram momentos doloridos que precisavam ser revistos.

Mas nesse ano, eu, a especialista em sonhos frustrados, vivi o inimaginável.

Um ano perfeito não significa que não passei por momentos difíceis, porque passei, e como - de estrangeira desamparada nos EUA à distância da minha mãe que adoeceu, sem mencionar a saudade estratosférica do Gi e dos momentos que ainda nem vivemos.

Só que como num jogo de futebol de final de copa do mundo, numa dessas em que o Brasil ganhou contrariando todas as expectativas; meu ano virou o jogo.

Eu dediquei posts exclusivos a isso, mas não poderia deixar de falar mais uma vez. Eu não apenas conheci pessoalmente os Yanceys, eu me tornei amiga deles.

Eu tive um grande progresso na escrita do meu livro e ganhei amigos incríveis de algumas partes dos EUA e do mundo. Meus amigos do Brasil se fizeram presentes, mesmo à distância.

Eu comprei coisas legais com meu dinheiro, ganhei presentes maravilhosos e conheci lugares incríveis. Ganhei uma nova família, pessoas maravilhosas que vão estar pra sempre em meu coração.

Eu li livros em Inglês, aumentei minha biblioteca (e ganhei minha primeira estante que me aguarda no Brasil).

A lista, na verdade, poderia continuar por dias...a mesma graça que esteve presente nos últimos e sombrios anos da minha vida me surpreendeu esse ano. Meu coração machucado foi cicatrizado de tantos sonhos frustrados, por sonhos que se tornaram realidade (alguns deles que nem ousaram virar sonhos de fato).

2014 está batendo à porta. Tenho planos, mas não sei o que me espera. Confio na graça de Deus, porém, que está sempre comigo e não falha, sejam anos felizes ou tristes, eu posso terminar meus anos em paz sabendo que Ele está comigo sempre.

Dizem que a gente só aprende quando sofre, eu discordo. De fato aprendi muito nos últimos anos, e em todo sofrimento que passo eu aprendo mais. Mas também podemos aprender quando coisas boas acontecem. Na verdade, estar perto de Deus quando está tudo bem é um desafio a mais, aprendemos a estar com Ele não apenas quando precisamos dele - não que exista um tempo que não precisemos, mas existem tempos em que podemos andar com nossas pernas e viver como se não precisássemos - mas em todo tempo.

Não preciso entender todos os porquês do mundo, só preciso confiar em Sua graça - em sua imprevisível, surpreendente, ilógica, inexplicável e maravilhosa graça. Eu só preciso sonhar.

quarta-feira, dezembro 25, 2013

Aquele sonho impossível - Carreira


Sábado, 14 de Dezembro de 2013

Dormi achando que estivesse sonhando e acordei confirmando que o sonho estava acontecendo de verdade. Tomamos café em casa, um cereal quente com iogurte, muito gostoso, que a Janet fez. Não consegui terminar meu prato. O Philip é o lavador oficial de vasilhas, lavou todos os dias em que eu estava lá (e não só porque eu estava lá).

- Já decidimos se raposas comem aveia?
- Não sei, pode deixar aqui que a gente decide mais tarde.

Minha vasilha com o cereal ficou lá pela metade. Eu detesto desperdiçar comida, mas realmente não conseguia terminar.

Philip tinha um almoço de ex-alunos da Wheaton College naquele dia, daí iríamos com ele e depois à uma peça de teatro. Passamos a manhã conversando, maior parte do tempo Janet e eu, já que Philip precisava se arrumar para o almoço. Saímos inclusive para uma caminhada pela vizinhança.

Que pessoa incrível a Janet é. Eu já era fascinada por ela pelo que o Philip escrevia, mas ela era uma personagem, agora eu estava conhecendo a pessoa. Por mais fascinada que estivesse em conhecer o Philip, pelos e-mails que a gente trocava há anos eu me sentia mais íntima dele. Eu tinha começado a trocar e-mails com ela recentemente, depois do Wild Goose Festival, mas foi nesse fim de semana que a conheci de verdade. E nem precisa ser casado com ela pra querer escrever sobre ela. O casal Yancey é realmente fascinante.

Ela me mostrou as montanhas famosas que eles haviam escalado, onde ficava a casa antiga que eles moravam, me fez perguntas, mostrou o local onde uma alce fêmea morreu e não foi comida pelos pássaros ou por nenhum animal, só ficou lá até se decompor por completo. Eram só os ossos, mas a neve cobriu.

Mostrou um barril e me explicou que a areia que tinha dentro era pra ser jogada na estradazinha, pra criar atrito pros carros e principalmente caminhões de entrega poderem trafegar com mais segurança.

Explicou que as crianças do Colorado têm aulas ao ar livre onde aprendem a diferença entre os pinheiros. E me mostrou como diferenciá-los.

Foi uma manhã maravilhosa ao lado dela. Chegando em casa ela contou ao Philip sobre o alce que foi coberto pela neve.

Antes de irmos ao almoço paramos numa montanha, Red Rock ou algo do tipo, onde uma arena foi sede de vários shows de bandas super famosas ao longo do tempo.

Chegamos ao local do evento, onde tinha aquelas etiquetinhas com nomes. Daí Philip reviu alguns amigos e eu fui apresentada a eles.

- Essa é a Dani, nossa amiga do Brasil.
Sou amiga dos Yanceys, tra la la la la
- Muito prazer, blalwfjwu?
- Oi?
- Ela vai ser escritora, foi assim que a gente se conheceu.
Eu imagino que devo estar da cor dos enfeites de natal agora.
- E o que você está escrevendo?
Eu estou falando mesmo sobre meu livro??
- No momento estou trabalhando em um livro sobre a graça, como eu consigo vê-la em diferentes aspectos das nossas vidas.

Philip olhava pra mim com um olhar de pai orgulhoso enquanto eu falava.

No almoço conhecemos Julie, uma senhora de meia idade que morou com o marido no Japão por mais de 20 anos. Ela venceu o câncer duas vezes e estava em tratamento de novo. Ela tinha um sotaque meio oriental para falar, apesar de ser mesmo americana. Os dois eram super simpáticos, conversei "profissionalmente" com o marido e ele me fez várias perguntas sobre o Brasil, ficou bastante interessado. Com ela conversei menos, mas a simplicidade e a alegria de viver eram impressionantes, ela radiava gratidão. Eu sou simplesmente apaixonada por histórias de câncer, é inevitável.

Na nossa mesa também tinham duas meninas, irmãs. Uma foi pra Wheaton, a outra era a convidada da irmã. Elas passaram o almoço todo conversando com o Philip, elas bobas igualzinho a mim conversando com ele e ele conversando com elas super simpático como sempre.

E tinha mais uma moça, Thereza Linn com seu filho, que estava fazendo mestrado em Ópera em alguma faculdade famosa que eu esqueci o nome. Além de um outro rapaz, casado e que estava desempregado. Thereza conhecia o Philip, ele me contou no fim do dia no carro de onde se conheceram. Na mesa deram indicações de locais pro jovem conseguir emprego.

Não me lembro de ter conhecido mais ninguém no almoço, a não ser um dos palestrantes, esse a qual fui apresentada como amiga-dos-Yancey-que-veio-do-Brasil-e-vai-ser-escritora, mas desconfio seriamente que sentei na mesa mais legal.

O almoço era sanduíche natural com salada e de sobremesa uns bolinhos típicos americanos.

Fomos para a peça de teatro, que produção incrível! Das criancinhas ao velhinho que fazia o Mr Scrooge, todos excelentes atores, e a produção em si era impecável, efeitos maravilhosos, trilha sonora perfeita, evento cultural para ninguém botar defeito. Leitura de Isaías 9:6 por um menininho em determinado momento da peça.

Sentado atrás da gente estava o casal que morou no Japão. No almoço Janet tinha comentado sobre o que tinha gostado de lá, e é claro que eu ficava maravilhada. Eu "esquecia" que estava na casa de um casal que já viajou pra boa parte do mundo. Em determinado momento do dia, falando sobre viagens com a Janet, ela percebeu meu brilho nos olhos e disse que eu deveria viajar o mundo inteiro um dia, e ainda afirmou que quem sabe um dia eu não faria isso? Eu era escritora, afinal de contas.

A Julie é uma pessoa incrível que eu queria ter tido mais tempo de conversar. Ela me desejou feliz natal e boa estadia nos EUA até eu voltar pra casa, não por formalidade, porque dava pra notar a sinceridade dela ao realmente me desejar toda felicidade no mundo. Eu realmente queria ter tido mais tempo de conversar com ela, pessoa realmente incrível.

Saímos da peça de teatro e fomos dar uma volta à pé por Denver. Primeira parada foi num mercado de rua, especial pro natal. Comemos castanhas cozidas na hora, procuramos pelo enfeite da irmã da Janet. A Janet descascou umas castanhas, me deu e ofereceu ao Philip.

- Não, obrigado.
- Não está com fome?
- Eu prefiro descascar minhas castanhas, me faz sentir mais útil.
Ego masculino e sua necessidade de auto-afirmação, presente nos melhores homens, hahaha.

Fomos tirar foto num urso gigante que espia um prédio de vidro, ponto turístico pra fotos famoso por lá. O Philip tirou a foto.

Depois de andar pela cidade fomos jantar num restaurante brasileiro chamado Cafe Brazil. Os donos eram Colombianos. A música era hispânica. O menu era brasileiro - atração principal Feijoada e caipirinha. Pedi uma feijoada de frango, Janet também. Philip pediu feijoada completa. Eu pedi um suco de manga pra acompanhar, que estava uma delícia. Antes da feijoada servem uma "sopa" de iogurte de mamão com cebola e sei lá mais o que, para acalmar o estômago pra feijoada. Era extremamente picante, não terminei nem a primeira colher. Os dois amaram a comida, mas não pediram sobremesa, Philip queria a torta de noz-pecã que aguardava em casa.

- Ele adora sobremesa!
- É verdade.
Ponto em comum \o/

Chegando em casa ele comeu a torta, mas eu não aguentava comer mais nada. Ele falou: "tem dias que certa coisa não sai da sua cabeça, sabe?", e comeu a torta na maior felicidade do mundo, mas dizendo que estava sendo mal-educado na frente da visita, por comer quando eu não estava comendo. Eu disse que não tinha problema. Conversamos mais, falamos mais sobre o meu futuro como escritora, minha vida e planos no Brasil, foi um tempo muito bom.

Ele me contou da Thereza (do almoço). Ele deu uma palestra há alguns anos falando sobre amar nossos inimigos. Mostrou uma foto da Al-Kaeda falando, "esses são nossos inimigos". O marido dela estava na plateia e decidiu criar um site com fotos de terroristas chamado "adote um terrorista para oração (https://atfp.org/)". Você vai lá e adota um terrorista para oração. Li sobre isso em um de seus livros e me dei conta que conversei com mais uma das personagens de seus livros.

Philip olhou meu Facebook, cada postagem. Publicou um comentário em uma das minhas fotos agradecendo por eu estar lá.

Eu tenho um comentário do Philip Yancey no meu Facebook!

- Obrigado por me ensinar a mexer nisso, vou acompanhar seu Facebook para saber como você está.

!!!!!!!!!!!!

- E você já traduziu em público, Dani?
- Ahn?
- Se eu fosse te visitar e falasse em algum lugar, você me traduziria?
=O
- Ah, não, nunca traduzi em público, só as conversas da minha host mother e minha mãe.
- Elas conversam?
- Aham, e eu fico traduzindo os dois lados.
- Ah, sei, ela fala: "ela é muito irresponsável", você traduz: "ela é extremamente responsável". Ela fala: "ela é péssima com as crianças", você diz: "ela é ótima com as crianças", por aí, né?
- hahahahahahaha, não, eu traduzo direitinho, mas ela gosta de mim, hahaha.

Depois de muita conversa fomos dormir, o último dia estava chegando. Engraçado como o tempo parecia estar passando muito rápido e parecia estar durando pra sempre, ao mesmo tempo.

Domingo, 15 de dezembro de 2013

Então, o último dia tinha chegado. No dia anterior Philip tinha comentado que não passaria o dia inteiro com a gente e Janet falou pra eu arrumar minhas coisas porque da igreja a gente não voltaria mais pra casa.

Portanto, acordei muito cedo, e fiquei só curtindo o quarto e relembrando cada segundo, tentando absorver o sonho que era realidade. Olhei pela janela e vi as lindas montanhas do Colorado. Pensei no quanto seria legal morar por lá.

Conversei com uns amigos no Facebook, troquei de roupa, arrumei as malas e o quarto. Desci e era o Philip que estava lá. Poderiam ser mil dias que acho que ainda achar super legal acordar e ver o Philip tomando café no sofá da sala dele.

Nesse último dia Philip fez o café da manhã, omelete com queijo e presunto. Já estou quase acostumada com a cultura americana de comer esse tipo de coisa de manhã, então comi feliz. Na verdade, estava com fome pela primeira vez desde que cheguei. A altitude atrapalhou meu estômago um pouco. Depois disso a Janet descascou uma manga pra eu comer, comi mais da metade.

Depois do café eles foram se arrumar para sair. Philip voltou primeiro e eu tomei coragem e pedi pra ele assinar os livros que eu trouxe na bagagem. Coloquei um nome a mais porque calculei mal, ele foi no escritório buscar mais um e assinou. Eu não queria incomodar, mas ele achou super legal o que eu fiz. Pediu pra eu não guardar os livros pra mostrar pra Janet o tanto de livro que eu tinha trazido para ele assinar.

Antes disso ele já tinha me dado o livro dele de lançamento "The question that never goes away", que vai lançar aqui só em Janeiro, mas já foi lançado na Inglaterra (essa edição era com inglês britânico, portanto, ou seja, a perfeição - livro do Philip em inglês britânico). E um outro pra levar pra minha host mother em agradecimento por ter me deixado ir pra casa deles.

Eu comprei uns presentes pra eles que não chegaram a tempo de eu levar pra lá. mas escrevi uns cartões.

- Own, você é uma escritora, Dani, uma escritora bilíngue!

Ele comentou mais um pouco da casa que eles tinham que ficava literalmente no meio das montanhas.

- A vida é cheia de perdas e ganhos, Dani. Perdemos a montanha, mas ganhamos esse riacho. Você perdeu o contato diário com sua família e noivo, mas está aqui vivendo coisas incríveis.

Como Philip não passaria o dia todo com a gente, fomos em carros separados. Janet em um carro, Philip e eu em outro. Cavalheiro como ele tinha se mostrado todos os dias, abriu a porta do carro pra mim e a gente foi pra igreja conversando no carro.

O meu mentor pra vida estava de fato me dando dicas pra tudo, e estávamos conversando coisas nada a ver também, como dois amigos fariam. Conversamos sobre minhas características de introspecção.

O culto foi super bacana. Lá estava eu na igreja, cantando e ouvindo a pregação, ao lado dos Yanceys. Acho que o fato de eu ter vivido essas coisas cotidianas foi uma das coisas mais incríveis dessa viagem. As conversas profissionais durante o sábado foram realmente incríveis, mas o cotidiano de alguém(ns) que eu tanto admiro foi algo que eu realmente fiquei maravilhada em poder viver.

Após o culto, Philip se despediu. Ele ia sair da cidade e ir pras montanhas pra apressar a escrita do seu novo livro, ele quer terminar esse mês ainda. Eu imaginei que a despedida ia ser muito diferente, mas eu me despedi com a sensação de que estava me despedindo de um amigo que eu logo veria de novo, mesmo não tendo ideia de quando vou ter a chance de vê-lo novamente.

Janet e eu voltamos pro carro, onde fomos conversando a caminho do shopping onde iríamos almoçar.

- O fato é, Dani, que Deus fez você nascer brasileira por um motivo. Pode ser que você não more lá para sempre, mas Ele te quer lá por enquanto. E você vai fazer história onde estiver.

Não estava falando mal do Brasil, acreditem, ela soltou isso meio que do nada mesmo.

Almocei uma fatia de pizza no shopping. Ela comprou um pacote de pipoca doce e fomos pro carro, em direção ao aeroporto. Na despedida dela tive a mesma sensação que tive ao me despedir do Philip.

No avião a ficha começou a cair de tudo que eu tinha vivido. Sabe quando você faz atividade física por um longo período e só percebe o cansaço quando para? Foi mais ou menos assim que vivi esses dias, vivendo em mundo paralelo dentro do mundo paralelo que já é estar vivendo aqui nos EUA.

Eu falei no primeiro post e repito, Deus quer que sonhemos. Na verdade, tudo o que vivi e que registrei com muito menos palavras que seriam suficientes para descrever tudo, é muito, muito mais do que eu jamais ousei sonhar. A graça de Deus não é só surpreendente, ela é impagável. Ela não é de graça apenas porque Deus é bonzinho, mas porque mesmo que quiséssemos pagar por ela, nunca teríamos condições. E ela não existe apenas na salvação (o que já seria muito mais que suficiente), mas em cada passo e momento de nossas vidas, a cada vez que respiramos.

É sobre essa graça ilógica, inexplicável, irresistível e surpreendente, o tema do livro que estou escrevendo. A primeira metade veio para o papel graças ao meu primeiro encontro com o Philip, a segunda está por vir, ainda mais inspirada.

Eu sempre serei eternamente grata a Deus pela oportunidade de colocar o Philip e a Janet na minha vida, desde os meus 13 anos, quando li o seu primeiro livro, até agora, como amiga deles. Deus é incrível e seu amor é extraordinário.

quinta-feira, dezembro 19, 2013

That impossible dream - the Yanceys


Those days' report is the most accurate that my memory let me do it. Also, I would let you know that for the first time I'm doing something that I don't do not even when I am writting - I am exposing my thoughts during a conversation (not that this is somet thing absolutely fantastic and could change the human race destiny, but I would like to let you know anyway).

December 12th, about 00h, local time.

I got off the plane and went to the bagage claim. Among the several little signs with names was a couple who didn't need them for me to recognize them. Waiting with a big smile there they were - Philip and Janet Yancey. So it was happening after all.

On the way home they showed me some city views, but it was late, I would see that much better on the next day.

- I don't know what you ate, but there is a bag next to you, where you can find some snacks, and a watter bottle is here - said the sweet Janet.

At some point they asked me if I drink coffee and I said no.

- I thought that you were from Brazil. - said Philip
- Yeah, I get that alot.

We arrived at their house - a stunning vision, even at night.

- We will treat you as family, the front door is locked, let's get in by the garage. - said she.

Well, the fact that I was in their house was itself so fantastic that I could sleep on the living room couch and would be unforgetable days anyway, but no, I had a whole level just for me.

A part of Philip's library, with his books translated in different languages. And there were my old fellows, the Portuguese books.

My room had bathroom, a closet with warm clothes, tv, water and more snacks. The doorway was just like those princesses movies, with two doors and everything. My heart was still beating fast but I needed to sleep, on the next day the adventure would actually begins.

Friday, December 13th

I woke up, got ready for the day and went downstairs. There he was, taking a coffee on the living room.

- Good morning, Dani! (They actually call me "Doni", not "Deni", as most of my american friends)

So I am at Philip Yancey's house, the author of my favorite books. Ok, calm down! Look at this view! I would write a whole entire book just to talk about this view!

- Do you want tea? Hot chocolate?
- Do you have juice?
- Yes, berries or apple?
- Apple, please.

Yep, Philip is serving me juice!

Janet came just after that and also said good morning. He went to get ready and she saw me looking at their pictures and told me about her sisters.

- We will take breakfast in one of our favorite restaurants, they are a traditional Colorado's place.

We went for breakfast and they were talking about the landscape with me, I was remaining in silence. I was really trying to say something, but everything that they were saying impressed me by their generosity and the views would make even the most extrovert of all mute.

- And here is where I go sometimes when I want a quiet time to write.
- No wonder why, it's beautiful!
- I know!

At the restaurant I was introduced as a friend from Brazil and Philip described the menu to me.

- He loves mashed potatoes!
- Yes, I do

I know his favorite food now!

On the prayer before we eat, he thanked God for my life and my safe flight.

We talked a bit about my life here in the US, my English, among other things. I was trying to answer with more words and ask questions, but I was still shocked to have breakfast with them - the author and the character of my favorite books.

The pancake that I order could feed easily five people. My stomach was not fine, maybe because of the altitude, so I ate probably only one third of it.

- Can I taste?
- Sure!

haha, Philip Yancey eating from my plate.

The waitress later asked me if I wanted a box and I knew that I wouldn't eat, so I said no.

- Since you are not getting any boxes, I'm going to get another piece, it is really good!

There was this baby there. When was the time to leave they both talked to the mom and the baby.

- You are going to have a funny hair just like mine when you grow up.

Then we went back home to get a few things for the rest of the day.

Philip was downstairs at his office.

- Hey, Philip, are you downstairs?
- Yes;
- Can Dani come over there and you show her your office?
- Sure!

When I got there he told me that there was where he worked and showed me everything.

When you get there, at your left there is a dictionary, I think, with a big magnifying glasses, on the other side is his table and computer, some pens and books. In the middle several bookshelves with his more than five thousand books. On the walls pictures of him interviewing famous people, beautiful landscapes.

He started talking about a picture of him interviewing president Clinton - he worked at Christianity Today at the time.

- And those are my books!
- I love books!
- Yeah, I know.

Then he showed me this landscape amazing pictures.

- We used to live here, see this little black dot? That was our house. All those picture were taken there.
- It is a beautiful place.
- Yes, it is.
- And here another president interview. What's your favorite american president?
If I tell that is Roosevelt because of "Night on the museum" would be weird, and I could say Obama because of the immigration laws, but most american don't like them.
- I...don't know.
- Hehe, it's ok. Well, here is where I work, did you like it?
- It's amazing!
- Let's go meet Janet upstairs?
- Aham.

We sat on the couch in front of the fireplace in silent.

I didn't talk that much today or yesterday. I should say something. I'm at Philip Yancey's house, sitting next to Philip Yancey and not saying anything. Think, think, think!

- So, Dani, how is your writing going?

Ok, maybe the silence was not that bad. How can I possibly talk that I'm writing a book about grace to the person who inspired me to do that? I think I'm blushing.

- I'm writing a book about grace, actually finished half since I got here.
- Really?
[Janet got here while we were talking]
- Yep.
- And I bet you write all in the computer.
- Actually, I like the paper. I write first and then type.
- Philip, tell her about your transition to the computer!
- Well, that started a long time ago, when I was afraid that type could interfere on my writing process. You know, on the paper you know exactly where you changed something, on the computer you have no clue. Then I decided to test it and wrote one chapter by hand and another on the computer. Didn't notice any difference, so I started to type only. So, do you have any of your writing on the Facebook or somewhere I could read?
!!!!!!!
- No, just a file on my computer.
- Oh, ok.

From there we went to the Loveland Pass. Absolutely incredible view - it was the second time that the nature took out my focus of my thoughts of the euphoria to be with the Yanceys. Well, that until Janet suggested to take a picture of us in front of the sign. That person who climbed all those mountains was the one who was standing next to me in the picture.

After we went to Breckenridge to see people skiing. We got the gondola and went up. When we arrived it was really crowded, it was happening the Dew Tour. We watched a bit and then went back down to walk through the city.

First stop was at Starbucks. Hot chocolate with cream for me, coffee for both of them to share.

- I was showing Dani that picture of my sisters. We are all old people, Philip!
- Yeah...
- We didn't use to be.
- Oh, well, it happens.

We walked through the city and went to a Christmas store where we were looking for rocking horses, since Janet's sister collects them and didn't find any this year. They didn't have it. Did she know the sales girl? She talked to them like they were friends since forever.

We met Phillip in an outlet, where he was trying a pair of jeans.

- They didn't look good. Maybe if I was twenty.

Then we went to a clothes store, the owners were their friends. They donate a good amount of the profits to social programs. She also showed me this brand of shoes which donate one pair of shoes for each one bought.

At the entrance, though, a funny looking coat captured our attention. It was red with white polkadots.

- Do you want one, Philip?
- No, thank you.

Then Janet and the sales lady were talking about how it would look good if was a ladies coat.

We went back to the car, where Janet started to make some phone calls to her sisters. She had said the day before that cellphones usually don't work really well in their house and that she wasn't really good with texts.

- I think you should text her.
- I'm not good with texts, Philip.

I was sitting on the front seat like the whole day. Janet had suggested that so I could have a better view, when she said:

- I'm sorry, I just need a few more calls before I stop bothering you.
- If you text, that wouldn't happen.
I couldn't hold myself and laugh.
- He is not gonna let this go, will he, Dani?
- I don't think so.

Before we got home we stopped in a grocery store to buy icecream for the pecan pie that she made for dessert. When we got home Janet went to finish the dinner. I offered help, but she said that she would like me to take a rest. So I went talk to my friends, Philip went to take a nap.

After a while she asked me to come down to have dinner. This time she prayed and again thanked God for my visit and for the day. During dinner we talked about my family and once we finished I showed some pictures of them in my phone. For desserts, pie and ice cream. Philip and I sat on the couch while Janet was checking something on her Ipad.

- And the good thing is that now I have time to write and nobody asking me to leave my room. And I can write at night without anybody getting worried.
- So you write at night? I'm better in the morning.
I know that time that he prefers to write!
- Yeah, I'm better at night.

He told me that wanted to show me something on Facebook, and Janet joined us after a while. His profile was blocked though. After we unlocked I helped him with some things.

- Look at you! Congratulations! ...
- Thank you!
- ...for being young...
- hahaha, ok.

He read with me a message that a brazilian girl sent it to him, we discussed the brazilian church situation for a while.

It was getting late and he thanked me for the help on Facebook and for show the pictures of my family to them and said good night. Janet did the same.

It was kind off impossible go to bed after a day like that. I took a bath - with bubles, to remember Friends, which is not related to anything that I said, but I wanted to mention anyway - turned on the computer which was not working the whole day (Philip borrowed me the adaptor for the plug and I figured out that the battery was the problem), I transfered the camera photos to the computer and then to the phone, posted the picture with him at Loveland pass on Instagram and at the end I was actually tired so I decided to try to sleep.

It was a fantastic day, but it was just the first.








terça-feira, dezembro 17, 2013

Aquele sonho impossível - o casal Yancey


O relato desses dias é o mais preciso que minha memória permite fazer. Pela primeira vez estou fazendo algo que não faço nem mesmo escrevendo - expondo meus pensamentos durante diálogos (não que seja algo absolutamente fantástico e que vá mudar o destino da humanidade, mas gostaria de deixar isso registrado assim mesmo).

12 de dezembro, quinta-feira, 00h do horário local. 

Desci do avião e me dirigi ao terminal. Dentre as diversas plaquinhas com nomes estava um casal que não precisava delas para que eu pudesse encontrá-los. Esperando com um grande sorriso lá estavam Philip e Janet Yancey. Tudo estava de fato acontecendo.

No carro, eles me mostraram algumas coisas da cidade, mas estava tarde. No dia seguinte eu veria tudo melhor.

- Eu não sei se você comeu, mas o voo foi muito longo, tem uma sacola com lanchinhos para você e uma garrafa de água ao seu lado - disse a doce Janet.

Em algum momento da viagem me perguntaram se eu tomava café e eu disse que não.

- Como assim, você é brasileira e não toma café?
- É, eu ouço isso bastante.

Chegamos à casa deles - uma estonteante visão, até mesmo de noite.

- Vamos te tratar como membro da família, entrando pela garagem já que tranquei a porta da frente - ela disse.

Bom, o fato de estar na casa deles já era algo tão fantástico que eu podia dormir no sofá e seriam inesquecíveis dias de qualquer forma, mas não, eu tinha um andar inteiro só pra mim.

Uma amostra da biblioteca, com livros do Philip traduzidos em diferentes línguas. E lá estavam meus velhos companheiros, os livros em Português.

O meu quarto era uma suíte, com closet abastecido de roupas quentinhas, e também no quarto tinha tv, água e mais lanchinhos. A porta de entrada era exatamente como aquelas de filmes de princesa, com duas portas e tudo. O coração ainda batia forte, mas eu precisava dormir, no dia seguinte a aventura começava de vez.

Sexta-feira 13 de dezembro. 

Acordei, me preparei para o dia e desci. Era ele lá, tomando um café no sofá da sala.

- Bom dia, Dani! (eles me chamam de Dani mesmo, não "Deni", como a maioria dos americanos)

Então eu estou na casa do Philip Yancey, o autor dos meus livros preferidos. Ok, calma, olha essa vista! Eu escreveria um livro inteiro só pra falar dessa vista!


- Você aceita um chá? Chocolate quente?

- Você tem suco?
- Claro, frutas vermelhas ou maçã?
- Maçã, obrigada.

Sim, o Philip Yancey está me servindo suco!

A Janet veio em seguida e também me desejou bom dia. Ele foi se arrumar e ela me viu olhando umas fotos e me contou sobre suas irmãs.

- Vamos tomar café hoje em um dos nossos restaurantes favoritos, tradicional aqui do Colorado.

O Philip estava lá embaixo em seu escritório.

Eu quero ver o escritório!


- Ei, Philip, você está aí embaixo?

- Estou.
- A Dani pode ir aí e você mostra seu escritório?
- Claro!

Chegando lá ele me mostrou e disse que era lá onde ele trabalhava.

Logo na entrada, à esquerda, tinha uma mesa com o que eu acredito ser um dicionário gigante com letras minúsculas e uma lupa atrelada à mesa. No meio diversas fileiras de estantes, com os mais de cinco mil livros que inspiraram o meu escritor preferido. As paredes eram decoradas com quadros. Gente famosa que ele entrevistou, paisagens lindas. No fundo uma mesa com computador, canetas, alguns livros.

Ele começou falando de uma foto na parede que tinha a foto dele com o presidente Clinton - foi uma entrevista que ele fez para a Christianity Today na época.

- E essas são minhas estantes, meus livros.
- Eu amo livros!
- É, eu sei.

Em outra parede tinha uma foto com cenários lindos de montanhas cobertas de neve.

- A gente costumava viver aqui, vê esse pontinho? É a nossa casa. Essas fotos foram todas tiradas de lá mesmo.
- Muito lindo!
- É.
- Aqui outra entrevista com um presidente, qual o seu presidente americano favorito?
Eu deveria pensar numa resposta bacana, mas só consigo lembrar de Theodore Roosevelt por causa de Uma Noite no Museu ou do Obama por causa das leis de imigração...mas ele não é exatamente popular para os americanos.
- Eu...não sei.
- Hehe, ok, foi uma pergunta difícil. Bom, é aqui onde eu trabalho, Dani, gostou?
- É incrível!
-  Vamos esperar a Janet lá em cima?
- Aham.

Sentamos no sofá em frente à lareira apagada, em silêncio.

Eu mal mal falei hoje, eu realmente deveria falar alguma coisa. Estou na casa do Philip Yancey, sentada ao lado do Philip Yancey e não estou falando nada. Pensa, pensa, pensa!


- Então, Dani, como anda a escrita do seu livro?


Ok, o silêncio talvez não fosse tão ruim assim. Como falo que estou escrevendo um livro sobre graça para a pessoa que mais me inspirou a escrever sobre esse assunto? Acho que estou ficando roxa.


- Eu...estou finalmente escrevendo um livro sobre graça, já estou na metade desde que cheguei aqui.

- É mesmo?
[Janet chegou quando eu estava falando sobre isso]
- Aham.
- Parabéns! Você digita tudo no computador, né?
- Na verdade, eu gosto do papel. Escrevo primeiro pra depois digitar.
- Philip, conta pra ela como foi sua transição do papel pro computador - disse a Janet.
- Então, isso começou há muitooos anos, e eu estava com medo de que poderia afetar meu processo de escrita.Sabe, no papel você acaba vendo o que corrigiu, no computador uma vez que você apaga não tem mais como ver o que era com a mesma facilidade. Daí fiz um teste, comecei a escrever um capítulo à mão e outro no computador para comparar. Não notei nenhuma diferença, então comecei a digitar apenas. Mas então, você tem isso que escreveu postado no Facebook ou em algum site, em que eu possa ver?
!!!!!!!!!!!!
- Não, só uns arquivos no meu computador.
- Ah, ok.

Saímos para o café da manhã, eles iam me falando da paisagem e eu ainda em silêncio. Eu realmente estava tentando puxar assunto, mas tudo que eles falavam me deixavam impressionada pela generosidade deles e a natureza era fantástica, de emudecer até mesmo a mais extrovertida das pessoas.

- Esse lago aqui é onde venho às vezes quando quero um momento mais às sós para escrever.
- É fácil entender o porquê, lugar muito lindo!
- Não é?

Chegando ao restaurante, fui apresentada como uma amiga do Brasil, e o Philip descreveu as seções do cardápio para mim.

- Ele adora purê de batata.
- Eu admito, é verdade.
Eu agora sei até comida preferida dele.

Na oração antes de começarmos a comer ele agradeceu a Deus pela minha vinda e pelo meu vôo.

Conversamos um pouco sobre minha vida aqui nos EUA desde que cheguei, meu inglês, dentre outras coisas. Eu tentava responder com mais palavras e fazer perguntas, mas eu ainda estava chocada por estar tomando café da manhã com eles - o autor e a personagem de tantos dos meus livros preferidos.

A panqueca que pedi dava para alimentar umas cinco pessoas. Meu estômago não estava muito bom, talvez pela altitude, então não comi nem um terço.

- Posso provar?

haha, Philip Yancey filando do meu prato!


O garçom me perguntou mais tarde se eu queria uma caixa. Eu sabia que não comeria depois, então disse que não.


- Já que você não vai levar pra casa, vou pegar mais um pedaço, está muito boa essa panqueca!

Tinha um bebezinho no mesmo restaurante. Na hora de ir embora os dois foram conversar com a mãe e com ele.

- Quando você crescer vai ter um cabelo engraçado igual ao meu - disse o Philip.

De lá fomos de carro a uma montanha muito alta, quase quatro mil metros de altura. Vista absolutamente incrível -  pela segunda vez no dia a natureza tirava o foco dos meus pensamentos da euforia de estar com os Yanceys. Bom, isso até a Janet sugerir que a gente tirasse uma foto em frente a placa do local. Aquela pessoa que tinha escalado todas aquelas montanhas do Colorado era a mesma que estava comigo na foto.

Depois disso fomos para um lugar onde poderíamos ver pistas de esqui. Pegamos uma gôndola e fomos montanha acima. Chegando lá, pista lotada, um grande evento de snowboarding - o Dew Tour, estava acontecendo nesse dia. Ficamos observando as apresentações por um tempo e depois descemos de novo para andar pela cidade.

A primeira parada foi na Starbucks. Chocolate quente com creme para mim, um café grande que eles dividiram.

- Estava mostrando para Dani aquelas fotos com minhas irmãs, Philip. Nós somos um bando de gente velha!
- É...
- Não costumava ser assim.
- Bem, fazer o quê? Acontece.

Andamos pela cidade, fomos em uma loja de natal onde a Janet procurou por cavalinhos de balanço para enfeite de árvore, porque a irmã dela fazia coleção e não tinha encontrado nenhum até hoje para esse ano. Eles não tinham. Eu não sei se ela conhecia a vendedora, mas conversou com ela como se fossem amigas de anos.

Encontramos com o Philip num outlet, onde ele estava experimentando um par de jeans.

- Não ficou bom, talvez se eu tivesse uns vinte anos.

Fomos então numa outra loja de roupas, cujo dono era amigo deles.  Eles doavam boa parte dos lucros para um projeto missionário que coordenavam. E ela me mostrou também uma marca de sapatos que doava um par a cada par comprado para crianças em necessidade.

Logo na entrada da loja um paletó vermelho com bolinhas brancas chamou a atenção de todos.

- Quer que eu compre um desses pra você, Philip?
- Não, obrigado.

Ela e a vendedora discutiram como o casaco seria até legal se o corte fosse feminino.

Voltamos para o carro, onde a Janet começou a fazer algumas ligações para as irmãs. Ela havia comentado no dia anterior que celulares não funcionavam bem na casa deles, e que não era boa com mensagens.

- Eu acho que você devia mandar uma mensagem.
- Eu não sou boa com mensagens.

Eu fui sentada no banco da frente assim como durante o dia todo eu tinha feito. Janet tinha sugerido isso para eu poder ter uma visão melhor das paisagens. Estávamos conversando no banco da frente, quando ela disse:

- Desculpa gente, já estou quase acabando com as ligações e não vou mais incomodar vocês.
- Isso não aconteceria se você mandasse mensagens.
Eu não me contive e ri bastante.
- Ele não vai deixar essa passar batida, né Dani?

Antes de chegar em casa paramos em um supermercado para comprar sorvete para a torta de noz-pecã que a Janet havia feito de sobremesa para janta.

Em casa, Janet foi terminar de cozinhar a janta. Eu ofereci ajuda, mas ela me mandou descansar, a noite anterior tinha sido longa. Philip também foi tirar uma soneca.

Depois de um tempo, ela me chamou e fomos jantar. Dessa vez ela orou e novamente agradeceu por eu estar ali. Durante a refeição, conversamos sobre minha família. Ao término da janta, mostrei fotos deles no meu celular. De sobremesa tínhamos a torta com sorvete. Nos sentamos no sofá - Philip e eu, enquanto a Janet checava algo em seu Ipad - e continuamos conversando.

- E está sendo bom porque eu tenho tempo para escrever agora e ninguém pra me mandar sair do meu quarto. E eu posso escrever à noite sem deixar ninguém preocupado.
- Você escreve melhor à noite? Eu escrevo melhor pela manhã
Eu sei a hora que ele gosta de escrever!
- É, eu prefiro à noite.

Ele disse que queria me mostrar algo no Facebook. A Janet se juntou a nós. O perfil pessoal dele tinha sido bloqueado, entretanto. Depois que conseguimos desbloquear o ajudei com algumas coisas.

- Olha só, você, parabéns! ...
- Hehe, de nada.
- ...por ser jovem.
- hehehe, ok.

Ele leu comigo uma mensagem que uma menina do Brasil o enviou, nós discutimos a situação da igreja brasileira por um tempo.

Estava ficando tarde e ele agradeceu por ter ensinado as coisas do Facebook e por ter mostrado as fotos da minha família, e me desejou boa noite. Janet fez o mesmo.

Era meio impossível ir dormir depois de tudo isso. Tomei um banho - de banheira, com bolhinhas de sabão, para relembrar Friends, que não tem nada a ver com o assunto, mas quis falar assim mesmo - , liguei o computador que não tinha funcionado o dia inteiro (Philip me emprestou o adaptador de tomada que eu havia esquecido em casa e eu descobri que a bateria do notebook era o problema), transferi as fotos da câmera para o pc e de lá a foto do alto da montanha alta para o celular. Postei a foto no Instagram e no fim estava cansada mesmo e resolvi tentar ir dormir.

Foi um dia fantástico, mas era ainda só o primeiro.














That impossible dream - a meditation


There is this funny thing about dreams. When we are kids we live for them, but then we grow up and the disappointments and the people saying all the time that we need to keep both of our feet on the ground make us believe that to dream is too dangerous.

Well, I didn't learn this lesson. Who follows me (here or personally) knows that the author Philip Yancey is an inspiration to me.

I have this dream to be a writer since I was really young. I remember once when I was in middle school and we have this conversation about our future careers. One said that would be a guitarist, the other said that would be a doctor...I said with no second thoughts that I would be a writer, even though I decided at the time already that I would do Speech Therapy as a college degree.

It was about the same time when I first read the book "What's so amazing about grace". Even though it took me a few years to go back to read Yancey again, since that day he became a referential to me in many different aspects of my life. Many books later and finally a consistent idea for my own book, I decided to write him an email. Well, Philip Yancey is an international famous and award winning author, with several bestsellers, it would be understandable if he didn't answer me - but he did.

After a while I decided to write another email. The first answer could be a courtesy from a nice famous author. But about the same time Francis Collins had answered me more than once, so I decided to take a risk one more time. And the answer came once more. Each email that he would answer made me more and more enchanted by the person of Philip. Then came an interview, which was published in an important brazilian Christian website.

I was still writing but even though I had the book structure ready on my mind, for several years all that I had were drafts. I realized that if I really wanted this book to be ever published, I needed to move from home.

So, I had ressearched before about the Au Pair program, but I decided to really apply later last year with two main goals (other than the cultural exchange and the possibility to be around kids): to write and to personally meet Philip.

The fact is, as soon as he answered my first email, we started this joke with friends that I would meet him and he would invite me to go to his house, with the beautiful views of Colorado, including his library and office, and I would even meet his adorable wife.

Well, even thought I was in the US since March, months have passed by without me writing not even a single line of my book. I followed Philip's online schedule until I found out that he would be on the Wild Goose Festival, And there I was, after several hours in a bus, in North Carolina to meet him. I could barely believe that was actually him that I was seeing. Then I talked to Janet and him and was absolutely fantastic!

It was after this meeting anyway that I was finally able to put the ideas on the paper. Half of the book was done after all this time. The meeting with the Yanceys was enough for me to create discipline and  let the ideas flow from my head to the paper (and the computer screen, eventually).

Well, be able to meet Philip personally and exchange a few words with him was by itself something absolutely fantastic and so much more that I had ever dreamed about what I could do. But then the unthinkable happened. Janet invited me to spend a few days with them in their house.

I have to admit though that to dream too high can actually hurt you- the higher you are, the bigger can be the fall. But only those who are not afraid to fall are the ones that can fly. Well, that and some wings, but those are all gifts provided by the grace of God.

I think that after all, God want us to dream. Being a Christian will not make all your dreams come true or get you out of all the life complicated issues - actually it can mean the opposite sometimes. But God is a God of grace, He will always surprise us with his baffling grace.

And is this story, about this absolutely high dream that actually became true in my life the subject of my next posts here.

Aquele sonho impossível - uma reflexão


Existe uma coisa engraçada sobre os sonhos. Quando somos crianças vivemos deles, mas, à medida em que vamos crescendo, as decepções e as cobranças em ser "pé no chão" nos fazem acreditar que sonhar é muito perigoso.

Bom, o fato é que eu não aprendi essa lição. Quem me acompanha (pelo blog ou pessoalmente mesmo), sabe o quanto o autor Philip Yancey é uma inspiração para mim.

O sonho de ser escritora existe em mim desde muito nova. Eu me lembro de uma conversa que tive no colégio na época do ensino fundamental. Nós discutíamos os nossos sonhos de carreira pro futuro. Uma comentou que seria guitarrista, outra médica...eu disse sem nem piscar que queria ser escritora, mesmo já nessa época tendo escolhido Fonoaudiologia como faculdade.

E foi mais ou menos nessa mesma época em que eu li o livro "Maravilhosa graça". Mesmo demorando anos até que eu voltasse a ler Yancey, a partir daquele dia ele se tornou um referencial para mim em vários aspectos da minha vida. Muitos livros depois e finalmente uma ideia consistente para o meu próprio livro, eu resolvi escrever um e-mail para ele. Philip Yancey é um autor internacionalmente famoso com uma coleção de prêmios e bestsellers, não havia nenhuma razão pela qual ele deveria me responder - mas ele respondeu.

Algum tempo depois resolvi escrever outro e-mail. A primeira resposta poderia ser uma cortesia de um autor famoso. Mas mais ou menos na mesma época Francis Collins me respondeu mais de uma vez, resolvi arriscar mais uma vez. E a resposta também veio dessa vez. A cada e-mail que ele respondia eu ficava ainda mais encantada pela pessoa do Philip. Em seguida veio uma entrevista, que acabou sendo publicada no site da Ultimato Jovem e então na Ultimato.

Mas apesar de continuar escrevendo e ter uma estrutura pronta para o livro, durante anos e anos eu não tinha nada mais do que uns rascunhos. Cheguei à conclusão de que, se eu quisesse mesmo publicar esse livro, eu precisava sair de casa.

Já havia lido sobre o programa au pair há algum tempo, mas decidi realmente me inscrever no fim do ano passado com dois objetivos principais (além da troca de culturas e a possibilidade de ficar rodeada de crianças o tempo inteiro): escrever meu livro e conhecer pessoalmente o Philip.

O fato é que, assim que ele começou a responder meus e-mails, a gente começou a brincar entre amigos de que eu iria conhecê-lo pessoalmente e ele ia até me convidar para conhecer a casa dele, com as belas vistas do Colorado, além da sua biblioteca e escritório, e de sua adorável esposa.

Bom, apesar de ter chegado aos EUA em março, meses se passaram sem que eu escrevesse uma linha do livro. Acompanhei a agenda do site do Philip diariamente, até que descobri que ele estaria num festival chamado Wild Goose Festival. E lá estava eu, na Carolina do Norte, depois de horas dentro de um ônibus. Para não alongar ainda mais esse texto, eu fiz um relato bacaninha sobre o evento e o meu encontro com ele lá, que você pode ler aqui e aqui.

Foi depois desse encontro que eu consegui finalmente colocar as palavras no papel. Metade do livro finalmente tinha sua primeira versão concluída. O encontro com o casal Yancey foi o suficiente para que eu conseguisse criar uma disciplina e deixasse as ideias fluírem da minha cabeça para o papel (e para o computador depois, eventualmente).

Pois bem, encontrar o Philip pessoalmente e poder trocar umas palavras com ele já era absolutamente fantástico e muito mais que eu esperava algum dia poder fazer. Mas daí o impensável aconteceu. Janet, sua esposa, me convidou para passar alguns dias com eles em sua casa.

Devo admitir que sonhar demais machuca mesmo, quanto mais alto se está, maior a ferida causada pela queda. Mas só aprende a voar quem não tem medo de cair. Claro, seria sensato afirmar que são necessárias asas também. Tudo isso vem pela graça de Deus.

Acho que, no fim das contas, Deus quer que sonhemos. Ser cristão não significa ter todos os sonhos realizados e uma vida isenta de problemas, na verdade, muitas vezes significa o contrário. Mas Deus é um Deus de graça. Ele sempre irá nos surpreender com a sua desconcertante graça.

E é essa história da realização de um sonho definitivamente alto demais que eu contarei nos próximos posts.

Veja mais em

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