quinta-feira, agosto 27, 2009

Compaixão cristã


"Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão" - Lc 10:33


Todo mundo conhece a história do bom samaritano. Um assalto, religiosos indiferentes e um excluído que teve compaixão do assaltado. É uma bela parábola que Jesus contou, sobre compaixão. Interessante como essa parábola se repete hoje em dia.

Hoje, ao comparecer ao asilo em que faço estágio, minha professora foi assaltada. Levaram o carro, os documentos, os celulares, tudo. Com isso fomos dispensadas do estágio e cheguei bem mais cedo em casa, o que foi bom porque pude recuperar a noite de sono que perdera na noite anterior. Na mesma hora lembrei-me de como muitos evangélicos não entendem o significado do versículo que está em Romanos 8:28 e diz: "E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito." Muita gente usa esse versículo para dar testemunhos. Eu poderia ter usado isso hoje. Poderia dizer que Deus foi bom para mim e me deu a oportunidade de descansar.

O fato é que foi uma coisa boa eu poder ir para casa mais cedo. Mas não seria correto eu dizer que Deus usou o assalto da minha professora para me favorecer. Foi uma tragédia, e ela estava arrasada. Como alguém pode achar que Deus é tão sarcástico a ponto de ficar feliz com a desgraça humana? Ou, porque os evangélicos têm essa tendência a achar que são pessoas melhores que as outras, achando que Deus vai fazer mal a alguém para os beneficiar?

O versículo de Romanos nos ensina a ter perseverança nos momentos difíceis. Nos ensina a saber que Deus continua ao nosso lado nesses momentos, e que, depois de passarmos por eles poderemos ver que crescemos com a experiência, e que nos tornamos pessoas melhores após vencê-los.

A grande lição da parábola do bom samaritano é que a compaixão é algo a ser praticado sempre. Os religiosos costumam julgar tragédias como sendo fruto do pecado dos atingidos por elas, mas a Bíblia mostra diversas vezes que nem sempre os problemas que acontecem conosco estão ligados a pecados que cometemos. Às vezes tragédias simplesmente acontecem, não cabe a nós saber o motivo sempre, mas devemos sempre ter compaixão das pessoas. Jesus teve tamanha compaixão da humanidade, que veio ao mundo morrer e ressuscitar a fim de que não fôssemos para o inferno.

Creio que vale a pena aqui ressaltar o significado de compaixão. Segundo a Wikipédia, compaixão pode ser descrito como uma compreensão do estado emocional de outrem; não deve ser confundida com empatia. A compaixão freqüentemente combina-se a um desejo de aliviar ou minorar o sofrimento de outra pessoa, bem como demonstrar especial gentileza com aqueles que sofrem. A compaixão pode levar alguém a sentir empatia por outra pessoa. A compaixão é freqüentemente caracterizada através de ações, na qual uma pessoa agindo com espírito de compaixão busca ajudar aqueles pelos quais se compadece.


A compaixão diferencia-se de outras formas de comportamento prestativo humano no sentido de que seu foco primário é o alívio da dor e sofrimento alheios. Atos de caridade que busquem principalmente conceder benefícios em vez de aliviar a dor e o sofrimento existentes, são mais corretamente classificados como atos de altruísmo, embora, neste sentido, a compaixão possa ser vista como um subconjunto do altruísmo, sendo definida como o tipo de comportamento que busca beneficiar os outros minorando o sofrimento deles.


Ou seja, compaixão não é sentir pena, é agir em busca de minimizar o sofrimento do outro. Foi isso que Jesus quis nos ensinar com a parábola do samaritano. O samaritano não viu quem estava sofrendo, ele simplesmente ajudou. Muitas vezes acontece hoje nas igrejas a mesma coisa que aconteceu aos religiosos. Por julgar demais quem está sofrendo, deixamos de ajudar aquela pessoa.


Todos nós somos pecadores, mas aqueles de nós que somos cristãos experimentaram a graça de Jesus que nos libertou da escravidão do pecado. E catástrofes e tragédias também atingem todo ser humano. Muitas vezes, ao demonstrar compaixão para com aqueles que estão sofrendo, e não julgando o motivo pelos quais eles estão passando por isso, podemos tornar possível que eles experimentem da mesma graça que nós já desfrutamos.


O meu desejo é que eu possa ser mais parecida com aquele samaritano do que com os religiosos da história. Afinal de contas, o que colocou o cristianismo em prática foi o primeiro, e não os últimos.



Um comentário:

Anônimo disse...

Sensacional. Nossa, o pastor pregou EXATAMENTE sobre isso no ultimo domingo aqui. Beijinho

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