Estou lendo o livro 365 Days of Wonder (que, no Brasil, foi traduzido como 365 Extraordinários). É um livro de citações, recolhidas pelo personagem fictício Mr. Browne, professor de August, que é personagem principal do livro Wonder, da autora R.J. Palacio.
Cada dia o livro conta com uma citação, e a supracitada veio há exatamente uma semana (7 de Janeiro).
Já havia lido essa citação algumas vezes, mas sabe quando você lê algo e dá aquele clique de "uau"? Pois é, foi o que houve nesse dia.
Permitam-me filosofar um pouco sobre a frase. O dia que nascemos é, sem dúvida, esplêndido. Nos próximos poucos anos vamos aprender tanto em muito pouco tempo. Jamais em nossas vidas isso acontecerá de novo. Iremos aprender, sim, mas nunca na velocidade desses primeiros anos, e de aprendizados ao mesmo tempo tão básicos e fundamentais.
Mas é quando descobrimos o porquê de estarmos aqui que tudo muda. É, de forma quase literal, um segundo nascimento. Existem muitas pessoas que passam pela vida sem nunca terem descoberto o real propósito de sua vida. E essas pessoas não estão limitadas a não cristãos. Existem muitos cristãos mais perdidos que tudo nessa vida.
Encontrar o porquê de estarmos aqui se constitui em um renascimento porque muda nossa forma de ver e viver a vida. De nossa carreira aos sonhos pessoais, tudo é regrado por aquilo que acreditamos ser a razão de estarmos aqui. Cada investimento, decisão, plano, tudo é determinado pelo nosso propósito de vida.
Portanto, se nós, cristãos, acreditamos que nosso propósito na Terra é de transmitir a graça aos nossos próximos - e eu acredito que é, ou ao menos deveria ser - então tudo que decidirmos do momento em que conhecemos a graça até o momento de nossa morte deve ser pautado nesse fundamento.
É fácil nos perdermos em meio à correria do cotidiano e viver uma vida sem a menor relevância. Até sonhos deixamos de buscar. Nem sempre é possível trabalhar no emprego dos sonhos, por exemplo, mas muitas pessoas se deixam levar pelas reclamações de todos ao invés de correr atrás de seus objetivos, de se especializar e lutar pelo seu espaço.
Não que eu acredite que um emprego bom deva ser a meta mais alta a ser alcançada, mas, por experiência própria, sei que estabilidade profissional e felicidade nessa área da vida pode ajudar, e muito, no nosso serviço cristão e no nosso exercício ministerial. Até porque, muitas vezes, nosso ministério coincide com aquilo com o qual sonhamos trabalhar.
Na vida pessoal, é fácil também nos acomodarmos aos padrões de casamento e divórcio com frequência. Deixamos de tentar compreender o outro, de relevar coisas, porque queremos ser felizes a qualquer custo, ainda que o preço seja, veja bem, a própria felicidade, que poderia ser encontrada na felicidade do outro também.
Há muito mais exemplos, nas mais diversas áreas de nossas vidas. O novo nascimento em Cristo se dá por meio da graça. E a graça nos dá um propósito pelo qual viver.