quinta-feira, agosto 27, 2009

Compaixão cristã


"Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão" - Lc 10:33


Todo mundo conhece a história do bom samaritano. Um assalto, religiosos indiferentes e um excluído que teve compaixão do assaltado. É uma bela parábola que Jesus contou, sobre compaixão. Interessante como essa parábola se repete hoje em dia.

Hoje, ao comparecer ao asilo em que faço estágio, minha professora foi assaltada. Levaram o carro, os documentos, os celulares, tudo. Com isso fomos dispensadas do estágio e cheguei bem mais cedo em casa, o que foi bom porque pude recuperar a noite de sono que perdera na noite anterior. Na mesma hora lembrei-me de como muitos evangélicos não entendem o significado do versículo que está em Romanos 8:28 e diz: "E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito." Muita gente usa esse versículo para dar testemunhos. Eu poderia ter usado isso hoje. Poderia dizer que Deus foi bom para mim e me deu a oportunidade de descansar.

O fato é que foi uma coisa boa eu poder ir para casa mais cedo. Mas não seria correto eu dizer que Deus usou o assalto da minha professora para me favorecer. Foi uma tragédia, e ela estava arrasada. Como alguém pode achar que Deus é tão sarcástico a ponto de ficar feliz com a desgraça humana? Ou, porque os evangélicos têm essa tendência a achar que são pessoas melhores que as outras, achando que Deus vai fazer mal a alguém para os beneficiar?

O versículo de Romanos nos ensina a ter perseverança nos momentos difíceis. Nos ensina a saber que Deus continua ao nosso lado nesses momentos, e que, depois de passarmos por eles poderemos ver que crescemos com a experiência, e que nos tornamos pessoas melhores após vencê-los.

A grande lição da parábola do bom samaritano é que a compaixão é algo a ser praticado sempre. Os religiosos costumam julgar tragédias como sendo fruto do pecado dos atingidos por elas, mas a Bíblia mostra diversas vezes que nem sempre os problemas que acontecem conosco estão ligados a pecados que cometemos. Às vezes tragédias simplesmente acontecem, não cabe a nós saber o motivo sempre, mas devemos sempre ter compaixão das pessoas. Jesus teve tamanha compaixão da humanidade, que veio ao mundo morrer e ressuscitar a fim de que não fôssemos para o inferno.

Creio que vale a pena aqui ressaltar o significado de compaixão. Segundo a Wikipédia, compaixão pode ser descrito como uma compreensão do estado emocional de outrem; não deve ser confundida com empatia. A compaixão freqüentemente combina-se a um desejo de aliviar ou minorar o sofrimento de outra pessoa, bem como demonstrar especial gentileza com aqueles que sofrem. A compaixão pode levar alguém a sentir empatia por outra pessoa. A compaixão é freqüentemente caracterizada através de ações, na qual uma pessoa agindo com espírito de compaixão busca ajudar aqueles pelos quais se compadece.


A compaixão diferencia-se de outras formas de comportamento prestativo humano no sentido de que seu foco primário é o alívio da dor e sofrimento alheios. Atos de caridade que busquem principalmente conceder benefícios em vez de aliviar a dor e o sofrimento existentes, são mais corretamente classificados como atos de altruísmo, embora, neste sentido, a compaixão possa ser vista como um subconjunto do altruísmo, sendo definida como o tipo de comportamento que busca beneficiar os outros minorando o sofrimento deles.


Ou seja, compaixão não é sentir pena, é agir em busca de minimizar o sofrimento do outro. Foi isso que Jesus quis nos ensinar com a parábola do samaritano. O samaritano não viu quem estava sofrendo, ele simplesmente ajudou. Muitas vezes acontece hoje nas igrejas a mesma coisa que aconteceu aos religiosos. Por julgar demais quem está sofrendo, deixamos de ajudar aquela pessoa.


Todos nós somos pecadores, mas aqueles de nós que somos cristãos experimentaram a graça de Jesus que nos libertou da escravidão do pecado. E catástrofes e tragédias também atingem todo ser humano. Muitas vezes, ao demonstrar compaixão para com aqueles que estão sofrendo, e não julgando o motivo pelos quais eles estão passando por isso, podemos tornar possível que eles experimentem da mesma graça que nós já desfrutamos.


O meu desejo é que eu possa ser mais parecida com aquele samaritano do que com os religiosos da história. Afinal de contas, o que colocou o cristianismo em prática foi o primeiro, e não os últimos.



terça-feira, agosto 25, 2009

Seria a oração um sacrifício?


É comum ouvirmos em reuniões evangélicas que "temos que pagar um preço de oração" por alguma coisa.

Há alguns dias, ao ouvir essa frase novamente, fiquei refletindo sobre seu significado. "Pagar um preço de oração" quer dizer que é um sacrifício que tenho que fazer. Seria a oração um sacrifício?

Não sei se existe algo que me deixa mais contente do que conversar com Deus. Desde cedo, antes de sair de casa até à noite, antes de dormir, gosto de manter uma vida constante de oração. Não falo isso para contar vantagem nem nada do tipo, mas apenas para dizer que, para mim, a oração é fundamental à vida cristã, e é uma coisa prazerosa.

Na época do Antigo Testamento apenas o sumo-sacerdote poderia entrar, uma vez por ano, na presença de Deus, e ele ainda corria o risco de morrer caso fosse considerado impuro por Deus. Ao morrer na cruz Jesus tornou possível para nós não apenas a salvação, mas o direito de acesso livre ao Pai. Podemos orar em qualquer hora do dia, em qualquer lugar. Seja em pé no ônibus, ajoelhados no quarto ou até mesmo deitados na hora de dormir.

A oração é uma bênção que Jesus conquistou para nós, por isso não consigo aceitar a ideia de que ela seja um sacrifício.

Não me entendam mal, como cristãos nós temos que orar sim. Mas isso não é uma coisa que nos traga algum ônus. A Bíblia diz "maridos, amem suas esposas assim como Cristo amou a igreja" (Ef 5:25) e também diz "orai sem cessar"(I Ts 5:17). Ambos são ordens, mas assim como o bom marido não verá nenhum sacrifício em cumprir a primeira ordem, o bom cristão cumprirá a segunda ordem sorrindo.

É comum ouvirmos em reuniões evangélicas que "temos que pagar um preço de oração" por alguma coisa.

Há alguns dias, ao ouvir essa frase novamente, fiquei refletindo sobre seu significado. "Pagar um preço de oração" quer dizer que é um sacrifício que tenho que fazer. Seria a oração um sacrifício?

Não sei se existe algo que me deixa mais contente do que conversar com Deus. Desde cedo, antes de sair de casa até à noite, antes de dormir, gosto de manter uma vida constante de oração. Não falo isso para contar vantagem nem nada do tipo, mas apenas para dizer que, para mim, a oração é fundamental à vida cristã, e é uma coisa prazerosa.

Na época do Antigo Testamento apenas o sumo-sacerdote poderia entrar, uma vez por ano, na presença de Deus, e ele ainda corria o risco de morrer caso fosse considerado impuro por Deus. Ao morrer na cruz Jesus tornou possível para nós não apenas a salvação, mas o direito de acesso livre ao Pai. Podemos orar em qualquer hora do dia, em qualquer lugar. Seja em pé no ônibus, ajoelhados no quarto ou até mesmo deitados na hora de dormir.

A oração é uma bênção que Jesus conquistou para nós, por isso não consigo aceitar a ideia de que ela seja um sacrifício.

Não me entendam mal, como cristãos nós temos que orar sim. Mas isso não é uma coisa que nos traga algum ônus. A Bíblia diz "maridos, amem suas esposas assim como Cristo amou a igreja" (Ef 5:25) e também diz "orai sem cessar"(I Ts 5:17). Ambos são ordens, mas assim como o bom marido não verá nenhum sacrifício em cumprir a primeira ordem, o bom cristão cumprirá a segunda ordem sorrindo.

Entendo a necessidade de se pregar sobre oração, porque esta é uma prática que tem sido abandonada por muitos membros da igreja (o que me leva a questionar, será que eles são realmente cristãos? Mas essa discussão eu vou deixar para depois). Só não acredito que a oração deva ser pregada como um sacrifício a ser feito, e sim como algo maravilhoso que deve fazer parte da vida cotidiana de todo cristão.

Que tenhamos vontade de criar intimidade com o Pai, e que nossa vida de oração se tornem realmente uma prática constante. Enfim, vamos orar sem cessar!

sexta-feira, agosto 21, 2009

Precisamos de mais Pedros



"Vendo Simão que o Espírito era dado com a imposição das mãos dos apóstolos, ofereceu-lhes dinheiro e disse: 'Dêem-me também este poder, para que a pessoa sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo'. Pedro respondeu: ' Pereça com você o seu dinheiro! Você não tem parte nem direito algum neste ministério, porque o seu coração não é reto diante de Deus. Arrependa-se dessa maldade e ore ao Senhor. Talvez ele lhe perdoe tal pensamento do seu coração, pois vejo que você está cheio de amargura e preso pelo pecado." - At 8:18-23

Pedro foi um exemplo de líder cristão. Ele não era perfeito, como ninguém é. Todos se lembram de que foi ele quem negou a Jesus por três vezes. Além disso, foi acusado de dissimulação por Paulo (Gl 2:11-15). Mas é inegável a influência que ele teve na igreja primitiva. É inegável também sua determinação em cumprir a vontade e o chamado de Deus para sua vida. Ele se arrependeu profundamente de ter negado a Jesus e, com isso, foi instrumento de Deus para salvar, curar e transformar milhares de vidas.

No episódio descrito em Atos 8:9-25, ele tinha sido enviado junto com João para orarem pela igreja recém formada em Samaria, para que estes recebessem o Espírito Santo. Simão, um mago local que havia perdido prestígio devido a essa conversão dos samaritanos, vendo que o poder era dado pela imposição de mãos dos apóstolos, lhes ofereceu dinheiro para que tivesse o mesmo dom. Pedro o repreendeu severamente, como pode-se conferir no trecho citado.

Como precisamos de mais "Pedros" nos dias de hoje! Afinal, quantos são os que tentam barganhar com Deus um dom espiritual mais "visível", como o de profecia ou o de falar em línguas? E quantos são aqueles que tentam transferir seu status social para dentro da igreja (e, infelizmente, muitos os que conseguem)?

Precisamos de líderes cristãos que tenham a coragem de repreender essas pessoas como Pedro o fez. Líderes que reconheçam sua condição imperfeita de seres humanos, mas que nem por isso deixem de dizer o que tem que ser dito.

Pessoas como Simão buscam principalmente a fama, e acabam por corromper grande parte daqueles que se deixam influenciar por eles. Por isso precisamos de líderes que não deixem esse tipo se infiltrar em nosso meio. Precisamos de líderes como Pedro - humanos e exemplares.

quarta-feira, agosto 19, 2009

A fidelidade de Daniel

"Diante disso, os supervisores e os sátrapas procuraram motivos para acusar Daniel em sua administração governamental, mas nada conseguiram. Não puderam achar nele falta alguma, pois ele era fiel; não era desonesto, nem negligente. Finalmente esses homens disseram: 'Jamais encontraremos algum motivo para acusar esse Daniel, a menos que seja algo relacionado com a lei do Deus dele'. (...) Eles não me fizeram mal algum, pois fui considerado inocente à vista de Deus. Também contra ti não cometi mal algum, ó rei" - Dn 6:4,5,22b

A história de Daniel sempre me fascinou, desde que a ouvi pela primeira vez, na escola bíblica dominical infantil da qual eu participava.

Daniel foi um jovem exemplar, e podemos ver isso logo no início do livro que conta sua história, quando ele "não quis se contaminar com as finas iguarias do rei" (Dn 1:8). Ele continuou sendo exemplar durante sua vida toda e, por tantas qualidades, o rei planejava colocá-lo à frente de todo o império (Dn 6:3).

Duas coisas me deixam chateada nos dias de hoje, e talvez uma seja consequência da outra.

A primeira é que o livro de Daniel não é mais pregado nas igrejas. No máximo as crianças sabem superficialmente a história dos três amigos na fornalha e a história de Daniel na cova dos leões.

A segunda coisa é que, num mundo onde quem se destaca na maior parte das vezes não é o mais "fiel, não desonesto e não negligente", e sim o mais astuto e que consegue ter vantagem tirando proveito dos outros, os cristãos estão se amoldando aos padrões mundanos, ao contrário de seguirem o exemplo de Daniel.

Às vezes fico pensando se eu estivesse no lugar de Daniel. Será que os invejosos sátrapas e supervisores conseguiriam achar algum motivo para me acusar ou eu seria tão irrepreensível quanto Daniel e eles teriam que recorrer a acusações contra minha fé? E será que minha fé seria tão marcante quanto a dele?

Sinceramente admito que peco por negligência às vezes, e não tenho certeza de que minha fé possa se equiparar à de Daniel.

Toda vez que leio esse livro me sinto desafiada a melhorar, tanto na minha vida pessoal quanto na minha vida espiritual. E é por isso que fico chateada quando vejo que ele está sendo deixado de lado nas pregações contemporâneas. E é por isso também que quis compartilhar esse texto.

Para encerrar, deixo aqui um trecho da música Daniel, da banda Resgate, que resume bem o caráter de Daniel:

Se prostrar todo dia
E provar ser fiel
Ser lançado na cova
Sair ileso como Daniel

Que Deus nos dê a graça de sermos parecidos com ele.

segunda-feira, agosto 17, 2009

O diário de Lot - Os poderosos


"Pois convinha que aquele, para quem são todas as coisas e por quem todas existem, conduzindo à glória muitos filhos, aperfeiçoasse pelos sofrimentos ao autor da salvação deles."

Depois do período de perseguição e do medo, passei por um período de intensa reflexão. Ao contrário do período do medo, não foi um período curto. Passei alguns meses refletindo seriamente sobre minha missão e sobre a mensagem sobre a qual tanto falava.

Continuei com as atividades na comunidade, tive algumas experiências bacanas com outras pessoas, mas ainda permanecia refletindo. Todos os que eu conhecia me diziam que estava consideravelmente mais calado que o habitual.

Fiquei pensando sobre porque de tantas pessoas que eu falei sobre a mensagem, aquelas com maior nível de instrução, com as quais falei logicamente sobre a mensagem, e aquelas que tinham maior poder, melhores condições financeiras, eram justamente aquelas pessoas que rejeitaram a mensagem. Porque uma prostituta aceitou tão prontamente a mensagem e um estudante universitário relutava em aceitar? Porque tantos líderes de comunidades que falavam sobre a mensagem eram contra mim? Estava eu fazendo alguma coisa errada? Não que eu achasse que as prostitutas, ou os mendigos, eram menos merecedores da libertação da mensagem que os outros, mas, pelo contrário, eu achava que por terem oportunidades iguais aqueles com melhores condições, seja físicas, materiais ou até mesmo morais, seriam os primeiros a aceitar a mensagem de bom grado.

Isso me intrigou durante muito tempo. Durante esses meses de reflexão o quadro se repetia, uma senhora de idade doente aceitou a mensagem, e um bem sucedido corretor de imóveis a rejeitou. Eu conhecia a mensagem, eu sabia que isso aconteceu com o autor da mensagem. Mas porque as grandes comunidades atraíam tantas pessoas em boas condições? Porque elas rejeitavam a minha mensagem e aceitava a deles? Não era a mesma mensagem? Não eram ambos, eu e os pregadores das grandes comunidades, apenas portadores da mensagem? Eu realmente deveria estar fazendo alguma coisa errada.

Um dia, um desses grandes líderes dessas grandes comunidades ouviu falar de mim, e de tudo o que eu tinha passado até então. Ele me convidou para falar à comunidade que ele liderava. Na conversa que tivemos ele me pareceu uma pessoa muito humilde e extremamente agradável. O trabalho que ele exercia lá era muito bacana, e, depois de mais reflexão, resolvi aceitar. Ele pediu que eu contasse o que eu já tinha feito, e, apesar de eu não gostar muito de fazer isso, acabei concordando com uma espécie de entrevista. Seu nome era Bruno.

Chegou o dia e eu estava lá, bastante apreensivo admito.

B: Boa noite a todos. Hoje estamos aqui com um convidado muito especial. Ele desenvolve um trabalho espetacular numa comunidade carente, e além disso já levou os mais diferentes tipos de pessoas a conhecer a mensagem. Passou por perseguição, mas hoje está aqui para nos contar um pouco de sua história. Lot, venha aqui!

Eu me senti bastante incomodado com a situação, em ser apresentado quase como um pop star, em ver tanta gente olhando para mim como se eu fosse o grande herói do mundo, mas subi.

B: Boa noite Lot!
L: Boa noite Bruno, boa noite a todos.

Boa noitee!! - Todos responderam

B: Lot, acredito que muito antes da perseguição que você sofreu, você já chamava uma certa atenção pelo tipo de trabalho que fazia. Você tem alguma preferência por falar da mensagem a algum tipo de pessoa?
L: Não, a mensagem é para todos os seres humanos do mundo. Se ela chegou até a mim e mudou minha vida acredito que pode mudar a vida de qualquer ser humano na Terra. Só que parece que alguns tipos de pessoas tendem a aceitá-la com mais facilidade.
B: Que tipo de pessoas?
L: Qualquer pessoa que tenha passado por algum grande problema na vida, ou cometido um grande erro, aparentemente indescupável para a sociedade, aceita melhor a mensagem do que aqueles que tem uma vida razoavelmente normal e sadia por assim dizer.
B: Porque você acha que isso acontece?
L: É uma coisa que venho me perguntando há alguns meses, desde que saí da prisão. Ainda não sei a resposta. O fato é que o próprio Autor da mensagem também enfrentou isso.
B: Então você acha que as pessoas, como você mesmo disse, que tem uma vida razoavelmente normal e sadia por assim dizer, nunca vão aceitar a mensagem?
L: Não, eu já tive experiências com pessoas bem sucedidas que aceitaram a mensagem. Mas isso acontece com uma frequência infinitamente menor que aqueles que realmente parecem precisar da mensagem. Talvez seja isso. Talvez as pessoas só queiram a mensagem quando precisam dela. Quando está tudo bem elas devem se achar auto-suficientes, e, portanto, não precisam da mensagem.
B: Então a mensagem é uma muleta que só serve para os fracos?
L: Não, ela não deveria ser isso, mas acaba sendo muitas vezes. O que vejo acontecendo com frequência é as pessoas usando a mensagem como muleta, mas depois acabam entendendo que mesmo que tudo esteja bem elas não são boas o suficiente para não precisarem dela. Elas não conhecem a mensagem sozinhas, mas de certa forma aprendem a amadurecer quando conhecem mais a mensagem. Acho que quanto mais as pessoas acham que estão perto de conhecer a verdade, e de serem independentes, mais elas se afastam da verdade mesmo.
B: Deixe-me ver se eu entendi. Aqueles que conhecem a mensagem conseguem ver que não são fortes o suficiente para andarem sozinhos, mas que não precisam de uma muleta, e sim de alguém para mostrar o caminho?
L: É, exatamente. Você captou bem o que eu disse. De nada adianta uma muleta se você não souber o caminho. Alguns podem achar que com a muleta estão na verdade ganhando uma bússola, mas com o tempo acabam por achar de verdade essa bússola e se livram das muletas. O problema com os fortes é que eles se acham tão independentes que, mesmo estando tão perdidos quanto os fracos, eles acham que podem achar o caminho sem a bússola ou alguém para guiá-los.
B: Ok, interessante nossa conversa. Vou mudar de assunto porque nosso tempo está acabando.

Bruno fez ainda algumas perguntas sobre o período de perseguição, e perguntou se eu alguma vez senti medo, ou vontade de desistir. Não tive medo de contar sobre a semana que conversei com Heitor. Mas no final das contas poucas pessoas vieram me procurar para falar comigo. Fiquei sabendo depois que muitos dos poderosos da comunidade falaram mal de mim, por acharem que eu falei mal especificamente deles. Foi numa conversa com o Bruno.

L: Como eu te disse, parece que os mais fracos ainda preferem a mensagem mais que os fortes.
B: É, você tem razão. É muito mais fácil oferecer uma bússola para quem tem certeza de que está perdido do que para aqueles que têm certeza de que estão no caminho certo, mesmo não estando.
L: É...Bruno, posso te fazer apenas uma pergunta?
B: Claro!
L: Porque apesar de negar a mensagem eles continuam frequentando essas grandes comunidades, como a sua? E porque eles não estão nas pequenas comunidades?
B: Olha rapaz, infelizmente eu tenho que admitir, aprendi muito com a entrevista que fiz com você, mais até do que já tinha aprendido com as cartas que você escreveu na prisão, do que com as coisas que eu sabia a seu respeito. Infelizmente temos falado de coisas que agradam aos ouvidos dessas pessoas, e é por isso que elas vem para cá. Existem exceções, ainda bem, mas muitas estão em busca de coisas para aumentar o ego delas. Eu pretendo mudar isso aqui. Ainda que muita gente talvez nos abandone, eu prefiro falar a mensagem que pode transformar vidas apesar de doer, do que fazer carinho com palavras doces que vão levá-las a um sofrimento eterno talvez. Muito obrigado Lot, muito obrigado mesmo.
L: Por nada Bruno, mas eu nem fiz nada, acabou que a sua entrevista resolveu uma confusão na minha cabeça que já estava me incomodando há alguns meses.
B: Você não precisa fazer nada Lot, você é um exemplo a ser seguido, mesmo com suas reflexões, até mesmo quando sentiu medo você deu um exemplo a ser seguido.
L: Sem falsa modéstia, eu realmente tenho muita coisa ainda a melhorar, e sei que não sou isso tudo que você e tantas pessoas acreditam que eu sou, mas muito obrigado. É bom saber que uma vida pôde ser mudada por um exemplo tão ruim quanto o meu. Me dá mais certeza que o exemplo do Autor da mensagem pode mudar centenas, milhares, milhões de vidas. Eu tenho que ir agora, muito obrigado novamente Bruno.
B: Obrigado você Lot, até mais.
L: Até.

Depois disso realmente consegui compreender que para que eu conhecesse a mensagem, o Autor teve que sofrer antes. E talvez as pessoas tenham que aprender com os próprios sofrimentos para entender o real valor da mensagem. Isso nunca me faria de desistir de levar a mensagem para todos e ter a esperança que todos a entendessem e a aceitassem, mas resolveu esse grande nó na minha cabeça.

sexta-feira, agosto 14, 2009

Instrumentos da justiça, mesmo pecadores


"Não ofereçam os membros do corpo de vocês ao pecado, como instrumento de injustiça; antes ofereçam-se a Deus como quem voltou da morte para a vida; e ofereçam os membros do corpo de vocês a ele, como instrumentos de justiça" - Rm 6:13

Há alguns dias, logo após cometer um pecado, fui orar, bastante arrependida, e em seguida fui ler a Bíblia. Esperava encontrar palavras de advertência contra o meu pecado naquilo que estava programado em meu devocional diário. De fato encontrei, mas em alguns outros capítulos tive uma ideia para escrever um texto. Na mesma hora pensei: "Isso não pode estar certo, eu acabei de pecar! De que forma eu poderia ser usada por Deus para falar alguma coisa boa para alguém?"

Tive minha resposta em seguida, por meio de um pensamento que surgiu no momento: O meu pecado não pode atrapalhar minha missão. As vidas que precisam da salvação ou, mesmo cristãs que precisem de uma transformação, um alento, ou alguma coisa do tipo, não irão simplesmente ficar esperando cada vez que eu pecar.

O pecado atrasa minha caminhada cristã. Ele atrapalha minha comunhão com Deus e me impede de amadurecer mais na fé. Isso faz com que eu esteja a anos-luz de distância de onde Deus quer que eu esteja como pessoa, como cristã, e até mesmo no amadurecimento da minha missão. Mas, mesmo sendo tão pecadora como sou, enquanto cristã eu ainda tenho uma missão. Apenas se eu não aceitar o perdão de Deus e ficar remoendo a minha própria culpa é que essa missão vai ficar estacionada. No que depender dEle, vidas vão continuar sendo salva e transformadas através de mim, se eu estiver disposta a fazer o que Ele me disser para fazer.

O fato é que não estamos acostumados a esse tipo de perdão. Na melhor das hipóteses esperamos o perdão de uma pessoa algumas horas depois de a termos ofendido. Mas o perdão de Deus é muito semelhante ao das crianças.

Não sei se você já teve a oportunidade de presenciar uma briga infantil, mas na maioria das vezes o que acontece é o seguinte: as crianças estão brincando até que, por algum motivo, acontece uma briga. Elas ficam com raiva. Alguns minutos depois, talvez até menos de um minuto depois, uma delas resolve pedir desculpas. E, automaticamente elas voltam a brincar como se nada tivesse acontecido. Em algumas vezes elas se perdoam instantaneamente, sem nem mesmo uma delas terem pedido desculpas.

Deus age de forma semelhante a essa. Em sua plena santidade e amor que tem por nós, ele fica chateado quando pecamos. E ele anseia por nos perdoar. Quando tomamos coragem e pedimos perdão, ele esquece o que aconteceu, atira "nossos pecados nas profundezas do mar" (Mq 7:19b). E se nós aceitarmos que ele nos perdoou, Ele está disposto a continuar nos usando para a sua obra.

Em suma, aprendi uma lição importante naquele dia:

Eu tenho que buscar a santidade acima de qualquer outra coisa na minha vida, e é o que tento fazer dia após dia. Entretanto, minha natureza pecadora se manifesta algumas vezes e eu peco contra Deus, e contra mim mesma. Eu tenho que me arrepender do que fiz porque foi algo que me fez merecedora do inferno mais do que nunca, porque eu desagradei a Deus e fugi dos planos e propósitos dele para minha vida. Mas, mesmo não sendo digna do perdão de Deus, da salvação e menos ainda de servir a Ele, tenho que estar disposta a fazer a sua obra, a cumprir minha missão na Terra.

Tenho que oferecer-me a Deus como quem voltou da morte para a vida, e devo oferecer meus membros a Ele, como instrumentos de justiça. A minha missão pode ser realizada, apesar do meu pecado, quando eu me arrepender dele, porque "dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém" (Rm 11:36)

quarta-feira, agosto 12, 2009

A lição de Ananias e Safira


"Pedro lhe disse: ' Por que vocês entraram em acordo para tentar o Espírito do Senhor?' Veja! Estão à porta os pés dos que sepultaram seu marido, e eles a levarão também" - At 5:9

Muitos que já são cristãos há um certo tempo já ouviram várias pregações sobre Ananias e Safira. Resumindo a história, eles venderam uma propriedade que tinham e disseram doar todo o valor para a comunidade cristã daquela época, quando, na verdade, retiveram uma parte do valor para eles. Os dois morreram devido a esse pecado - o de mentir, e não o de ficar com parte do dinheiro, o que, de certa forma, era direito deles.

A maioria, se não todas as mensagens que ouvi sobre esse tema era para exortar as pessoas sobre a importância de ser honesto nos dízimos e ofertas. Não vou me ater a contrapor isso, até porque algumas dessas pregações tinham um mínimo de fundamento..

A questão é que o ponto principal dessa história, o motivo pelo qual o casal morreu, foi a hipocrisia deles.

É claro que se todos os hipócritas fossem condenados à morte, não sei quantos seriam os cemitérios reservados a essas pessoas, mas houve um motivo para que Ananias e Safira morressem. Deus, como Deus da verdade, não poderia - e ainda não pode - de forma alguma conviver com a hipocrisia.

Quantos hoje aproveitam-se das igrejas a fim de promover interesses e vantagens pessoais? E aqui não falo apenas de líderes, mas de cada um dos que compõem o corpo de Cristo.

Acredito que essa história está registrada na Bíblia com um propósito bem claro: Deus odeia qualquer tipo de hipocrisia e falsidade, por isso temos que buscar a sinceridade e a honestidade se quisermos agradá-lo e sermos mais parecidos com Ele.

segunda-feira, agosto 10, 2009

O diário de Lot - O medroso


"Descobri também que debaixo do sol: No lugar da justiça havia impiedade, no lugar da retidão, ainda mais impiedade"


Apesar da aparente coragem que se apoderou de mim depois da perseguição, eu me sentia com mais medo do que nunca antes na vida. Comecei a refletir em tudo o que já tinha feito e concluí que não tinha sido muito afinal, considerando o que o Autor da mensagem tinha feito por mim. Mas eu sentia medo, e esse medo chegou a um ponto que eu nunca imaginaria que iria chegar - me paralisou.

Eu não conversava com ninguém nada além da obrigação das convenções sociais e me sentia constantemente observado. Na comunidade estava agindo tão estranho que algumas pessoas notavam. E até na faculdade, onde normalmente nada atrapalhava meu desempenho, eu fiquei abatido.

Apesar da minha dramática narrativa parecer muito longa, na verdade isso durou apenas uma semana. Só que isso só foi possível graças a uma pessoa: meu sobrinho de 7 anos de idade, o Heitor.

Certo dia fomos visitar meu irmão e Heitor, enquanto minha cunhada viajava. Eu não queria sair de casa, mas minha mãe insistiu muito e eu acabei cedendo. Aliás, engraçado como as mães sempre sabem das coisas. Depois de várias recusas minhas ela disse: "você não quer ir porque sabe que algo lá pode acontecer e mudar esse seu ânimo. Você está gostando de ficar assim desanimado". Meio que por raiva e tentando preservar meu orgulho próprio aceitei ir para provar que não era nada daquilo que ela estava falando. Mas é claro que era.

Depois de alguns minutos chegamos ao nosso destino. Meu irmão nos recebeu muito bem, mas eu fui entrando sem nem prestar muita atenção à alegria dele por me ver bem e saudável (era a primeira vez que ele me via desde que eu saíra da prisão). Então cheguei a sala e Heitor estava brincando com seus bonecos de guerra.

H: Ei tio Lot!
L: Ei Heitor, tudo bem?
H: Tudo. Você está triste né? Eu sei que aquelas pessoas más deixaram você triste.

Eu tentei esconder minha fraqueza que ficou tão aparente até para uma criança de 7 anos (mal sabendo eu que, mesmo que os adultos não percebessem, ele perceberia isso).

L: Não Heitor, está tudo bem, o tio só está um pouco cansado, só isso.
H: É, cansado igual o general Tot (apontando para um de seus bonequinhos). Eles estão numa guerra e ele está cansado de lutar. Mas ele é o general né? Não pode ficar cansado muito tempo senão vamos perder a guerra.
L: Aonde você aprendeu tudo isso sobre guerra hein Heitor?
H: Eu vi na tv.
L: Ah claro, sempre a tv.
H: O que?
L: Nada não, deixa para lá. O tio vai falar com seu pai agora tá? (na verdade eu iria mesmo era fugir para algum lugar da casa onde eu pudesse me esconder, não queria falar com ninguém).
H: Brinca um pouco comigo tio?
L: O tio está cansado Heitor.
H: Por favor...
L: É sério, o tio precisa descansar.
H: E como conversar com o papai vai fazer você descansar mais que brincar comigo?

Como não achei nenhuma resposta para essa pergunta, resolvi brincar.

H: Eba!! Obrigado tio Lot!
L: Mas só um pouco tá?
H: Está bem, pra mim já está bom.
L: Então, estamos numa guerra?
H: É, e você é maior, então vai ser o general Tot, ele está triste porque mesmo fazendo tudo certo, as pessoas continuam querendo matar as outras pessoas. Eles não querem acabar a guerra, mas ele quer.
L: Certo.
H: Ele quer que a guerra acabe, para poder descansar e fazer as coisas que ele gosta.
L: Ok.
H: Então vamos começar. General! General! Perdemos alguns soldados!!
L: Onde foi isso?
H: Fomos tentar a trégua que o senhor pediu para os inimigos, mas eles nos atacaram! Foram 5 soldados mortos e só eu e mais dois conseguimos voltar. Só que os outros dois estão muito mal.
L: E agora tenente, o que me sugere fazer?
H: Senhor, eu não queria ter que dizer isso, mas acho que só o senhor pode resolver a situação.
L: Eu, mas seria muito arriscado eu ir não acha?
H: Senhor, se for preciso, todo nosso exército te acompanha, mas as forças inimigas não vão ouvir simples soldados, eles precisam ouvir o senhor, precisam negociar com o senhor, só assim temos alguma chance dessa guerra acabar.
L: Você está certo tenente, nesse caso, eu vou. Prepare alguns soldados para irem comigo, mas não quero muitos soldados, não vou conseguir ver mais soldados meus abatidos no campo de batalha.
H: Sim senhor. Tio Lot, viu?
L: Vi o que Heitor?
H: Você está cansado igual ao general, mas só você pode continuar a fazer o que precisa fazer. Se acontecer alguma coisa com o general, alguém vai substitui-lo, mas enquanto ele for o general ele vai ter que tomar as decisões.
L: É, você tem razão Heitor, mas o general deve se cansar de ser general às vezes não?
H: Cansa, mas ele lembra que o presidente do país o enviou, e que o país inteiro confia nele. Estou com fome, papai fez lanche. Vamos comer? Você queria falar com papai mesmo né?
L: É, eu queria sim.

Talvez Heitor não tivesse falado nada que significasse algo além da brincadeira para ele. Talvez os mundo adulto fosse complexo demais para ele, o fato é que por meio de uma simples brincadeira vi que a guerra ia continuar. E quando uma acabasse, talvez outra começasse. Mas o Autor da mensagem me dava forças para continuar. E tinha gente que confiava em mim, por mais que nem eu mesmo confiasse. Eu não precisava ter medo, porque tinha gente que se preocupava comigo, e porque era possível achar justiça e retidão mesmo que muito raramente. E, afinal de contas, numa guerra não há espaço para medo. Eu precisava continuar lutando.

quinta-feira, agosto 06, 2009

O amor - identidade do verdadeiro cristão


"O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta" - I Co 13: 4-7

O amor é a identidade do verdadeiro cristão. Isso porque o próprio Deus é amor. Ele nos amou, e nos deu, juntamente com a salvação, o dom de amar. Muito além do amor romântico, de um sentimento, o verdadeiro amor ultrapassa essas barreiras e é parte da personalidade do cristão.

Como está escrito no Manual Bíblico de Halley, "o amor é a arma mais eficaz da igreja. O amor é a essência da natureza de Deus. O amor é a perfeição do caráter humano. O amor é a força mais poderosa e determinante do universo inteiro. Sem o amor, nenhum dos vários dons do Espírito teria proveito".

Talvez você tenha achado estranho o trecho que escolhi para começar o texto. Afinal, não é esse o famoso texto lido em casamentos, em declarações românticas, em pregações para casais e sobre vida sentimental em geral? Mas o fato é que se realmente somos cristãos e buscamos nos tornar mais parecidos com Cristo, devemos olhar para esse trecho com um novo olhar.

A Igreja de Corinto, para quem essa carta que o apóstolo Paulo escreveu foi destinada, passava por um problema sério, que era a falta de amor. Esse belo trecho que conhecemos era na verdade um alerta, para a igreja aprender mais sobre o amor.

Li um livro recentemente que sugeria que colocássemos o nosso nome onde se encontra a palavra amor, nos versículos que citei de I Coríntios 13. Aparentemente uma coisa fácil, isso demonstrou ser uma tarefa bem difícil.

"O amor é paciente" O quanto eu tenho sido paciente? Será que consigo esperar pelas respostas de Deus? Será que consigo ser paciente com as outras pessoas?

"O amor é bondoso" Será que sou uma pessoa bondosa? Não apenas trato as pessoas bem por obrigação, mas porque realmente quero fazer isso? O quanto eu sou generosa?

"Não inveja" Quantas vezes já invejei na vida? Quantas vezes já quis ter o que os outros tinham no lugar deles? Será que já trapaceei para alcançar o que queria?

"Não se vangloria" Será que conto vantagem sobre as coisas que faço? Me esqueço de que Deus me deu certas habilidades e me vanglorio como se fosse eu simplesmente que conquistei as coisas por causa dessas habilidades?

"Não se orgulha" Posso eu reconhecer que não sou nada por eu mesma? Que apenas Deus pode me manter não apenas feliz, mas viva nessa terra?

"Não maltrata" Quantas vezes maltratei as pessoas? Será que me esqueci do amor e parti para a agressão - seja ela física ou moral - por qualquer motivo?

"Não procura seus interesses" Posso eu abrir mão de meus próprios interesses em favor de outras pessoas? Mesmo que eu não as conheça?

"Não se ira facilmente" Interessante que aqui não está escrito "não se ira", mas sim "não se ira facilmente". Todos temos momentos de ira, o que, em si, não é pecado. Mas como está meu nível de tolerância? Será que estou me irando por qualquer motivo?

"Não guarda rancor" Qual é a minha facilidade para perdoar? Será que fico meses remoendo uma ofensa ou posso lembrar delas sem sentir qualquer tipo de raiva da pessoa que me ofendeu?

"O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade" A questão aqui não está em simplesmente ficar com raiva das injustiças do mundo, mas também em se alegrar com a verdade. Eu tenho essa capacidade? Posso me alegrar com a verdade ainda que ela possa ser desconfortável para mim?

"Tudo sofre" O quanto estou disposta a sofrer por Cristo? O quanto estou disposta a sofrer por outras pessoas, pelo evangelho?

"Tudo crê" Posso confiar em Deus? Nas pessoas? Posso acreditar que as coisas vão acontecer da maneira certa ainda que eu não veja no momento?

"Tudo espera" Será que perdi minhas esperanças? Posso esperar por aquilo que desejo independentemente do que aconteça?

"Tudo suporta" Qual meu nível de tolerância a dor? Será que o mundo já me machucou tanto que não consigo suportar mais nada? Ou será que posso encontrar o verdadeiro amor e suportar o que for preciso?

Pode parecer rígido até demais ter boas respostas para todas as perguntas acima, mas foi o próprio Jesus quem disse "Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês", conforme está escrito em Mateus 5:48.

Eu não sou perfeita, estou muito longe até do meu próprio ideal de perfeição, o que dizer então do ideal de Deus, mas não vou desistir de buscar a perfeição, não vou desistir de buscar cumprir a vontade Deus e tampouco vou deixar de buscar amar o mundo como o próprio Pai me amou. Convido você a fazer o mesmo.

Fiquem com Jesus =)

quarta-feira, agosto 05, 2009

Perdi o medo de pensar


"Abre os meus olhos para que eu veja as maravilhas da tua lei" - Sl 119:18

Não, eu na verdade não tinha medo de pensar, mas não consegui achar um título mais apropriado. Recentemente acabei de ler o livro "A linguagem de Deus - um cientista apresenta evidências de que Ele existe". Esse livro foi escrito pelo doutor Francis S. Collins, diretor durante muito tempo do projeto Genoma Humano. Meu amigo/irmão mais velho comprou esse livro e me emprestou. Ele disse que ia me convencer de que a evolução é verdadeira, e eu, obviamente disse que isso era impossível. Não porque queria ficar com a ideia do criacionismo presa na cabeça, mas porque não achava o evolucionismo lógico, e não havia argumento nenhum que me convencesse do contrário.

Como de costume, meu amigo venceu. Mas não acredito simplesmente ser uma vitória dele, acredito que seja uma vitória pessoal minha. Eu agora acredito no BioLogos. E me sinto livre para pensar. Apesar de há muito tempo já ter como estilo de vida um cristianismo racional, hoje vejo que minha mente ainda estava embotada por muito tradicionalismo cristão. Tradicionalismo humano, pecador.

Com essa posição sei que 90% dos cristãos vão ficar contra mim. Não poucos vão me taxar de herege. Mas não tenho medo. Se antes tinha a certeza plena de que ciência e religião podem andar juntas, hoje posso enxergar com clareza que elas não só andam juntas, mas foram criadas juntas e Deus deseja que eu valorize as duas coisas. Ele me criou um ser pensante, por meio de um complexo e lógico - agora posso dizer - processo evolutivo. Ele fez o mundo natural, com suas regras naturais, e raramente usa algo sobrenatural para me dizer alguma coisa.

Quem me conhece há mais tempo vai ver que nenhuma das afirmações acima, exceto a de que agora acredito no BioLogos, é diferente do que eu já falava. Mas hoje eu as entendo muito melhor, elas parecem mais reais ainda agora. Me sinto não apenas mais sintonizada com a ciência, mas também me sinto mais cristã.

Como o salmista pediu que os olhos dele fossem abertos, os meus próprios olhos foram abertos. Hoje posso ver as maravilhas da lei de Deus, da Bíblia, do cristianismo. Ainda não tenho todas as respostas, estou longe de ter, na verdade, sei que nessa vida nunca vou ter todas as respostas, porque sempre surgirão novas perguntas. O fato é que agora, mais do que nunca, minha mente está livre.

Francis S. Collins pode até não saber, mas ele foi instrumento de Deus para salvar minha mente para que a real verdade sobre Cristo reinasse em minha vida

O blog tende a melhorar daqui para frente, não por meu mérito, nem mesmo pelo livro ou pelo doutor Collins, mas pela graça de Cristo que se manifestou em mais uma diferente forma para mim. Deus continua me surpreendendo.

Muito obrigada Senhor, eu estou longe de chegar à perfeição, mas me tornei uma cristã melhor depois desse livro.

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