"E ele foi. Quando chegou à porta da cidade, encontrou uma viúva que estava colhendo gravetos. Ele a chamou e perguntou: "Pode me trazer um pouco d’água numa jarra para eu beber? "
Enquanto ela ia indo buscar água, ele gritou: "Por favor, traga também um pedaço de pão".
"Juro pelo nome do Senhor, o teu Deus", ela respondeu, "não tenho nenhum pedaço de pão; só um punhado de farinha num jarro e um pouco de azeite numa botija. Estou colhendo uns dois gravetos para levar para casa e preparar uma refeição para mim e para o meu filho, para que a comamos e depois morramos. "
Elias, porém, lhe disse: "Não tenha medo. Vá para casa e faça o que disse. Mas primeiro faça um pequeno bolo com o que você tem e traga para mim, e depois faça algo para você e para o seu filho.
Pois assim diz o Senhor, o Deus de Israel: ‘A farinha na vasilha não se acabará e o azeite na botija não se secará até o dia em que o Senhor fizer chover sobre a terra’ ".
Ela foi e fez conforme Elias lhe dissera. E aconteceu que a comida durou todos os dias para Elias e para a mulher e sua família.
Pois a farinha na vasilha não se acabou e o azeite na botija não se secou, conforme a palavra do Senhor proferida por Elias.
Algum tempo depois o filho da mulher, dona da casa, ficou doente, foi piorando e finalmente parou de respirar.E a mulher reclamou a Elias: "Que foi que eu te fiz, ó homem de Deus? Vieste para lembrar-me do meu pecado e matar o meu filho? "
"Dê-me o seu filho", respondeu Elias. Ele o apanhou dos braços dela, levou-o para o quarto de cima onde estava hospedado, e o pôs em cima da cama.
Então clamou ao Senhor: "Ó Senhor, meu Deus, trouxeste também desgraça sobre esta viúva, com quem estou hospedado, fazendo morrer o seu filho? "
Então ele se deitou sobre o menino três vezes e clamou ao Senhor: "Ó Senhor, meu Deus, faze voltar a vida a este menino! "
O Senhor ouviu o clamor de Elias, e a vida voltou ao menino, e ele viveu.
Então Elias levou o menino para baixo, entregou-o à mãe e disse: "Veja, seu filho está vivo! "
Então a mulher disse a Elias: "Agora sei que tu és um homem de Deus e que a palavra do Senhor, vinda da tua boca, é a verdade"." -1 Reis 17:10-24
Fazer a vontade de Deus é algo sobre o qual muito se fala, mas pouco se debate. Sabemos que a vontade dele é boa, perfeita e agradável, e, mesmo sabendo que nem sempre ela coincide com a nossa, não pensamos mais a fundo sobre o que significa fazer essa vontade.
Quando li o trecho acima fiquei pensando o que aconteceria se eu estivesse no lugar de Elias. Para explicar o contexto, Elias estava próximo a um riacho, sendo alimentado por providência de Deus. Esse riacho secou por falta de chuva.
Elias, como um profeta experiente, sabia das adversidades que poderiam ocorrer. Por pior que fosse essa situação, ele já previa. Eu sirvo a Deus e sei que a vida não será sempre colorida e alegre. Muitas vezes ela não é. Ele me prometeu cuidado, e eu muitas vezes esperei saúde e tranquilidade financeira, mas estas não vieram. O cuidado de Deus vai muito além das circunstâncias da vida nesse mundo.
Elias, então, é instruído a procurar uma mulher que irá alimentá-lo. A mulher em questão é viúva e tem um filho. A situação dela é muito precária, mas Elias a pede comida, por instrução divina.
Ela dá tudo que tem, e, conforme Elias prometeu (porque Deus prometeu a ele), não falta comida na casa da viúva, que já estava se preparando para morrer de fome. Mas então, aparentemente sem explicação, o filho da viúva morre.
E se fosse comigo? Confiando na palavra de Deus eu vou à casa de alguém muito pobre e peço que partilhem a comida comigo, comida quase inexistente na casa. Eles aceitam, como pessoas em dificuldade normalmente o fazem, e o filho dessa pessoa morre. Não sei o que vocês pensariam, mas certamente eu pensaria que era minha culpa. Talvez eu tivesse interpretado errado, e na verdade arruinei a vida de uma mulher que já perdeu o marido.
A verdade é que isso acontece ainda hoje. Muitas vezes, ao seguirmos a vontade de Deus, pode parecer que estamos atrapalhando ao invés de ajudar. Mesmo que lidemos bem com o fato de que a vontade de Deus nem sempre é a nossa, e nem sempre parece boa aos nossos olhos, é diferente quando isto envolve a vida de outra pessoa.
Elias teve a mesma reação. Ele, porém, sabia que Deus continuava lá. Ele orou em desespero, perguntando porque Deus o usou para trazer desgraça para essa família. Orou pedindo o fôlego de volta ao menino, não como um profeta confiante, mas como um servo frustrado e assustado.
O menino volta a viver e a mãe faz a interessante declaração de que agora ela sabia que Elias, de fato, era um homem de Deus. Por sabe-se lá quanto tempo a morte foi evitada na casa graças à comida que se multiplicava, mas foi no momento em que seu filho retorna dos mortos que ela viu a ação de Deus.
Esperamos pelo óbvio, mas Deus nem sempre está lá. Eu creio firmemente que ele criou a terra para usar todas as leis naturais ao máximo, mas ele nos surpreende sim, com milagres. A única coisa que podemos esperar dele é que ele está conosco, não importa o que aconteça. A forma que ele usará para demonstrar isso sempre será um segredo.
Como cristãos, devemos seguir a vontade de Cristo, no amor e na graça que Ele nos salvou, ainda que não enxerguemos propósito algum naquilo que fazemos. Podemos deixar nas mãos dele, porque o cuidado (e a surpresa, por que não?) sempre estarão presentes em nossas vidas.
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